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pesque-pague - Uninove

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EngenhariasEm seguida, como em outros momentos, ocorreua realização de testes para clarear essas questões quepareciam divergentes e surgiram no debate do grupo:A5 – A2, a pilha puxa para cá, ele vai (fazcom a mão um movimento circular acimada bússola no sentido anti-horário); puxapara lá (faz o movimento inverso), ele vai…A2 – Então, se põe o lado do fio, ele só vempara a entrada (faz com a mão para o ladodireito) e depois para o outro?A5 – Troca…A2 – Olha, põe aí, troca…O aluno A3, que fazia manipulações com omaterial sozinho, interrompeu:A3 – Olha, vem ver aqui, espia, dá uma olhadinha(mostrando a A2 o que acontece coma agulha da bússola quando ele manipula oconjunto pilha-fio). Pega o fio… Já passou…Está vendo? Ele afasta.De novo, Gil-Pérez et al. (2001) entendem que otrabalho científico é permeado pela possibilidade dehaver mais de uma proposta de explicação para umainvestigação científica, existindo, posteriormente, apossibilidade da convergência de conceitos ou da predominânciade uma teoria sobre a outra.8.2 Entrevistas semiestruturadasAs entrevistas foram realizadas na própria escola,dois meses após a última filmagem e as férias escolaresde julho, no início do mês de outubro. O grupo preferencialmentefilmado durante as aulas era composto de seisalunos, cinco deles entrevistados por nós.O desenvolvimento de nossa análise levou emconsideração, primordialmente, uma possível apropriação,por parte dos alunos, da cultura da ciência, pormeio das seguintes categorias: percepção dos alunos emrelação ao ensino e à aprendizagem, trabalho em grupoe visão de ciências. A análise completa realizada pornossa pesquisa pode ser encontrada em Moreira (2005).9 Trabalho em grupoCom a segunda análise, pretende-se entendercomo os alunos enxergaram a interação ocorrida nogrupo, que é uma das características mais importantesdo ensino por investigação, e saber como o trabalho degrupos serviu para a resolução do problema proposto.No trecho a seguir, encontramos a seguinte respostado aluno A1 ao questionamento a respeito decomo o grupo realizou a investigação para resolver oproblema levantado:A1 – Nós tentamos seguir o que a professoranos colocou. Pegamos a bateria, a bússola ecomo ela havia nos explicado, posicionamosos fios em diferentes posições, o que fazia abússola girar em diferentes posições.Aqui, o aluno tenta explicar, com suas palavras, oque o grupo fez do ponto de vista operacional. Emboraa resposta não tenha sido aquela que gostaríamos, selecionamoseste trecho para verificar que a linguagemutilizada pelo aluno não é requintada nem tecnológica,isto é, não é a linguagem da Física, pois ele utiliza termoscomuns do nosso cotidiano. A linguagem científica, quetambém é uma ferramenta cultural, não foi apropriada,pelo menos satisfatoriamente, por esse aluno.Pode-se notar também que, para esse aluno, o fatode a professora dar algumas instruções tem certo pesono entendimento que ele tem acerca da atividade deensino.Outro trecho transcrito das entrevistas diz respeitoa duas respostas de alunos diferentes, A1 e A2, aperguntas semelhantes:E – Você acha que o trabalho em grupoajuda você a aprender?A1 – Foi muito importante. Nós nos reunimos,debatemos o que cada um tinhaobservado e corrigimos uns aos outros. Issocontribuiu muito.E – Você acha que o trabalho em grupoajuda você a aprender?A2 – Sim, ajuda. Acho que juntando as opiniõesdos outros colegas você pode interagirmelhor.Aqui, os alunos reconhecem o valor do trabalhoem grupo e a ajuda que o indivíduo pode conseguir nocontato com a coletividade. Mais que uma ferramentacultural da ciência, esse tipo de interação é uma ferramentacultural socioeducacional. Capecchi (2004)afirmou que uma abordagem sociocultural, na educaçãoformal, pode ser considerada um processo deenculturação, fazendo que o indivíduo entre em contatocom uma nova cultura. A apropriação por parte dos alunosdas ferramentas culturais estaria viabilizada pelocaráter social da construção do conhecimento.III Seminário Nacional de Pesquisa, 2009. 293

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