Ciências da Saúde381 IntroduçãoAs úlceras dos membros inferiores são muito frequentesem todo o mundo e têm grande importânciamedicossocial, pois, sendo extremamente incapacitantes,afetam de modo significativo a produtividade e aqualidade de vida dos indivíduos, além de determinargastos significativos para os serviços de saúde 1 .As úlceras das extremidades inferiores são um dosmais desafiadores problemas no tratamento, tanto parao paciente quanto para os profissionais de saúde 2 .Pacientes com úlceras venosas perfazem 80% a90% de todos os pacientes com ulceração de extremidadeinferior, a doença arterial atinge outros 5% a 10% 3 .A insuficiência venosa das extremidades inferioresé definida como a inversão do fluxo sanguíneo, dosistema venoso profundo ao superficial, o que implica ainsuficiência valvular das veias comunicantes. O transtornofisiopatológico determina a hipertensão venosa,varizes secundárias, edema e alterações tróficas, cujaexpressão máxima é a úlcera 4 .Segundo Irion 5 , entre as causas de insuficiênciavenosa estão oclusão dos vasos, insuficiência das valvasou perda da fonte de energia para o mecanismo debombeamento.As úlceras arteriais, também conhecidas comoisquêmicas ou infarto, são causadas por insuficiênciaarterial. Ocorrem geralmente em pacientes acima dos 50anos, mas ocasionalmente podem ser vistas em pacientesmais jovens com diabetes mellitus e hiperlipidemial 2 .A insuficiência arterial resulta comumente daoclusão de vasos importantes e, menos comumente, daoclusão de pequenos vasos. O suprimento sanguíneocutâneo não é adequado para atender às necessidadesdo metabolismo tecidual local e resulta em ruptura dapele. Embora as úlceras arteriais sejam mais comuns emhomens, o tabagismo e fatores da dieta podem aumentarsua incidência em mulheres 2 .Para a abordagem do paciente portador de úlcerade perna, é importante que o profissional proceda auma avaliação vascular apropriada, que requer observaçãodo estado anatômico e funcional do sistemavenoso superficial, profundo e perfurante, e do sistemaarterial, além da verificação da presença de sinais dedoença sistêmica 4 .Precocemente, durante a anamnese, deve serobtida informação quanto à história patológicapregressa, idade, sexo e ocupação. A ocupação doindivíduo bem como seu estilo de vida podem proporcionarinformações valiosas, sugerindo a possíveletiologia da lesão 6 .A distinção entre as insuficiências arterial evenosa, como causas de úlcera, é possível com a realizaçãode uma investigação sistemática das seguintescaracterísticas: a dor, o efeito da elevação, a distribuiçãoe o aspecto das feridas, além dos testes especiais.As úlceras arteriais podem ser muito dolorosas, aumentandocom a elevação do membro e com exercícios.As úlceras por insuficiência venosa são relativamenteindolores, com algum desconforto ou sensação de rompimento,que diminui com elevação 5 .A insuficiência arterial produz úlcera nas áreasmais distais do corpo, especialmente no calcanhar enos artelhos, enquanto a insuficiência venosa originaferidas quase sempre na porção superior da perna,distal aos maléolos, com a ocorrência de aproximadamentedois terços, na face medial em comparação coma lateral 5 .Durante a cicatrização, o tecido de granulaçãotem uma cor mais rósea, em vez de vermelho vivo dotecido de granulação em feridas com fluxo sanguíneoadequado. Quando as úlceras por insuficiência arterialcomeçam a aparecer, o cliente, com frequência, sentedor mesmo ao repouso 5 .A pele em torno da ferida por insuficiência arterialapresenta sinais de isquemia, como palidez ou manchas(variação da coloração da pele). O aspecto das úlceraspor insuficiência venosa costuma ser muito estereotipado:manchas de hemossiderina e endurecimento dapele circundante com base granulosa da ferida, queparece pronta para cicatrizar 5 .Segundo Irion 5 , para um diagnóstico diferencial,devem-se realizar testes que incluam exames arteriaiscom a utilização de um Doppler, para identificar a presençade fluxo arterial distal, e Índice Tornozelo Braço(ITB, que indica oclusão, se a pressão sanguínea no tornozelofor significativamente menor do que a no braço).Os testes venosos incluem os testes de percussão, deTrendelemburg e de enchimento venoso.Para a obtenção da cura da úlcera venosa, é importantea implementação do tratamento tópico que envolvea terapia compressiva e a tópica. A compressiva requera implementação de compressão externa para facilitar oretorno venoso, reduzindo, assim, a hipertensão venosacrônica, e a terapia tópica, o uso de coberturas capazesde absorver o exsudato e criar um ambiente propíciopara o desenvolvimento do processo de cicatrização 4 .Se um curativo não for adequado às característicasde uma lesão, poderá retardar sua recuperação. Aescolha de curativos e o método de sua aplicação a umalesão influenciam o progresso da cicatrização 7 .O leito da úlcera deve ser avaliado quanto à presençade tecidos inviáveis, quantidade de exsudato eevidência de infecção. Na presença de inviáveis, hánecessidade de desbridamento, pois esses tecidos, alémde favorecerem infecções, não permitem a formação debom tecido de granulação e adequada reepitelização 8 .III Seminário Nacional de Pesquisa, 2009.
Ciências da SaúdeA maioria das úlceras venosas é tratada comalguma forma de compressão (bandagens compressivas/botade Unna). Portanto, se houver algum graude insuficiência arterial nesses doentes, esse tipo detratamento tão utilizado na rotina médica, além de serpouco benéfico, poderá retardar a cicatrização da úlcerae causar mais danos como maior isquemia do membroacometido 1 .Segundo Micheletti 2 , o tratamento local das úlcerasisquêmicas é o aspecto mais importante do tratamento:a pressão deve ser removida da área de ruptura da pele;deve-se repousar no leito, com a cabeceira elevada de 5a 7 graus, e produzir um aumento na tensão de oxigênioe na temperatura da pele da perna isquêmica. A elevaçãoda perna reduz o fluxo sanguíneo para esta e deveser evitada. Exercícios vigorosos da extremidade devemtambém ser evitados.A avaliação das úlceras nas extremidades inferioresrequer uma abordagem por profissionais capazesde analisar o problema sob vários pontos de vista. Paraque a equipe trabalhe efetivamente, cada membro deveentender o que os outros estão fazendo, contando comavaliações e orientações do enfermeiro sobre a condutaadequada para cada tipo de lesão. Todos devem-secomunicar para uma abordagem organizada queproporcionará resultados gratificantes à equipe e aopaciente.O profissional de enfermagem, tendo contatodireto com os pacientes que apresentam úlceras demembros inferiores, deve primar por um atendimentode qualidade. Visando a isso, questionamos seuconhecimento na diferenciação das úlceras arteriaise venosas, o que nos motivou a realizar este trabalho,que foi desenvolvido em Unidades de Saúde da Família(USFs) por acreditarmos que esse tipo de serviço representaum locus privilegiado para o desenvolvimento deações de promoção da saúde, prevenção, reabilitaçãode doenças e agravos mais frequentes. Os profissionaisda USF e a população acompanhada criam vínculos decorresponsabilidade, o que proporciona melhor acompanhamentodessa população usuária do Programa deSaúde da Família.2 ObjetivosGeral:Identificar o conhecimento dos profissionaisde enfermagem na diferenciação de úlceras venosa earterial.Específicos:Caracterizar os profissionais em relação à formação,à experiência e a atualizações.Identificar o tempo de atuação dos profissionaisde enfermagem na sala de curativo.3 Materiais e métodos3.1 Considerações geraisA Supervisão Técnica de Saúde (STS) Penha, geograficamente,localiza-se na região abrangida pelaSubprefeitura Penha. É composta por 13 UnidadesBásicas de Saúde (UBSs), cinco USFs, um ambulatório deespecialidades (AE), um centro de referência em AIDS/DST, um centro de apoio psicossocial (CAPS), um centrode convivência, um hospital público e dois privados depequeno porte.3.2 Tipo de pesquisaTrata-se de um estudo transversal descritivo comabordagem quantitativa.3.3 Local de estudoA pesquisa foi feita em USF de uma região de SãoPaulo.3.4 Coleta de DadosA pesquisa foi realizada nas cinco USFs citadas.Os pesquisadores solicitaram aos gerentes das unidadespermissão para realizá-la.Os pesquisadores apresentaram-se na USF nasdatas estipuladas. Nesse dia, entrevistaram todos osenfermeiros e auxiliares de enfermagem que fazemparte das Equipes de Saúde da Família (ESF) 1 . Devidoà ausência de alguns dos componentes da equipe, osentrevistadores retornaram à USF por várias vezes.Ao chegarem às unidades, explicaram a pesquisa aosenfermeiros e auxiliares, esclarecendo os objetivos, esolicitaram sua participação.3.5 Instrumentos de ColetaFoi utilizado um formulário composto por dezquestões, tendo o tempo médio de respostas estimadode dez minutos.3.6 População e amostraLevando-se em conta que as USFs possuem conjuntamente16 equipes, foram entrevistados os enfermeiros,num total de 16 e os dois auxiliares de cada ESF, queteriam totalizado 32. No entanto, dois auxiliares estavamde férias e um se recusou a responder. Assim, a amostrafoi composta por 29 auxiliares de enfermagem. A populaçãofinal do estudo foi constituída de 45 pessoas.1 A Equipe de Saúde da Família é composta por um enfermeiro, ummédico generalista, dois auxiliares de enfermagem e quatro a seisagentes comunitários de saúde (ACS).III Seminário Nacional de Pesquisa, 2009. 39
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