Ciências da SaúdeA troca do curativo de BU, após sete dias, tambémé indicada por outros autores que ressaltam que, na presençade grande quantidade de exsudato e de edema,essa troca deve ser mais frequente 17 . Outros estudiososainda indicam que, se houver, além do extravasamentode exsudato, a presença de desconforto e sinais de rejeiçãoà BU, esta deve ser retirada em intervalo inferior asete dias 15 . Quanto à indicação da troca do curativo comBU em espaços menores de tempo, 77,27% (17) dos entrevistadosresponderam que o curativo deve ser trocadomais de uma vez por semana, em casos de úlceras muitoexsudativas, corroborando as orientações apontadaspela literatura da área. No entanto, 13,63% (3) responderamque não deveria ser trocado em nenhum caso,e 9,10% (2) não sabiam quando deveria ser substituído.Constatamos, portanto, que os participantes da pesquisadesconhecem a indicação para troca da BU em um tempomenor, mesmo que essa informação esteja indicada noProtocolo de Prevenção e Tratamento de Feridas da SMS.Tabela 6: Distribuição dos entrevistados segundofrequência da troca do curativo secundário à BU, SãoPaulo, 2008O curativo secundário é aquele aplicado sobre aBU no exato local da úlcera, com o intuito de facilitara drenagem do exsudato e evitar o odor provenientedele 14 . Caso o curativo esteja seco, ele tende a aderirao leito da ferida. A evolução da cicatrização é diferente,pois alguns pacientes podem apresentar maiorcapacidade de absorção da pasta ao longo do tempode permanência do curativo na lesão, sendo indicadaa associação de curativos não aderentes, que, segundo54,55% (11) dos entrevistados, devem ser trocados todosos dias. Do total de entrevistados, apenas 4,55% (1) nãosabiam quando deveria ser retirado.O curativo com BU é utilizado para a cicatrizaçãodas úlceras venosas e como medida profilática, evitandoo reaparecimento de novas ulcerações. Portanto,mesmo após a cicatrização da úlcera, ele continua sendoutilizado por um período de tempo. De acordo com osfabricantes, o tratamento só deve ser interrompido noscasos de hipersensibilidade a algum dos componentesda BU, promovendo, assim, sinais de rejeição.De acordo com o Protocolo de Prevenção eTratamento de Feridas da SMS 19 , os sinais de rejeiçãoconsistem em aumento da dor, piora do edema, cianosede extremidades e piora da úlcera, podendo serdecorrência de algum componente da BU ou de técnicainadequada.56Troca do curativo secundário N %Após sete dias 1 4,55%Todos os dias 11 54,55%Apenas quando há exsudato 9 40,90%Total 22 100,00%A rejeição acontece em raros casos e só poderá serconhecida após a aplicação da BU, sendo, assim, contraindicadapara futuras aplicações.Um estudo feito no Município de São Paulo, comuma marca conhecida de BU, pelo Hospital SantaMarcelina, mostrou incidência na ordem de 4,0% de reaçõesalérgicas num universo de 255 pacientes tratados 20 .O Protocolo de Prevenção e Tratamento de Feridas 19da SMS indica que a recolocação do curativo deve serfeita preferencialmente pela manhã, com repouso préviode 15 minutos, com os membros inferiores elevados,feita uma avaliação constante da coloração do membro,questionando ao paciente se está muito apertado. Odocumento cita ainda que, a cada troca, deve-se fazera avaliação da redução do edema por meio da verificaçãocom fita métrica da circunferência da panturrilhae tornozelo; essa medida é referida como índice tornozelo-braqueal(ITB).Apenas 9,10% (2) dos entrevistados responderamnão saber qual procedimento deve ser adotado na recolocaçãodo curativo com BU. 90,90% (20) disseram que opaciente deve ser orientado a fazer repouso prévio de,pelo menos, 15 minutos antes da recolocação. Nenhumdos entrevistados citou a necessidade de verificar oíndice tornozelo-braqueal (ITB).Segundo Carmo et al. 3 , as recidivas das úlcerasacontecem em número elevado (66,00%) e constituemum dos problemas mais importantes na assistênciaaos portadores de insuficiência venosa. Dos entrevistados,59% responderam ter conhecimento sobre casosde reincidência em utentes tratados com o curativo BUnas USs em que atuam, e atribuem essas recidivas aofato de os pacientes não seguirem as orientações fornecidasa eles.Após a cicatrização da úlcera, o grande desafio éevitar as recidivas. A principal medida para alcançaresse objetivo é o uso de meias elásticas. Os pacientesdevem ser incentivados a usar as adequadas. Há quatroclasses de meias compressivas baseadas na pressãoexercida no tornozelo, que deve ser graduada, ou seja,maior no tornozelo e menor na coxa. Os pacientes comúlceras cicatrizadas necessitam de compressão variávelde 30 a 40 mmHg (meia elástica classe II) ou de 40 a 50mmHg (meia elástica classe III) 17 .Sem medidas de suporte, como o uso da meiaelástica, em muitos casos ocorre a recidiva precoce.Portanto, é importante a colaboração completa dopaciente, mesmo após a cicatrização da úlcera 6 . Alémdisso, os pacientes devem ser orientados a manter opeso na faixa de normalidade e evitar o tabagismo. Arealização de drenagem linfática manual e a fisioterapiatambém são indicadas para melhorar a mobilidade daarticulação do tornozelo 17 .III Seminário Nacional de Pesquisa, 2009.
ConclusãoForam entrevistados 11 (50%) enfermeiros e 11(50%) profissionais de nível técnico que trabalham nasUSs; a idade variou de 33 a 58 anos, com média de 46,36anos; 21 (95,50%) do sexo feminino, e o tempo de atuaçãoem saúde pública variou entre 8 meses e 30 anos,tendo como média 12,71 anos.O curativo com BU é realizado em todas as USspesquisadas, e 17 (77,24%) profissionais atuantes nessasunidades receberam o treinamento oferecido pela SMSque variou de uma semana a oito anos, com média de2,18 anos.Embora o protocolo de feridas esteja disponívelem todas as USs, apenas 17 (77,24%) dos entrevistadosdisseram conhecê-lo.O enfermeiro tem respaldo do COREN, mas apenas14 (63,61%) dos curativos com BU prescritos nas USssão indicados por ele. Dos entrevistados, 10 (45,45%) responderamque o curativo é realizado pelo enfermeiro,e seis (27,25%), que é o auxiliar quem realiza o curativo,sob supervisão do enfermeiro.Cinco (22,76%) responderam que não sabiam sehavia contraindicação para o uso do curativo com BUque, se for o uso inadequado, pode causar agravos àsaúde do utente.Dos 17 (77,27%) que responderam que havia contraindicaçõespara o uso da BU, apenas dez (45,45%)descreveram aquelas citadas em trabalhos científicos,contidas no Protocolo de Feridas da SMS e nas indicaçõesdos fabricantes.Dos entrevistados, 18 (81,82%) responderam quehá uma técnica correta para a aplicação da BU e descreveramos principais procedimentos realizados durantea sua colocação. A técnica usada na aplicação do curativocom BU influencia sua ação e pode predispor ospacientes em tratamento a complicações. 20 (90,90%) dosentrevistados responderam que a troca da BU deve serrealizada a cada sete dias, salvo exceções, quando háextravasamento de exsudato, piora do edema e sinais derejeição, como refere o Protocolo de Feridas da SMS eos fabricantes. Apenas um (4,55 %) não sabia com quefrequência o curativo deveria ser trocado, e outro entrevistado(4,55 %) respondeu que a BU deveria ser trocadatodos os dias.Nove (40,90%) responderam que, nas USs em queatuam, não havia casos de reincidência após o tratamentocom BU. Dados de outras pesquisas apontamnúmeros mais elevados de casos de reincidência após otratamento com BU.Apenas um (4,55%) referiu que o curativo com BUé ineficaz e 21 ( 95,45%) acham-no eficaz no tratamentodas ulcerações provenientes da insuficiência venosa.Ciências da SaúdeConcluímos que, de modo geral, os profissionaisde enfermagem atuantes nas USs participantes dapesquisa conhecem a técnica de aplicação, mas não osfundamentos científicos primordiais para a prestaçãoda assistência adequada aos utentes. Para oferecer essaassistência, é necessário que haja reciclagem contínuadesses profissionais e que aconteça em períodos curtosde tempo. Além disso, é necessário complementaçãono Protocolo de Prevenção e Tratamento de Feridas daSMS, que é um norteador da assistência prestada e nãoapresenta o tema “colocação de BU” de forma completa.Sugerimos que sejam criadas comissões que avaliemo tratamento dispensado aos utentes ou que essaavaliação seja feita por pessoal especializado; que hajatambém um programa de educação continuada oferecidoaos profissionais de enfermagem atuantes emsaúde pública, pois essa é uma forma de constante reciclageme aprimoramento.Referências1. Bíblia Sagrada ed. pastoral. Storniolo I, Balancin EMTrad. São Paulo: Paulus, 2000. Isaías 1:6.2. Candido LC. Nova abordagem no tratamento de feridas.Senac. 2001.3. Carmo SS, Castro CD, Rios VS, Sarquis MGA.Atualidades na assistência de enfermagem a portadoresde úlcera venosa. Rev Eletrônica de Enf. [serial on line].Mai-ago 2007; [acesso em 2008 mar. 23];9(2):[aproximadamente11 p.].Disponível em: .4. Ferreira ABH. Minidicionário Aurélio. 1.ed. Rio deJaneiro: Editora Nova Fronteira, 1986; p. 485.5. Stedman TL. Dicionário Médico. 27 ed. Rio de Janeiro:Guanabara Koogan, 2003; p.1694-5.6. Figueiredo M. Úlceras varicosas. In: Pitta,GBB; Castro,AA, Burihan, E, editores. Angiologia e cirurgia vascular:guia ilustrado. Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003.[acesso em 2008 mar. 23]. Disponível em: < http://www.lava.med.br/livro>.7. Kawamoto EE, Fortes JI. Fundamentos de Enfermagem.Ed. rev e ampl. São Paulo:EPU, 1997.8. Romiti N. Os pioneiros da dermatologia- Parte 2: Apropósito da vida e obra de Paul Gerson Unna. An BrasDermatol. 2005;80(1):79-80.9. Tiago F. Tratamento de úlceras de estase venosa comBota de Unna e carvão ativado. Rev Bras Enferm. 1996;Abr-Jun; 49(2):215-24.10. Luccas GC. Tratamento domiciliar da úlcera de estasevenosa. Cir Vasc Ang. 1986;2(2):25-6.III Seminário Nacional de Pesquisa, 2009. 57
- Page 1 and 2:
ASPECTOS AMBIENTAIS EM PESQUEIRO(PE
- Page 3 and 4:
Ciências Biologicas(WATTENDORF, 19
- Page 5 and 6: Ciências BiologicasFigura 2: Fotog
- Page 7 and 8: Ciências BiologicasFigura 5: Fotog
- Page 9 and 10: Ciências BiologicasNo lago 4, sua
- Page 11 and 12: Ciências BiologicasFigura 12: Foto
- Page 13 and 14: Ciências BiologicasFigura 16: Foto
- Page 15 and 16: Ciências BiologicasFigura 20: Foto
- Page 17 and 18: Ciências BiologicasELER, M. N. et
- Page 19 and 20: Ciências da SaúdeSINTOMAS DE DIST
- Page 21 and 22: Ciências da Saúdemeses, e se est
- Page 23: A prevenção é a melhor medida pa
- Page 26 and 27: Ciências da Saúde261 Introdução
- Page 28 and 29: Ciências da SaúdeFigura 2: coloca
- Page 30 and 31: Ciências da SaúdeLEE, G.; POLLO,
- Page 32 and 33: Ciências da Saúde321 Introdução
- Page 34 and 35: Ciências da Saúdee amplie o seu
- Page 37 and 38: Ciências da SaúdeCONHECIMENTO DOS
- Page 39 and 40: Ciências da SaúdeA maioria das ú
- Page 41 and 42: Ciências da SaúdeQuando questiona
- Page 43 and 44: Ciências da Saúdeé raro observar
- Page 45 and 46: Ciências da SaúdeGráfico 1: Dist
- Page 47: Ciências da SaúdeBorges, EL. Trat
- Page 50 and 51: Ciências da Saúde50IntroduçãoAs
- Page 52 and 53: Ciências da Saúde52Instrumentos d
- Page 54: Ciências da SaúdeBU para fins de
- Page 59 and 60: Ciências da SaúdeHIPERTENSÃO ART
- Page 61 and 62: Ciências da SaúdeÉ inegável que
- Page 63 and 64: A idade dos usuários varia de 30 a
- Page 65 and 66: Ciências da Saúdecomo terapia ini
- Page 67 and 68: 27%Conclusão7% 4% 1%Pressão Arter
- Page 69 and 70: Ciências da SaúdeEFEITOS DA MASSO
- Page 71 and 72: Ciências da SaúdeEsclarecido e fo
- Page 73 and 74: Ciências da Saúde6050Dor em mm403
- Page 75 and 76: azão da falta de evidências. McNe
- Page 77: 45. Armijo-Olivo S, Gadotti I , Kor
- Page 80 and 81: Ciências Exatas e da Terra801 Intr
- Page 82 and 83: Ciências Exatas e da Terraidentida
- Page 84 and 85: Ciências Exatas e da TerraInvestig
- Page 86 and 87: Ciências Exatas e da TerraFigura 3
- Page 88 and 89: Ciências Exatas e da TerraExtraç
- Page 90 and 91: Ciências Exatas e da Terraselecion
- Page 93 and 94: A PROPOSTA CURRICULAR DOPROGRAMA
- Page 95 and 96: Ciências Humanasapoiar o professor
- Page 97 and 98: Ciências HumanasO programa “São
- Page 99: e de sua aplicação em diferentes
- Page 103 and 104: Ciências Humanasdebates no Congres
- Page 105 and 106:
Ciências Humanaspolítica de conte
- Page 107 and 108:
cas até os recursos humanos. De ac
- Page 111 and 112:
A RELIGIOSIDADE NO FUTEBOL PROFISSI
- Page 113 and 114:
mas questões: Serginho tinha condi
- Page 115 and 116:
Ciências Humanasquisa, era uma equ
- Page 117 and 118:
Ciências Humanasameaçados de exti
- Page 119 and 120:
ALFABETIZAÇÃO: ONDE E COMO SE FOR
- Page 121 and 122:
político, ela deve ser vivenciada
- Page 123 and 124:
4 Política nacional de formaçãoi
- Page 125:
Ciências HumanasDessa forma, acred
- Page 128 and 129:
Ciências Humanas1 IntroduçãoEste
- Page 130 and 131:
Ciências HumanasO aprender a ser e
- Page 133 and 134:
COMPLEXIDADE NA INTEGRAÇÃODO OPER
- Page 135 and 136:
Ciências Humanassua principal fun
- Page 137 and 138:
Ciências Humanasrias da Logística
- Page 139 and 140:
Ciências HumanasNível de Qualidad
- Page 141 and 142:
Ciências Humanasno nível de servi
- Page 143 and 144:
objetivos estratégicos da empresa
- Page 145 and 146:
Ciências HumanasEDUCAÇÃO, PROTES
- Page 147 and 148:
Ciências Humanaso resultado de 105
- Page 149 and 150:
que a dialética do real é impregn
- Page 151 and 152:
Ciências HumanasINVENTÁRIO CRÍTI
- Page 153:
Ciências Humanasnão é nada despr
- Page 169 and 170:
MÚSICA BRASILEIRA PARAENSINAR GEOG
- Page 179 and 180:
Ciências HumanasPRÁTICA DOCENTE E
- Page 183:
de importância e as relações int
- Page 189:
A região manteve suas característ
- Page 209:
Ciências Sociais AplicadasESTUDO D
- Page 229 and 230:
Ciências Sociais AplicadasHIDROGRA
- Page 234 and 235:
Ciências Sociais AplicadasFigura 1
- Page 237 and 238:
3.3 Orientação de vertentesA orie
- Page 239:
______.; SAD, J. H. G. Estratigrafi
- Page 252:
Ciências Sociais AplicadasIntrodu
- Page 260:
Ciências Sociais Aplicadas1 Introd
- Page 271 and 272:
SOLOS DO PARQUE ESTADUALDO IBITIPOC
- Page 274 and 275:
Ciências Sociais AplicadasFigura 1
- Page 276 and 277:
Ciências Sociais AplicadasAnálise
- Page 281:
Ciências Sociais AplicadasAnálise
- Page 287 and 288:
ENSINANDO E APRENDENDOA CULTURA DA
- Page 291 and 292:
Engenhariascias seja suficiente par
- Page 293 and 294:
EngenhariasEm seguida, como em outr
- Page 295 and 296:
EngenhariasA sequência a seguir re
- Page 297:
LEMKE, J. L. Articulating communiti
- Page 300 and 301:
Engenharias1 IntroduçãoDestro 1 p
- Page 302 and 303:
Engenhariasvisando à racionalizaç
- Page 304:
EngenhariasComo se trata de usinage
- Page 308 and 309:
EngenhariasIntroduçãoNeste trabal
- Page 310 and 311:
Engenharias2.3 Soluções sólitons
- Page 313 and 314:
Linguística Letras e ArtesLINGUAGE
- Page 315:
Linguística Letras e ArtesBABINI,
- Page 318 and 319:
Linguística Letras e Artes1 Consid
- Page 320 and 321:
Linguística Letras e ArtesTexto 2
- Page 322 and 323:
Linguística Letras e Artesaquilo q
- Page 324 and 325:
Linguística Letras e Artes1 Introd
- Page 326 and 327:
Linguística Letras e Artesela ser
- Page 328 and 329:
Linguística Letras e Artescujos tr
- Page 330 and 331:
Linguística Letras e Artes1 Introd
- Page 332 and 333:
Linguística Letras e ArtesLÍGIA
- Page 335 and 336:
Linguística Letras e ArtesPEDAGOGI
- Page 337 and 338:
Linguística Letras e Artessem que
- Page 339:
ReferênciasANDRÉ, M. E. D. A. de: