Engenhariaspriação pelos estudantes. Assim, as entrevistas foramplanejadas e assumiram o papel central na nossametodologia de pesquisa.Pouco mais de dois meses após o fim da sequênciade aulas filmadas, percebemos a apropriação, porparte dos alunos, de algumas ferramentas da cultura daciência bem como de algumas visões adequadas sobre aconstrução do conhecimento científico.Essa construção de conhecimentos físicos, queconseguiu oferecer produtos e processos da ciência aosalunos, tem a característica importante de tratar de umensino por investigação, sendo o papel da professorade grande importância para a observação dos resultados,ajudando a interpretar as observações dos alunos;realizando questionamentos interessantes nas suasinterações com os estudantes, e, ao apresentar as atividades,problematizando-as.Igualmente importante foi o engajamento dogrupo de alunos, que, por meio do debate, construíram,de forma compartilhada, hipóteses quesustentaram sua atividade.Os instrumentos de análise que utilizamos nestetrabalho permitiram observar que, em um ensinodo tipo construtivista, existe a presença de umacultura científica nas interações professor-aluno ealuno-aluno. Essa cultura continua impregnada nasmentes dos alunos após algum tempo da realizaçãodo ensino, que, por fim, possibilitou, em alguns alunos,a mudança e/ou construção de algumas visõesadequadas do trabalho científico.A existência de elementos da cultura científicanos discursos dos alunos; o reconhecimento observado,em parte, dos alunos sobre a importância de um ensinoinvestigativo e do trabalho em grupo na investigaçãodos fenômenos físicos e a aquisição de uma melhorvisão do trabalho científico são motivos para afirmarmosque, nas aulas observadas e analisadas, houve umprocesso de “enculturação científica”.Essas considerações levantam algumas questõesque podem ser investigadas futuramente. Relatamosuma dúvida a respeito da possibilidade de o ensinotradicionalista promover elementos de uma culturacientífica, de caráter empírico-positivista (embora distorcida),pelo menos em relação ao pensamento damaioria dos pesquisadores da filosofia da ciência noensino de ciências.Outra questão levantada diz respeito ao papel e aoalcance do ensino por investigação na apropriação duradoura,por parte dos alunos, dos produtos e processosconstituintes da cultura científica.Nosso trabalho parece, então, concordar comuma série de considerações de diversos pesquisadoresdo ensino de Física, no que se refere à construção dosconhecimentos, de forma coletiva, em aulas de Física.296Portanto, é importante que a formação dos professorestenha a preocupação de abordar questões epistemológicas,culturais e sociológicas da ciência para que os novoseducadores compreendam o papel da ciência no mundo,ponderando suas visões distorcidas pela sociedade.Também é importante que os professores consideremesses aspectos no processo de ensino e aprendizagem.ReferênciasAZEVEDO, M. C. P. S. Ensino por investigação: problematizandoas atividades em sala de aula. Ensino de Ciências- Unindo a pesquisa e a prática. São Paulo: Pioneira ThomsonLearning, 2004. p. 19-34.BARROS, M. A.; CARVALHO, A. M. P. A história da ciênciailuminando o ensino de visão. Ciência e Educação, São Paulo,Unesp, v. 5, n. 1, p. 83-94, 1998.CAPECCHI, M. C. V. M. Aspectos da cultura científica ematividades de experimentação nas aulas de Física. Tese(Doutorado)- Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004.CARVALHO, A. M. P.; SANTOS, E. I.; AZEVEDO, M. C.P. S.; DATE, M. P. S.; FUJII, S. R. S., NASCIMENTO, V. B.Termodinâmica: um ensino por investigação. São Paulo:FEUSP/CAPES, 1999.CARVALHO, A. M. P. Profesores y formadores de profesorescolaboran en investigaciones sobre la enseñanza deCiência. Enseñanza de las ciências, Barcelona, ICE/UAB, v.15, n. 2, p. 155-71, 2003.COBERN, W. W.; AIKENHEAD, G. S. Cultural aspects oflearning Science. International handbook of Science Education,Londres, Kluwer Academic Publishers,p. 39-52, 1998.CUPANI, A.; PIETROCOLA, M. A relevância da epistemologiade Mário Bunge para o ensino de Ciências. CadernoBrasileiro de Ensino de Física, Florianópolis, Departamentode Física, UFSC, v. 19, número especial, p. 100-25, 2002.DÉSAUTELS, J.; LAROCHELLE, M. The epistemologyof students: The “thingfied” nature of scientific knowledge.International Handbook os Science Education, Londres,Kluwer Academic Publishers, p. 115-26. 1998.GIL-PÉREZ, D.; MONTORO, I. F.; ALIS, J. C.; CACHAPUZ,A.; PRAIA, J. Para uma imagem não deformada do trabalhocientífico. Ciência e Educação, São Paulo, Unesp, v. 7, n.2, p. 125-53. 2001.GIL-PÉREZ, D.; CACHAPUZ, A.; PRAIA, J. Problema,teoria e observação em Ciência: para uma reorientaçãoepistemológica da educação em Ciência. Ciência eEducação, São Paulo, Unesp, v. 8, n. 1, p. 127-145, 2002a.GIL- PÉREZ, D.; CACHAPUZ, A.; PRAIA, J. A hipótese ea experiência científica em educação em Ciência: contributospara uma reorientação epistemológica. Ciência eEducação, São Paulo, Unesp, v. 8, n. 2, p. 253-62, 2002b.III Seminário Nacional de Pesquisa, 2009.
LEMKE, J. L. Articulating communities: socioculturalperspectives on Science Education. Journal of Research inScience Education, v. 38, n. 3, p. 296-316.MATTHEWS, M. The nature of Science and Science teaching.International Handbook of Science Education, Londres,Kluwer Academic Publishers, p. 981-99, 1998.MOREIRA, E. F. Ensino por investigação: ensinando eaprendendo a cultura da Ciência. Dissertação. (Mestrado)-Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, SãoPaulo, 2005.NASCIMENTO, V. B. A natureza do conhecimento científicoe o ensino de Ciências. Ensino de Ciências - Unindoa Pesquisa e a Prática. São Paulo: Pioneira ThomsonLearning, 2004. p. 35-58.NEWTON, P., DRIVER, R.; OSBORNE J. The place of argumentationin the Pedagogy of School Science. InternationalJournal of Science Education, New York, Taylor & Francis, v.21, n. 5, p. 553-576. 1999.EngenhariasPORLÁN, A. R., RIVERO GARCIA , A.; MARTÍN DELPOZO, R. Conocimiento profesional y epistemologíade los profesores I: Teoria, Métodos e Instrumentos.Enseñanza de las ciencias, Barcelona, ICE/UAB, v. 15, n. 2, p.155-171, 1997.SILVA, D., NETO, V. F.; CARVALHO, A. M. P. Ensino dadistinção entre calor e temperatura: uma visão construtivista.Pesquisa em Ensino de Ciências e Matemática. Bauru, v.4, p. 22-39, 1997.TEIXEIRA, F. M.; MORTIMER, E. F. Estratégias e táticas deresistência nos primeiros dias de aula de química. QuímicaNova na Escola, Belo Horizonte, SBQ, n. 10, p 38-42, 1999.VILLANI, C. E. P.; NASCIMENTO, S. S. A argumentaçãoe o ensino de ciências: uma atividade experimentalno Laboratório Didático de Física do Ensino Médio.Investigações no Ensino de Ciências, Porto Alegre,IF-UFRGS, v. 9, n. 2, 2004. ( http://www.if.ufrgs.br).PIETROCOLA, M. A história e a epistemologia no ensino deciências: dos processos aos modelos de realidade na educaçãocientífica. Ciência em Perspectiva, Estudos, Ensaios eDebates. p. 133-149. Rio de Janeiro: MAST:SBHC, 2003.III Seminário Nacional de Pesquisa, 2009. 297
- Page 1 and 2:
ASPECTOS AMBIENTAIS EM PESQUEIRO(PE
- Page 3 and 4:
Ciências Biologicas(WATTENDORF, 19
- Page 5 and 6:
Ciências BiologicasFigura 2: Fotog
- Page 7 and 8:
Ciências BiologicasFigura 5: Fotog
- Page 9 and 10:
Ciências BiologicasNo lago 4, sua
- Page 11 and 12:
Ciências BiologicasFigura 12: Foto
- Page 13 and 14:
Ciências BiologicasFigura 16: Foto
- Page 15 and 16:
Ciências BiologicasFigura 20: Foto
- Page 17 and 18:
Ciências BiologicasELER, M. N. et
- Page 19 and 20:
Ciências da SaúdeSINTOMAS DE DIST
- Page 21 and 22:
Ciências da Saúdemeses, e se est
- Page 23:
A prevenção é a melhor medida pa
- Page 26 and 27:
Ciências da Saúde261 Introdução
- Page 28 and 29:
Ciências da SaúdeFigura 2: coloca
- Page 30 and 31:
Ciências da SaúdeLEE, G.; POLLO,
- Page 32 and 33:
Ciências da Saúde321 Introdução
- Page 34 and 35:
Ciências da Saúdee amplie o seu
- Page 37 and 38:
Ciências da SaúdeCONHECIMENTO DOS
- Page 39 and 40:
Ciências da SaúdeA maioria das ú
- Page 41 and 42:
Ciências da SaúdeQuando questiona
- Page 43 and 44:
Ciências da Saúdeé raro observar
- Page 45 and 46:
Ciências da SaúdeGráfico 1: Dist
- Page 47:
Ciências da SaúdeBorges, EL. Trat
- Page 50 and 51:
Ciências da Saúde50IntroduçãoAs
- Page 52 and 53:
Ciências da Saúde52Instrumentos d
- Page 54:
Ciências da SaúdeBU para fins de
- Page 57 and 58:
ConclusãoForam entrevistados 11 (5
- Page 59 and 60:
Ciências da SaúdeHIPERTENSÃO ART
- Page 61 and 62:
Ciências da SaúdeÉ inegável que
- Page 63 and 64:
A idade dos usuários varia de 30 a
- Page 65 and 66:
Ciências da Saúdecomo terapia ini
- Page 67 and 68:
27%Conclusão7% 4% 1%Pressão Arter
- Page 69 and 70:
Ciências da SaúdeEFEITOS DA MASSO
- Page 71 and 72:
Ciências da SaúdeEsclarecido e fo
- Page 73 and 74:
Ciências da Saúde6050Dor em mm403
- Page 75 and 76:
azão da falta de evidências. McNe
- Page 77:
45. Armijo-Olivo S, Gadotti I , Kor
- Page 80 and 81:
Ciências Exatas e da Terra801 Intr
- Page 82 and 83:
Ciências Exatas e da Terraidentida
- Page 84 and 85:
Ciências Exatas e da TerraInvestig
- Page 86 and 87:
Ciências Exatas e da TerraFigura 3
- Page 88 and 89:
Ciências Exatas e da TerraExtraç
- Page 90 and 91:
Ciências Exatas e da Terraselecion
- Page 93 and 94:
A PROPOSTA CURRICULAR DOPROGRAMA
- Page 95 and 96:
Ciências Humanasapoiar o professor
- Page 97 and 98:
Ciências HumanasO programa “São
- Page 99:
e de sua aplicação em diferentes
- Page 103 and 104:
Ciências Humanasdebates no Congres
- Page 105 and 106:
Ciências Humanaspolítica de conte
- Page 107 and 108:
cas até os recursos humanos. De ac
- Page 111 and 112:
A RELIGIOSIDADE NO FUTEBOL PROFISSI
- Page 113 and 114:
mas questões: Serginho tinha condi
- Page 115 and 116:
Ciências Humanasquisa, era uma equ
- Page 117 and 118:
Ciências Humanasameaçados de exti
- Page 119 and 120:
ALFABETIZAÇÃO: ONDE E COMO SE FOR
- Page 121 and 122:
político, ela deve ser vivenciada
- Page 123 and 124:
4 Política nacional de formaçãoi
- Page 125:
Ciências HumanasDessa forma, acred
- Page 128 and 129:
Ciências Humanas1 IntroduçãoEste
- Page 130 and 131:
Ciências HumanasO aprender a ser e
- Page 133 and 134:
COMPLEXIDADE NA INTEGRAÇÃODO OPER
- Page 135 and 136:
Ciências Humanassua principal fun
- Page 137 and 138:
Ciências Humanasrias da Logística
- Page 139 and 140:
Ciências HumanasNível de Qualidad
- Page 141 and 142:
Ciências Humanasno nível de servi
- Page 143 and 144:
objetivos estratégicos da empresa
- Page 145 and 146:
Ciências HumanasEDUCAÇÃO, PROTES
- Page 147 and 148:
Ciências Humanaso resultado de 105
- Page 149 and 150:
que a dialética do real é impregn
- Page 151 and 152:
Ciências HumanasINVENTÁRIO CRÍTI
- Page 153:
Ciências Humanasnão é nada despr
- Page 169 and 170:
MÚSICA BRASILEIRA PARAENSINAR GEOG
- Page 179 and 180:
Ciências HumanasPRÁTICA DOCENTE E
- Page 183:
de importância e as relações int
- Page 189:
A região manteve suas característ
- Page 209:
Ciências Sociais AplicadasESTUDO D
- Page 229 and 230:
Ciências Sociais AplicadasHIDROGRA
- Page 234 and 235:
Ciências Sociais AplicadasFigura 1
- Page 237 and 238:
3.3 Orientação de vertentesA orie
- Page 239:
______.; SAD, J. H. G. Estratigrafi
- Page 252: Ciências Sociais AplicadasIntrodu
- Page 260: Ciências Sociais Aplicadas1 Introd
- Page 271 and 272: SOLOS DO PARQUE ESTADUALDO IBITIPOC
- Page 274 and 275: Ciências Sociais AplicadasFigura 1
- Page 276 and 277: Ciências Sociais AplicadasAnálise
- Page 281: Ciências Sociais AplicadasAnálise
- Page 287 and 288: ENSINANDO E APRENDENDOA CULTURA DA
- Page 291 and 292: Engenhariascias seja suficiente par
- Page 293 and 294: EngenhariasEm seguida, como em outr
- Page 295: EngenhariasA sequência a seguir re
- Page 300 and 301: Engenharias1 IntroduçãoDestro 1 p
- Page 302 and 303: Engenhariasvisando à racionalizaç
- Page 304: EngenhariasComo se trata de usinage
- Page 308 and 309: EngenhariasIntroduçãoNeste trabal
- Page 310 and 311: Engenharias2.3 Soluções sólitons
- Page 313 and 314: Linguística Letras e ArtesLINGUAGE
- Page 315: Linguística Letras e ArtesBABINI,
- Page 318 and 319: Linguística Letras e Artes1 Consid
- Page 320 and 321: Linguística Letras e ArtesTexto 2
- Page 322 and 323: Linguística Letras e Artesaquilo q
- Page 324 and 325: Linguística Letras e Artes1 Introd
- Page 326 and 327: Linguística Letras e Artesela ser
- Page 328 and 329: Linguística Letras e Artescujos tr
- Page 330 and 331: Linguística Letras e Artes1 Introd
- Page 332 and 333: Linguística Letras e ArtesLÍGIA
- Page 335 and 336: Linguística Letras e ArtesPEDAGOGI
- Page 337 and 338: Linguística Letras e Artessem que
- Page 339: ReferênciasANDRÉ, M. E. D. A. de: