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pesque-pague - Uninove

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Linguística Letras e Artessem que lhes seja dado conhecimento denatureza teórica sobre a linguagem em usona sala de aula (incluindo os processos deensinar e aprender línguas) e fora dela. Issoquer dizer que são treinados a partir de certosmodismos sobre como ensinar línguas,isto é, recebem uma formação pautada dedogmas.(ibidem, p. 180)Podemos, inclusive, afirmar que essa situaçãose reproduz nos processos de formação de novos profissionaisda sala de aula, uma vez que a formaçãoteórico-crítica.[…] envolve dois tipos de conhecimento:um conhecimento teórico sobre a naturezada linguagem em sala de aula e fora delae um conhecimento sobre como atuar naprodução de conhecimento sobre o uso dalinguagem em sala de aula, isto é, sobre osprocessos de ensinar/aprender línguas (ibidem,p. 181),Tal formação ainda não foi incorporada pelos formadoresde professores em sua plenitude. A partir deinformações relacionadas aos estudos sobre o jogo discursivoe a interação em sala de aula, podemos expandirtal hipótese e supor que:1 os formadores de professores e os professores ematuação nas escolas utilizam predominantementedeterminadas estratégias de ensino-aprendizageme determinados procedimentos de explicação,para superar problemas com a complexidade danegociação de sentido em sala de aula; estratégiase procedimentos que se fossilizam ao longo dotempo, impedindo adaptações de acordo com asclasses e/ou indivíduos.2 como consequência de 1, a aluna e o aluno podemnão estar desenvolvendo a competência discursivanecessária para lidar com as práticas de linguagemcom que se veem confrontados no cotidianono exercício de sua cidadania.As suposições acima induzem a um duplo questionamento:primeiro, em vez de indagar “quem é oresponsável pelo desenvolvimento dessa competênciadiscursiva?”, é necessário perguntar como a trajetóriade construção de sentidos, concepções de mundoe valores está realmente organizada no discurso emsala de aula; segundo, convém ainda questionar sobrea possibilidade de adoção de outros critérios, taiscomo o da ética na comunicação, os direitos linguísticos,a afetividade e a construção de sentidos múltiplos,como procedimentos de verificação da compreensãoe da aprendizagem, que nos possibilitem afirmar seos interlocutores chegaram a um consenso acerca daconstrução desses sentidos e valores, ou seja, critériosque não estejam pautados apenas em habilidades instrumentais(GIROUX, 1997). Em entrevista que serápublicada na revista Dialogia, que recebe apoio doDepartamento de Educação da <strong>Uninove</strong>, FranciscoGomes de Matos afirma:4 JustificativaPelo que tenho aprendido nos muitosconvívios com professores de portuguêslíngua materna (atuantes nas rede públicae privada, aqui no Recife), os direitos linguísticosdos alunos não estariam sendorespeitados como seria desejável, numa filosofiapedagógica humanizadora. Assim, osdireitos de OUVIR e de SER OUVIDO(A),emsala de aula, não estariam sendo praticados.O Direito de aprender a comunicar-seconstrutivamente, para o BEM, ainda é desconhecidoem nosso sistema educacional,com poucas exceções. O direito, que deveriamter os alunos, de serem avaliadoshumanizadoramente, também me pareceainda estar ausente ou minimamentepresente, mas generalizar sobre isso éarriscado. Prefiro dizer que gostaria de verDireitos Linguísticos incorporados à formaçãode TODOS os professores de línguas e,por que não, de professores de TODAS asdisciplinas.Os procedimentos utilizados pelos professoresnas situações anteriormente descritas devem ser maisintuitivos e fundamentados no senso comum do queestratégicos e fundamentados, seja nos resultados de pesquisasmais recentes na área da Linguística Aplicada aoensino de Língua Materna, seja na Declaração Universaldos Direitos Linguísticos, não proporcionando, porconseguinte, uma interação em que as diferenças sejamrespeitadas. Além de não contribuírem para a compreensãona aprendizagem, não desenvolvem os valores eos sentidos concernentes ao exercício da cidadania deprofessoras e professores, alunas e alunos.Com o intuito de melhor observar as estratégiasde construção de sentidos, concepções de mundo evalores, afetos e emoções e relações de poder em salade aula, selecionaremos dados pertinentes às séries doensino fundamental e médio em escolas públicas deSão Paulo. Esses dados serão priorizados pelos seguintesmotivos:III Seminário Nacional de Pesquisa, 2009. 337

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