Ciências da Saúde321 IntroduçãoO ambiente escolar é um campo de investigaçãoamplo, mas são poucos os artigos que mencionam situaçõesde pessoas em cadeira de rodas na escola. Muitostrabalhos ainda limitam-se a pesquisas de caso ou experimentoscom variáveis isoladas.Neste trabalho, a busca de intervenção passa a serum desafio metodológico e prático para a população queutiliza cadeira de rodas. Existem inúmeras formas deestruturar, investigar, discutir e revisar propostas pedagógicasque valorizem esse ambiente. A busca da (re)construção dos valores para a disciplina de EducaçãoFísica deve ser constante, ou seja, precisamos repensar aprática (GIMENEZ, 2006).Observar as várias manifestações que o ambienteescolar proporciona seria uma justificativa ideal paraqualquer estudo que envolva abordagens sobre a aprendizagem,desenvolvimento, inclusão e interação. Assim,o objetivo deste estudo será analisar a literatura sobreinclusão de modo que valorize a diversidade, e propordiscussões que evidenciem o potencial das várias diferençasna escola.Dessa forma, abordaremos duas variáveis imprescindíveispara o aprendizado da pessoa usuária decadeira de rodas (cadeirantes) nas aulas de EducaçãoFísica: a acessibilidade e as habilidades motoras básicas.Entende-se por acessibilidade a possibilidade de acessoe uso aos cadeirantes, oferecendo-lhes facilidades esegurança (LOCH; BERNDT, 2001). Poderemos entãoinvestigar inúmeras irregularidades prediais e sociais(barreiras) que inviabilizam a participação efetiva denossos alunos de nossas aulas. Para Ribeiro (2004), aprática pedagógica se desenvolve a partir do espaçoescolar, que pode ser de possibilidades ou de limitações.É nela que apoiamos nossas adaptações pedagógicas,de materiais e, principalmente, de conteúdosque levam à aprendizagem das pessoas em sua diversidadehumana.Entende-se, então, o acesso como um grande veículopara aprendizagem e inclusão. Incluir é pensar namodificação da sociedade como parte de um processoque busca o desenvolvimento das pessoas com deficiências(SASSAKI, 1997).Também pode ser defendida de formas mais diretas, entre as quais inserir, introduzir, fazer parte douniverso escolar; porém repensar os conceitos é refletirsobre as ações que a prática proporciona ao individuoem contexto inclusivo, como pensar numa inclusão quenão requer apenas o outro indivíduo, mas todas as pessoasde “modo igualatório” (FREITAS, 2006).Por fim, a proposta de aprimorar o aprendizadoe a vida diária passa pela interação das possibilidadesque o aluno pode desenvolver ao se locomover em umacadeira de rodas. Freitas (2004), ao observar quais movimentosas pessoas em cadeira de rodas poderiam fazerdançando, apontou alguns em comum, sendo de ordemlocomotora, estabilizadora, manipulativa e combinada,que são chamados de habilidades motoras básicas emcadeira de rodas (FREITAS, 2007). Desempenhar essashabilidades requer técnicas de manejo de sua cadeira,conforme explicita Costa (2006). A observação dessascombinações na escola será abordada na tentativa decontribuir para um processo de inclusão de cadeirantesnas aulas de Educação Física, no desenvolvimentode suas competências remanescentes (provenientes dadeficiência) e suas habilidades como fator sistêmico deum pensar pedagógico de aprendizagem, intervenção eindependência do indivíduo na sociedade.Assim, este estudo utiliza-se da metodologia derevisão de literatura, objetivando a discussão sobre aspossibilidades de aprendizagem de pessoas usuárias decadeira de rodas no ambiente escolar.Observa-se, na literatura, uma discussão ampla esubjetiva sobre as possibilidades educacionais de pessoasque não possuem acesso, condições e habilidadesconsideradas mínimas para a aprendizagem.Para nortear as discussões, serão consideradasalgumas dificuldades encontradas tanto na literaturaquanto nas ações de vida diária, como a acessibilidadee o desempenho de habilidades motoras em cadeira derodas. Pode-se observar que a aprendizagem é dependentedos processos relacionais entre esses váriosfatores, que envolvem não só a instituição escola, mastambém a comunidade onde está inserida.As habilidades motoras em cadeira de rodasdevem ser trabalhadas nas aulas para auxílio do processoinclusivo dos alunos na Educação Física. Noentanto, vale lembrar que a diversidade humana precisaser respeitada, levando-se em conta as possibilidades demovimento oferecidas pelo equipamento.2 Acessibilidade escolarNo contexto pedagógico de inclusão social, aindase dá como distante a relevância do acesso enquantoinfluência no processo de aprendizagem.As condições oferecidas aos usuários de cadeira derodas (cadeirantes), na rotina diária e nas escolas, aindapassam por muitas reformulações (adaptações) que,muitas vezes, são superficiais diante da necessidadeglobal do indivíduo na sociedade.Ao considerarmos o ambiente escolar apenascomo o prédio em que se desenvolvem as atividadesimportantes para a aprendizagem, esquecemos umfator importantíssimo quando falamos de inclusão poracesso, que é o caminho que ele faz ao ir para a escola.Assim, a acessibilidade do estudante cadeirantedeveria ser avaliada considerando o “sair de casa” até aIII Seminário Nacional de Pesquisa, 2009.
Ciências da Saúdechegada à instituição, sendo esta a primeira barreira deaprendizagem imposta à pessoa cadeirante.Chegando à escola, barreiras ainda são encontradas:muitas vezes, o cadeirante não possui acessoao portão de entrada principal dos alunos, por haverescada ou algum outro obstáculo.Para Oliveira (2008), torna-se essencial o investimentona acessibilidade das cidades, e também nosprogramas de transportes especializados, que atendamàs necessidades imediatas dos cidadãos com e sem deficiência.Para o autor, esse processo deve ser iniciado edesenvolvido prioritariamente nos ambientes estudantis.O conjunto social em que a pessoa está inseridapassa a ser ponto de partida para a aprendizagem pormeio do acesso, com o qual vários fatores devem serrelacionados a uma rotina de (in)eficiências, pois umfator não pode ser considerado de forma isolada. A salade aula pode gerar discussões e iniciativas que mobilizema entidade escola para manifestações e/ou debatesque envolvam tais projetos.Comunidade, família e órgãos responsáveis complementariamesse processo manifestativo e inclusivode interações em que as partes comunicantes devemagir em prol de um bem não só específico à pessoacom deficiência, mas comum entre todos de um mesmobairro e de uma mesma cidade.É percebida, então, uma necessidade de repensara organização escolar nos níveis macro e microestrutural,contemplado desde a gestão no sentido mais amplo,o “sistema de ensino” da escola, até a organização daprática educacional em sala de aula (FREITAS, 2008). AFigura 1 busca ilustrar algumas interações educacionaispara o processo de aprendizagem pensada no acesso.Para que essas interações possam ocorrer, órgãospúblicos devem estar envolvidos nos projetos inclusivoscom apoio financeiro, tanto para compra de materiaispedagógicos quanto para restauração de acessibilidade,político-organizacional e/ou pedagógico. Essa propostainvadiria o ambiente casa, o que proporcionaria às famíliasamparo para o desempenho das funções inclusivas,assumindo responsabilidades para levar os alunos ainstituições e escolas.A organização da escola (horários, instalações,serviços de apoio, refeições, biblioteca etc.) pode constituirempecilhos e barreiras. (Re)significar não deveser entendido como conceber a aprendizagem de formafácil ou divertida, mas, sim, remanescer processos deaprendizagem, evitando os constrangimentos que seencontram diretamente ligados às aulas e atitudes. (Re)pensar a organização da escola é objetivar também ointeresse do aluno para que todos possam ter possibilidadesde sucesso (RODRIGUES, 2008) nesse ambientetão rico de interações, fértil de sugestões e berço daspossibilidades inclusivas.Figura 1: InteracionalFonte: O autor.Sala de AulaEscolaBairroCasaMunicípioSendo da escola o primeiro passo, observemos aFigura 1, voltada para a educação do acesso como possibilidadede aprendizagem. Um dos passos de quedevemos cuidar diz respeito à acessibilidade espacial,possibilitando a todos os alunos o direito de circularpor suas dependências, utilizar funcionalmente todosos espaços e frequentar as salas de aula de forma efetivae interativa com todos os materiais que nela estãodispostos (ARANHA, 2004). Essas condições devem serobservadas em todo o processo adaptativo predial concedidopela ABNT/1994.3 Habilidades motoras, EducaçãoFísica e a pessoa usuária decadeira de rodasDiscutir as possibilidades de um aluno com deficiênciaser ou não inserido nas aulas de Educação Física,e quanto essa inserção é feita de forma inclusiva, adaptadae benéfica para o aluno, sempre será intrigantepara os professores que trabalham nas escolas que atendempessoas com deficiência. Outro ponto importanteestá na pergunta: qual atividade deve ser adaptada ecomo será o processo mediante a diversidade humana?Este tópico tratará, especificamente, de propostas detrabalho para pessoas usuárias de cadeira de rodas,considerando sempre as lesões e seus acometimentos aomovimento.Para que todos os alunos possam desfrutar plenamentedas aulas de Educação Física, torna-se necessárioo entendimento sobre as habilidades motoras em cadeirade rodas e as limitações causadas pelas lesões e equipamentosutilizados (cadeira de rodas).A habilidade motora de cadeirantes deve levarem consideração os movimentos remanescentes decada indivíduo. A apresentação de novas possibilidadesde movimento deve ser feita de modo que satisfaçaIII Seminário Nacional de Pesquisa, 2009. 33
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