Ciências Exatas e da Terra801 Introdução e justificativasA oferta de maiores áreas a preços mais acessíveisnas regiões periféricas das cidades estimula cadavez mais a desocupação de áreas urbanas centrais nascapitais e grandes cidades das regiões metropolitanasbrasileiras. O declínio da atividade industrial geraáreas urbanas degradadas, subutilizadas ou abandonadas,onde há grandes possibilidades de encontrarvestígios da antiga utilização, tais como substânciasperigosas que se infiltram no terreno e poluemo solo e a água subterrânea, gerando riscos ao meioambiente e à saúde pública.A ausência ou insuficiência técnica de instalaçãode tratamento de resíduos e a falta de prevenção ounegligência no tratamento de produtos perigosos são asprincipais causas do passivo ambiental.A presença de áreas contaminadas acarreta inúmerosproblemas, tais como risco à saúde humana e aosecossistemas e à segurança pública, restrições ao desenvolvimentourbano e redução do valor dos imóveis.Tanto os países industrializados quanto os emdesenvolvimento são atingidos pelo problema dopassivo ambiental. Os programas de remediação erevitalização de áreas contaminadas são utilizados largamentepelos países industrializados, enquanto os emdesenvolvimento adotam estratégias e políticas públicasadequadas para enfrentar os problemas da contaminaçãodo solo e das águas subterrâneas.Assim, o grande desafio do desenvolvimentourbano sustentável depende de estratégias de gestão deocupação do solo, que estimulem a reutilização de áreasurbanas contaminadas (Brownfields), de forma que sepossa promover o desenvolvimento urbano local.A contenção de passivos ambientais e as medidasde remediação adotadas para a revitalização de áreasdegradadas, além de diminuírem os riscos ambientais,representam uma oportunidade de renovação ecológicae, ao mesmo tempo, asseguram a produtividade econômicae o cumprimento das funções sociais com o retornodo uso residencial e comercial das regiões centrais.Este trabalho pretende avaliar a aplicação de técnicasde remediação e controles institucionais comoalternativas ambientalmente sustentáveis para a reutilizaçãosegura de áreas contaminadas e para o incentivona revitalização urbana de regiões degradadas.1.1 ObjetivosAnalisar as medidas e os procedimentos de intervençãoadotados para a revitalização de um brownfieldno Município de São Paulo, ocupado anteriormente porum posto de combustíveis, e no qual se pretende construirum estabelecimento comercial.2 MetodologiaA Secretaria do Verde e do Meio Ambiente(SVMA) atua no gerenciamento de áreas contaminadas,por meio do Departamento de Controle da QualidadeAmbiental, desde 16 de julho de 2002 com a criação doGrupo Técnico Permanente de Áreas Contaminadas(GTAC). Uma das principais atribuições desse GrupoTécnico é propor procedimentos, visando à integraçãode ações para identificação, controle, avaliação e exigênciasde remediação de áreas contaminadas.A pesquisa bibliográfica do trabalho em questãoe as informações obtidas do estudo de caso referente àárea do AutoPosto de Combustíveis se deram por meiodo acesso aos Pareceres Técnicos, aos livros relativosàs áreas contaminadas pertencentes ao acervo técnicodo GTAC e aos dados coletados, além de trabalhos decampo e investigações ambientais, seguindo as etapasde gerenciamento da consultoria ambiental contratadapelo proprietário do AutoPosto.A divulgação dos dados da área é para usoexclusivo deste trabalho, conforme autorização daproprietária do terreno, não tendo sido permitida adivulgação do nome do Posto de Combustíveis nem dasempresas de consultoria ambiental que realizaram osserviços ambientais no local. Por esses motivos, as fontesde documentação e consulta aos dados levantadospela consultoria e encaminhados à SVMA foram identificadosneste trabalho como “Documento Interno”.3 Gerenciamento de áreascontaminadas na Cidadede São PauloA Prefeitura do Município de São Paulo, por meioda SVMA/Departamento de Controle da QualidadeAmbiental (Decont), vem atuando no gerenciamento deáreas contaminadas, de acordo com a legislação municipalespecífica que trata da questão.O GTAC, vinculado ao Decont, é responsável porimplantar o gerenciamento de áreas contaminadas noMunicípio de São Paulo, identificar as áreas ou atividadesque apresentam risco de contaminação do soloe da água subterrânea e os impactos por eles desencadeados,implementar e manter atualizado o cadastro deáreas contaminadas, compatibilizando-o com banco dedados, existentes ou necessários, além de propor, emconjunto com outras unidades, procedimentos visandoà integração de ações para identificação, controle, avaliaçãoe exigências de remediação de áreas contaminadas efornecer subsídios aos órgãos públicos para a tomada dedecisão quanto à prioridade e às formas de intervençõesmais adequadas e eficientes.III Seminário Nacional de Pesquisa, 2009.
Ciências Exatas e da TerraConsiderando as legislações específicas citadas,em particular o Decreto 42.319/2002, compete à SVMA,por meio do Decont/GTAC, o gerenciamento das áreascontaminadas no Município de São Paulo (SVMA, 2007).Este trabalho adota o termo revitalização deum brownfiled, pois reabilitar uma área contaminadadepende da eficácia dos controles institucionais a seremadotados, com o objetivo de torná-la viável economicamentepara os empreendedores e vantajosa ambiental eurbanisticamente para a cidade, e não apenas transformar-seem uma “simples” reutilização de um imóvel.De acordo com Sanchez (2004), o conceito derecuperação ambiental envolve dois conceitos fundamentais:restauração e reabilitação (ou revitalização).Restaurar uma área significa utilizar a remediação nasáreas contaminadas para tornar possíveis todos os tiposde uso como se não tivesse ocorrido a contaminação;já o conceito de reabilitação inclui proceder a ações derecuperação, de tal forma que tornem a área apta paranovos usos, com a possibilidade de existir algum tipode restrição.O conceito de gerenciamento de áreas contaminadas,internacionalmente adotado, considera a progressãoda análise e a classificação das áreas, de acordo como grau de conhecimento que se possui e do risco quepodem representar ao ambiente e à saúde pública.Dessa forma, a metodologia adotada pelo GTAC segueo Manual de Gerenciamento de Áreas Contaminadas daCetesb (1999), que classifica as áreas em três categorias:potencialmente contaminada, suspeita de contaminaçãoe comprovadamente contaminada.• Área potencialmente contaminada: aquela emque estão sendo ou foram desenvolvidas atividadesque, por suas próprias características, podemgerar contaminação;• Área suspeita de contaminação: aquela em que,após a realização de avaliação preliminar, foramobservadas indicações ou obtidas informaçõestécnicas que induzam à suspeita de contaminação;• Área contaminada: aquela em que comprovadamentehá poluição causada por quaisquersubstâncias ou resíduos depositados, acumulados,armazenados, enterrados ou infiltrados, e que causamimpacto negativo à saúde humana e ao meioambiente.O procedimento para a constatação de uma áreapotencialmente contaminada segue o seguinte fluxo(CETESB, 1999):A partir do gerenciamento do risco adotado, umplano de remediação deve ser elaborado para o site, noqual será selecionada entre as alternativas técnicas deremediação existentes as mais adequadas para o caso.Poderá ocorrer também a implementação demedidas de controle institucional em substituição oucomplementarmente à aplicação de técnicas de remediação,nos casos em que houver a necessidade de impedirou reduzir a exposição de um determinado receptor aoscontaminantes presentes na área contaminada.Com a elaboração do plano de remediação, o projetode remediação deverá ser dimensionado. Nestaetapa, deve-se comunicar ao órgão ambiental responsável,para que haja consenso sobre a implementação doPlano de Monitoramento e, consequentemente, sobre aelaboração do projeto.Após a elaboração do projeto, o sistema deverá serimplantado e operado, para reduzir a massa dos contaminantesnos meios afetados.Quando as concentrações dos contaminantesatingirem o valor das metas de remediação definidasna etapa de avaliação de risco, parte-se para a etapade monitoramento para garantir que não existam maisconcentrações que ofereçam risco.A campanha de monitoramento para encerramentodeverá ser realizada por meio de dois ciclos hidrológicos.Ao final do monitoramento para encerramento,havendo a manutenção das condições mencionadas e, sefor o caso, implantadas as medidas de controle institucionalou de engenharia, a área passará a ser classificadacomo reabilitada para o uso, podendo ser encerrado oprocesso de reabilitação (CETESB, 2007b; CUNHA, 1997;CETESB, 1999; SANCHEZ, 2003; SCIULLI, 2008).3.1 Definição das áreas quanto ao potencialde degradaçãoÁrea degradada é aquela em que há ocorrênciade alterações negativas de suas propriedades físicas,tais como sua estrutura ou perda de matéria, resultantede erosão, e da alteração de características químicas,provocada por processos como salinização, lixiviação,deposição ácida e introdução de poluentes (CETESB,1999).Área contaminada é a área – local, terreno, instalação,edificação ou benfeitoria – que contem quantidadesou concentrações de matéria em condições que causemou possam causar danos à saúde humana, ao meioambiente ou a outro bem a proteger. Secretaria do MeioAmbiente do Estado de São Paulo (2006).Quanto ao conceito de Brownfields, este é definidopela Usepa (1999) como “Instalações industriais ecomerciais abandonadas, vagas ou subutilizadas, cujareutilização é dificultada por problemas reais ou percebidosde contaminação ambiental.”A representação gráfica, Sanchez (2004) facilita umamelhor compreensão desses três conceitos (Figura 1).III Seminário Nacional de Pesquisa, 2009. 81
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