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pesque-pague - Uninove

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Engenhariasvidade social bastante comum na área de ensino. Noentanto, isso não invalida nossa intenção de classificá-lacomo uma das ferramentas culturais da ciênciapresentes na sequência transcrita, uma vez que permiteaos alunos argumentar sobre seus pontos devista e sobre a opinião dos outros. Como é comumimaginar a ciência como uma atividade de gênios isolados(GIL-PÉREZ et al., 2001), pode-se, por meio dela,proporcionar aos estudantes uma visão adequada arespeito dela, segundo os autores.Percebemos a importância, para o grupo, da apresentaçãode uma formulação consensual a respeito dainvestigação realizada:No trecho a seguir, está presente na interação dogrupo a elaboração de hipóteses:A2 – O movimento está apontando?A6 – Está. Você fez?A2 – Não.A6 – Não. Você virou para o norte? Alinhounorte-sul?A3 – Está, Está!A6 – Está? Está alinhado? Agora faz.292Neste momento, o aluno A6 tenta sintetizaro que parece ser um acordo do grupo acercade uma das questões levantadas pela professora:A6 – Tá, o Norte-Sul, aqui olha, ele vai parao lado do fio, não é? Não é? Está aqui nãoé: (referindo-se a algo escrito no caderno,possivelmente o roteiro experimental) “…mudar a posição do fio…” Ele vai para olado do (inaudível).A5 – O ponteiro vai para o lado do fio…A6 – É.O aluno A6 escreveu e mostrou para oaluno A5, que acenou positivamente como que foi escrito. O resto do grupo acompanhoue eles todos começaram a escrever nocaderno, trocando impressões, olhando umno caderno do outro.Outro elemento da cultura científica que comparecena interação do grupo filmado trata da observaçãodo fenômeno para responder à questão problematizadora(GIL-PÉREZ et al., 2002a; CARVALHO et al., 1999).Por exemplo, isso é o que se pode perceber no trecho:A1 – Aproximando, o ponteiro se mexe.A3 – Acompanha o fio, não é?A1 – Não, não acompanha o fio.A6 – O ponteiro se mexe, o ponteiro se move.Pode-se verificar também observações realizadaspelos alunos em vários outros momentos. Excetuandoo debate em grupo, talvez esse seja o aspecto culturalda ciência que mais vezes aparece durante a filmagemrealizada (GIL-PÉREZ et al., 2002b).Como a professora não forneceu, como procedimento,o alinhamento a uma linha auxiliar da agulhada bússola, quando sujeita apenas ao campo magnéticoterrestre, deduzimos que a construção foi feita pelo próprioaluno A6. Identificamos essa ação como geração dehipótese do aluno A6, uma vez que a agulha se moviaquando o fio eletrizado era aproximado da bússola, epara ele perceber para que lado a agulha se moveria,seria necessário que a alinhasse inicialmente, quandosujeita apenas ao campo magnético da Terra, comalguma linha auxiliar, como as do caderno. Assim, apóster constatado tal fato, ele orientou o aluno A2 a fazer omesmo.A elaboração de hipóteses é uma das característicasmais típicas e marcantes da ciência. Comomencionado, para Gil-Pérez et al. (2002b), a hipótese temum papel de articulação e de diálogo entre as teorias, asobservações e as experimentações, servindo de guia àprópria investigação.Também percebemos o aparecimento de controvérsiasentre os alunos acerca de como interpretar umadada observação:Professora – E a agulha acompanha o fio?A6 – Não acompanha, não, professora!Negando com deboche, isto é, não concordandocom o aluno A6, o aluno A3 seposiciona:A3 – Não, não.Os alunos A6 e A3 disputam seus pontos de vistadivergentes perante a professora, uma representante dacomunidade científica, sendo essa situação, segundoGil-Pérez et al. (2001), uma forma adequada de entendera ciência, também a relacionada como mais um aspectocultural da ciência que ocorreu durante o trabalho dogrupo.III Seminário Nacional de Pesquisa, 2009.

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