Ciências da Saúdetiveram dor, com frequência, nas regiões do pescoço,lombar e ombros, conforme evidenciado na Tabela 3.Tabela 3: Distribuição das regiões mais acometidas porsintomas relacionados aos DORTs e a especialidadeodontológicaA Tabela 4 mostra as frequências e porcentagensdas atividades que fazem parte do dia a dia dessesprofissionais nos últimos 12 meses e a relação com ossintomas associados aos DORTs.Tabela 4: Frequências e porcentagens de sintomasosteomusculares durante a realização das atividadesdo dia a dia e os sintomas associados aos DORT emcirurgiões-dentistas brasileirosAssociando as atividades diárias com as regiõesanatômicas, observou-se que o uso do microcomputadorfora do ambiente de trabalho teve maior relação comdores frequentes nas regiões do pescoço (30%), lombar(28%) e ombros (22%).Além disso, foi constatado que 63% dos cirurgiõesdentistasnão exercem atividade física regularmente e37% praticam algum tipo de atividade como musculaçãoe caminhadas.22Especialidade/Regiões acometidasDiscussãoPescoço(%) Lombar (%) Ombros (%)Clínica geral 21 (21,0) 20 (20,0) 12 (12,0)Odontopediatria 15 (15,0) 14 (14,0) 12 (12,0)Ortodontia 5 (5,0) 7 (7,0) 2 (2,0)Atividade Não (%) Sim (%)Atividades domésticas 49 (49,0) 51 (51,0)Tocar instrumento 92 (92,0) 8 (8,0)Trabalhos manuais 74 (74,0) 26 (26,0)Usar computador fora do trabalho 32 (32,0) 68 (68,0)Atividade física/membros superiores90 (90,0) 10 (10,0)Cuidar de crianças 88 (88,0) 12 (12,0)Nenhuma 88 (88,0) 12 (12,0)Sabe-se que cada tipo de ocupação provoca o desgastedo corpo durante o processo produtivo, gerandopatologias específicas, cujas características se encontramdiretamente relacionadas com o tipo de trabalhoexecutado 19 . Por isso o interesse em investigar a frequênciadas queixas osteomusculares associadas à práticaodontológica.Os DORTs são um dos maiores problemasenfrentados nos serviços de referência de saúde dotrabalhador, representando a consequência tardia domau uso crônico de um delicado conjunto representadopelos membros superiores, principalmente em cirurgiões-dentistas,pelo uso de força excessiva, compressãomecânica, posturas desfavoráveis e alta repetitividade 20 .Por meio de relato de sintomas no momento daavaliação, evidenciou-se que as regiões mais acometidaspelo trabalho dos dentistas foram o pescoço (67%),região lombar (61%), punhos (46%) e ombros (38%),corroborando os achados de diferentes autores 21,2 . Emconcordância com esses achados, diferentes estudosrelataram que os sintomas osteomusculares mais frequentesque acometem os cirurgiões-dentistas sãodores na coluna vertebral, no pescoço e nos ombros einflamações nos tendões 6,12 .Neste estudo, observou-se que existe maior predisponibilidadede ocorrer os DORTs em cirurgiõesdentistas com idade entre 40 e 50 anos, como encontradono estudo de Durante et al. 12 .Uma pesquisa feita com 430 dentistas gregosmostrou que 62% relataram pelo menos, uma queixadolorosa, 30% sofrem cronicamente, 16% tiveram relatosde ausência de dor e 32% declararam ter procuradoassistência médica em decorrência dos problemas 10 .Neste estudo, os dentistas relataram não ter sintomasde dor relacionados ao trabalho, nas regiões dos cotovelos(88%), antebraços (86%), membros inferiores (84%),braços (83%) e região dorsal (67%), e relatos de dorespertinentes principalmente no pescoço e lombar, independentementedo tempo e das horas de trabalho, dafaixa etária e da especialidade que pratica.A alta frequência de dor musculoesqueléticaencontrada neste estudo não deixa dúvida sobre aimportância da detecção e prevenção precoce de formaque minimize o estabelecimento de quadros álgicosseveros e incapacitantes entre os dentistas. As taxas deacometimento na categoria odontológica têm aumentadoprogressivamente, mesmo quando comparadas àsdos trabalhadores de outras áreas 22,23 .Cabe ressaltar que esta pesquisa mostrou tambémque o uso do microcomputador fora do trabalhoinfluencia nos sintomas de desconforto nas regiões anatômicas24 .Mesmo com as recomendações ergonômicas e osequipamentos adequados, o cirurgião-dentista adota,na maioria das vezes, posturas viciosas durante o trabalho,que podem acarretar prejuízo à saúde. Isso mostraque a prevenção dessas desordens musculoesqueléticassão fundamentais 25 .Este estudo também mostrou que 63% dos cirurgiõesnão exercem nenhum tipo de atividade física,favorecendo o aparecimento das doenças ocupacionais,o que impede o desempenho profissional, causandoincômodos 25 . Os exercícios para a compensação dosesforços gerados no dia a dia, obtidos com alongamentose ginástica laboral, podem levar o dentista a melhorana sua saúde geral.III Seminário Nacional de Pesquisa, 2009.
A prevenção é a melhor medida para evitar osurgimento dos DORTs. A realização do autoexame,possíveis mudanças nos hábitos rotineiros e organizaçãodo trabalho são práticas que precisam ser estimuladas,propiciando aos profissionais uma melhora na sua qualidadede vida 9,25 .Considerações finaisNa população estudada, pode-se concluir que éalta a frequência de queixas relacionadas ao trabalho,sendo as regiões cervical, lombar, punhos/mãos/dedose ombros as mais relatadas pelos cirurgiões-dentistas.Referências1. Pourmahabadian M, Azam K. Evaluation of risk factorsassociated with work-related musculoskeletal disorders ofupper limbs extremity among press workers. Pak J Med.2006;22(4):379-84.2. RIO LMSP. Ergonomia odontológica. Revista doCROMG Belo Horizonte. 2000 jan/abr;6(1):28-33.3. Marras WS. State-of-the-art research perspectives onmusculoskeletal disorder causation and control: the needfor an intergraded understanding of risk. J ElectromyogrKinesiol. 2004;14:1-5.4. Pinheiro FA, Tróccoli BT, Carvalho CV. Validação doQuestionário Nórdico de Sintomas Osteomuscularescomo medida de morbidade. Rev Saúde Pública.2002;36:307-12.5. Devereux JJ, Vlachonikolis IG, Buckle PW.Epidemiological study to investigate potential interactionbetween physical and psychosocial factors at work thatmay increase the risk of symptoms of musculoskeletaldisorders of the neck and upper limb. Occup EnvironMed 2002;59:269-77.6. Puriene A, Aleksejuniene J, Petrauskiene J, BalciunieneI, Janulyte V. Self-reported occupational health issuesamong Lithuanian dentists. Ind Health. 2008;46:369-74.7. Kowjoumdjian JA, Araujo RGM. Carpal tunnel syndromeand manual milking. Arq Neuropsiquiatr.2006;64(3):747-49.8. Dong H, Loomer P, Barr A, La Roche C, Young E,Rempel D. the effect of tool handle shape on hand muscleload and pinch force in a simulated dental scaling task.Appl Ergon. 2007 Sept; 38(5):525-31.9. Michalak-Turcotte C. Controlling dental hygiene work–related musculoskeletal disorders: the ergonomic process.The J Dental Hygi 2000;74(1):41-8.10. Alexopoulos EC, Stathi IC, Charizani F. Prevalenceof musculoskeletal disorders in dentists. BMCMusculoskelet Disord. 2004 Jun 9;5:16.Ciências da Saúde11. Garcia PPNS, Campos JADB, Zuanon ACC. Avaliaçãoclínica das posturas de trabalho empregadas na clínica deodontopediatria por estudantes de odontologia. Pesq BrasOdontop Clin Integr. 2008 jan/abr; 8(1):31-37.12. Durante DS, Vilela EM. Análise da prevalência delesões por esforço repetitivo nos cirurgiões-dentistas deJuiz de Fora (MG). Revista do CROMG, Belo Horizonte.2001 jan/abr: 7(1):1-25.13. Ayers KM, Thomson WM, Newton JT, Morgaine KC,Rich AM. Self-reported occupational health of generaldental practitioners. Occup Med (London). 2009.14. Leggat PA, Smith DR. Musculoskeletal disorders selfreportedby dentists in Queensland, Australia. Aut Dent J.2006 Dec;51(4):324-7.15. Mamatha Y, Gopikrishna V, Kandaswamy D. Carpaltunnel syndrome: survey of an occupational hazard.Indian J Dent Res. 2005;16:109-13.16. Kuoringa I, Jonsson B, Kilbom A, Vinterberg H,Biering-Sorensen F, Andersson G, et al. StandardisedNordic questionnaires for the analysis of musculoskeletalsymptoms. Appl Ergon. 1987;18:233-717. Walsh IAP, Oishi J, Coury HJCG. Clinical and functionalaspects of work-related musculoskeletal disorders amongactive workers. Rev Saúde Publica. 2008;42(1):108-16.18. Barros EN, Alexandre NM. Cross-cultural adaptationof the Nordic musculoskeletal questionnaire. Int NursRev. 2003;50:101-8.19. Kumar S. Theories of musculoskeletal injury causation.Ergonomics. 2004 jan;4(1):17-47.20. Regis Filho GT, Michels G, Sell I. Lesões por esforçosrepetitivos/distúrbios osteomusculares relacionados aotrabalho em cirurgiões-dentistas. Rev Bras Epidemiol.2006;9(3):346-59.21. Barbosa ECS, Souza FMB, Cavalcanti AL, Lucas RSCC.Prevalência de distúrbios osteomusculares relacionadosao trabalho em cirurgiões dentistas de CampinaGrande-PB. Pesq Bras Odontop Clin Integr. 2004;4(1);19-24.22. Moriguchi CS, Alencar JF, Miranda-Junior LC, CouryHJCG. Sintomas musculosqueléticos em eletricistas derede de distribuição de energia. Rev Bras Fisioter. 2009mar/abr;13(2):123-29.23. Ramadan P, Ferreira M. Risk factors associated withthe reporting of musculoskeletal symptoms in workersat a laboratory of clinical pathology. Ann Occup Hyg.2006;50(3):297-303.24. Picoloto D, Silveira D. Prevalência de sintomas osteomuscularese fatores associados em trabalhadores deuma indústria metalúrgica de Canoas-RS. Ciênc SaúdeColetiva. 2008;13(2):507-16.25. Rucker LM, Sunell S. Ergonomic risk factors associatedwith clinical dentistry. J Calif Dental Assoc. 2002;30(2):139-48.III Seminário Nacional de Pesquisa, 2009. 23
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