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pesque-pague - Uninove

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Ciências da Saúde60IntroduçãoA hipertensão arterial sistêmica (HAS) ocupalugar de destaque no contexto da transição epidemiológicaque vem ocorrendo no Brasil desde 1960. Até ofim da década de 1940 pouco se conhecia sobre a epidemiologiada HAS e não havia critérios padronizadose amplamente divulgados para sua definição. Somentea partir de 1970, iniciou-se o interesse pela HAS comoproblema de saúde pública, quando já eram claros osindícios de sua relação com óbitos por doenças cardiovasculares1 .A elevação da pressão arterial representa um fatorde risco independente, linear e contínuo para doençacardiovascular. A HAS apresenta custos médicos esocioeconômicos elevados, decorrentes principalmentede suas complicações, tais como doença cerebrovascular,doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca erenal crônica e doença vascular de extremidades 2 .No Brasil, em 2003, 27,4% dos óbitos foram decorrentesde doenças cardiovasculares, atingindo 37% quandoexcluídos os óbitos por causas mal definidas e por violência.A principal causa de morte em todas as regiõesdo Brasil é o acidente vascular cerebral, que acomete,em maior proporção, as mulheres 2 , liderando o rankingda mortalidade entre os brasileiros, tanto pela elevadaprevalência quanto pela acentuada parcela de hipertensosnão diagnosticados ou sem tratamento adequado, eainda pelo alto índice de abandono ao tratamento 3 .Entre os fatores de risco para mortalidade, a HASrepresenta 40% das mortes por acidente vascular cerebrale 25% por doença coronariana. A mortalidade pordoença cardiovascular aumenta progressivamente com aelevação da pressão arterial, a partir de 115/75 mmHg 2 .Contudo, os limites de pressão arterial consideradosnormais são arbitrários, e, na avaliação dos pacientes,deve-se considerar também a presença de fatores de risco,lesões de órgãos-alvo e doenças associadas. Os valoresque permitem classificar os indivíduos adultos acimade 18 anos, de acordo com os níveis de pressão arterialsão: hipertensão estágio 1, se pressão sistólica a 140-159mmHg e diastólica a 90-99 mmHg; hipertensão estágio2, quando sistólica a 160-179 mmHg e diastólica a 100-109mmHg, e hipertensão estágio 3, se sistólica ≥ 180 mmHge diastólica ≥ 110mmHg. A hipertensão sistólica isoladaé considerada quando sistólica ≥ 140 mmHg e diastólica< 90 mmHg. Quando as pressões sistólica e diastólica sesituam em categorias diferentes, a maior deve ser utilizadapara classificação da pressão arterial 2 .O principal objetivo para o tratamento da hipertensãoarterial é a redução da morbidade e da mortalidadecardiovasculares. Assim, os anti-hipertensivos devemnão só reduzir a pressão arterial, mas também os eventoscardiovasculares fatais e não fatais. O tratamentomedicamentoso associado ao não medicamentoso objetivaa redução da pressão arterial para valores inferioresa 140 mmHg de pressão sistólica, e 90 mmHg, de diastólica,respeitando-se as características individuais, apresença de doenças, as condições associadas ou característicaspeculiares e a qualidade de vida dos pacientes.Redução da pressão arterial para níveis inferiores a130/80 mmHg pode ser útil em situações específicas,como em pacientes de alto risco cardiovascular, diabéticoscom microalbuminúria, insuficiência cardíaca, comcomprometimento renal e na prevenção de acidentevascular cerebral 2 .Mesmo com o fácil diagnóstico e a existência degrande diversidade terapêutica eficaz para o controleda hipertensão, cerca de um terço não sabe que tem adoença, e apenas metade dos que sabem que são portadoresde hipertensão adere efetivamente ao tratamento 4 .Tal adesão pode ser definida como o grau decoincidência entre a prescrição e o comportamento dopaciente. Vários são os determinantes da não adesãoao tratamento. Os percentuais de controle de pressãoarterial são muito baixos, apesar das evidências de queo tratamento anti-hipertensivo é eficaz em diminuir amorbidade e a mortalidade cardiovasculares. O abandonoé a taxa de grau mais elevado na falta de adesão,sendo crescente conforme o tempo decorrido após o inícioda terapêutica. A relação médico-paciente deve ser abase de sustentação para o sucesso do tratamento antihipertensivo.A participação de vários profissionais daárea da saúde, com uma abordagem multidisciplinar aohipertenso, pode facilitar a adesão ao tratamento e, consequentemente,aumentar o controle 2 .A HAS é uma doença crônica, que pode ser controlada,mas não curada, requerendo tratamento por todaa vida. Um fato preocupante é que muitos indivíduos sódescobrem que são portadores da doença quando apresentamcomplicações graves. Pois a HAS pode evoluirpor um longo período sem ocasionar sintomas 5 .A manutenção do tratamento por parte dospacientes portadores de doenças crônicas nos paísesdesenvolvidos é realizada por apenas 50% dos doentes.No entanto, nos países em desenvolvimento, essenúmero é muito menor 6,7 . A problemática da adesão aotratamento é complexa, pois vários fatores estão associados:paciente (sexo, idade, etnia, estado civil, níveisde escolaridade e socioeconômico); doença (cronicidadee assintomatologia); crenças, hábitos culturais e de vida(percepção da seriedade do problema, desconhecimento,experiência com a doença, contexto familiar, conceitosaúde-doença, autoestima); tratamento (custo, efeitosindesejáveis, esquemas complexos, qualidade de vida);instituição (política de saúde, acesso, distância, tempode espera e de atendimento), e relacionamento com aequipe de saúde (envolvimento e relacionamentos inadequados).Consecutivamente, a adesão do cliente deveser apreciada tendo vista esses fatores 7 .III Seminário Nacional de Pesquisa, 2009.

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