Ciências Humanasde princípios e fundamentos da referida reforma educacional.No intuito de verificar os resultados produzidospela implementação da reforma e como os fundamentose os princípios prescritos pela proposta curricularse consubstanciam por meio das práticas docentes nocotidiano escolar, nos apoiaremos no conceito de objetivaçãodo currículo de Sacristán (2000, p. 105), conformeesquema a seguir:somente quando inseridos no seu todo correspondente;por outro lado, o todo do qual “[…] não foram diferenciadose determinados os momentos é um todo abstratoe vazio (KOSIK, 2002, p. 49)”, o que evidencia a conexãoe a mediação recíproca da parte e do todo.A construção dialética do conhecimento entendeque o pensamento parta do empírico apoiado no realconcreto, e que, assim, “[…] o verdadeiro ponto departida, bem como o verdadeiro ponto de chegada éo concreto real. Desse modo, o empírico e o abstratosão momentos do processo de conhecimento, isto é, doprocesso de apropriação do concreto no pensamento(SAVIANI, 1989, p. 12).”A concepção materialista-dialética da realidadecomo totalidade concreta possibilita a compreensão decada fenômeno social como momento do todo e comofato histórico. A função dupla desempenhada pelo fenômenosocial éO referencial teórico-metodológico foi escolhidoe elaborado com a intenção de permitir que a observaçãodo fenômeno revele a essência, em outras palavras,que permita alcançar o entendimento da práxis docenteconcreta pela observação empírica no cotidiano escolare pelos fundamentos teóricos abstratos da propostacurricular, desvelando os sentidos da objetivação daproposta curricular.Tendo em vista o propósito de analisar criticamentea prática docente entendida como realidadeconcreta, faz-se necessário esclarecer a concepção derealidade que se assume e que, por sua vez, pressupõeque esta seja cognoscível.O significado da prática escolar como conhecimentoda realidade social só pode sercompreendido em seu contexto e no todo. Noentanto, a concepção total da realidade social é quedeterminará o próprio conceito de prática escolar comofato social.Para o materialismo histórico, a realidade socialpode ser conhecida em sua concreticidade (totalidade)quando se elimina a natureza da realidade social, elimina-sea pseudoconcreticidade, conhece-se a realidadesocial como unidade dialética de base e de supraestruturae se percebe o homem como sujeito objetivo,histórico-social. A abstração dos fatos isolados artificialmentedo todo adquire verdade e concreticidade98[…] capaz de dele fazer efetivamente um fatohistórico: de um lado, definir a si mesmo,e de outro definir o todo; ser ao mesmotempo produtor e produto; ser revelador eao mesmo tempo determinado; ser reveladore ao mesmo tempo decifrar a si mesmo;conquistar o próprio significado autêntico eao mesmo tempo conferir um sentido a algomais […] (KOSIK, 2002, p. 49).A categoria de totalidade concreta, tal qualelaborada por Karel Kosik, será adotada como “[…] concepçãodialético-materialista do conhecimento do real […](KOSIK, 2002, p. 61)”, a fim de apoiar as futuras discussõesacerca da cultura da escola como filtro mediador,na práxis pedagógica docente, da relação entre teoria eatividade prática.A práxis na sua essência e universalidade é a revelaçãodo segredo do homem como ser ontocriativo, comoser que cria a realidade (humano-social) e que, portanto,compreende a realidade (humana e não-humana, a realidadena sua totalidade). A práxis do homem não é aatividade prática contraposta à teoria; é determinaçãoda existência humana como elaboração da realidade(KOSIK, 2002, p. 222, grifos do autor).5 Considerações finaisNesta aproximação inicial com a proposta curricularda reforma de Ensino em curso no Estado de SãoPaulo, entendemos que os documentos expressam claramenteprincípios de valorização do aluno como sujeitode um processo centrado na aprendizagem, e não maisno ensino, de contextualização do conhecimento emsituações concretas, de transferência das competênciasIII Seminário Nacional de Pesquisa, 2009.
e de sua aplicação em diferentes contextos, fundamentosestes da denominada Pedagogia das Competências.De acordo com Apple (2006), podemos perceber,nas concepções de competência, de aluno ideal,de conhecimento tido como importante ou não e decomportamento adequado, as produções mentais elaboradaspelos professores em resposta ao que se percebecomo problemas reais, observados em situações concretasdentro e fora das escolas. Entretanto, vale ressaltarque as ideias e ações provenientes das condições ideológicas,econômicas e sociais, existentes tanto no interiorquanto no exterior da escola, é que determinam o que sepensa serem os problemas reais da educação.A escola é por excelência um espaço de produção ereprodução cultural. Segundo Silva Jr. e Ferretti (2004).Sua estrutura organizacional decorre do conjunto deatividades que precisa desenvolver para cumprir suafunção social. A sociedade espera da escola a transmissãode conhecimentos historicamente produzidos,a formação de um cidadão capaz de dirigir o própriocomportamento e que esteja apto a escolher, livre e deliberadamente,seus representantes.As modificações que a reforma está produzindono cotidiano escolar dependem não somente dos critériose fundamentos que orientam essas modificações,mas também, e principalmente, de como elas se concretizampor meio das práticas docentes no cotidianoescolar. Sacristán (2000) afirma que a importância dequalquer proposta curricular de modificação da práticaeducativa se comprova na concretização desta emsituações reais. O currículo em ação, ao se expressar pormeio de uma práxis, reflete a articulação entre teoria eprática, entre intenções e realidade, conferindo, assim,seu significado último.Perceber em que medida a apropriação dos fundamentosda proposta curricular do programa “SãoPaulo faz escola” pelos professores, revelada na objetivaçãodesses fundamentos em sua prática pedagógica,possibilita entender de que modo esste projeto políticode reforma educacional se consubstancia no cotidianoescolar para produzir, ou não, os resultados esperadosde melhoria da qualidade de ensino em toda a rede.Entendendo a cultura escolar como um processodinâmico historicamente construído, que muda lentamentecom a apropriação das propostas que chegamàs escolas, que implica a recontextualização e a ressignificaçãodestas (FERRETTI, TARTUCE; ZIBAS, 2006),torna-se fundamental para compreender o sentido finalCiências Humanasproduzido pelo currículo prescrito do programa “SãoPaulo faz escola” observar como o currículo vai sendomediado pelos professores e concretizado no cotidiano,da prática docente, como currículo em ação.ReferênciasAPPLE, Michael W. Ideologia e currículo. Tradução ViniciusFigueira. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, 1988.______. Lei de Diretrizes e Bases da Educação, nº 9.394/96.FERRETTI, Celso; TARTUCE, Gisela Lobo B. P.; ZIBAS,Dagmar M. L. A reforma do ensino médio e o protagonismode alunos e pais. In: ALMANDOZ, Maria Rosa etal. Gestão de inovações no Ensino Médio: Argentina, Brasil,Espanha. Brasília, DF: Liber Livro, 2006.FINI, Maria Inês (Coord.). Proposta Curricular do Estado deSão Paulo: língua portuguesa. São Paulo: SEE, 2008.KOSIK, Karel. Dialética do concreto. 7. ed. São Paulo: Paz eTerra, 2002.RUSSO, Miguel Henrique. Teoria e prática da administraçãoescolar: confluências e divergências Tese (Doutorado)-Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, SãoPaulo, 1995.SACRISTÁN, Gimeno. O currículo: uma reflexão sobre aprática. Porto Alegre: Artmed, 2000.SAVIANI, Dermeval. Educação: do senso comum àconsciência filosófica. 9 . ed. São Paulo: Cortez/AutoresAssociados, 1989.SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DO ESTADO DE SÃOPAULO. Caderno do Gestor: gestão do currículo na escola.São Paulo: SEE, 2008.______. Proposta Curricular do Estado de São Paulo – SãoPaulo faz escola. Disponível em: . Acesso em: 3 jun.2008.______. Proposta Curricular. DVD I, 2008.______. São Paulo faz escola: edição especial da proposta curricular– Orientação para professores. DVD, 2008.SILVA JR., João dos Reis; FERRETTI, Celso João. O institucional,a organização e a cultura da escola. São Paulo: Xamã.2004.III Seminário Nacional de Pesquisa, 2009. 99
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