13.07.2015 Views

Bioetanol de cana-de-açúcar - CGEE

Bioetanol de cana-de-açúcar - CGEE

Bioetanol de cana-de-açúcar - CGEE

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

No processamento industrial da <strong>cana</strong>, são necessários três tipos <strong>de</strong> energia: energia térmicapara os processos <strong>de</strong> aquecimento e concentração, energia mecânica nas moendas e <strong>de</strong>maissistemas <strong>de</strong> acionamento direto, como bombas e ventiladores <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte, bem comoenergia elétrica para acionamentos diversos, bombeamento, sistemas <strong>de</strong> controle e iluminação,entre outros fins. Para aten<strong>de</strong>r a essas <strong>de</strong>mandas energéticas, <strong>de</strong>senvolve-se, nas usinas <strong>de</strong>açúcar e bioetanol, a produção simultânea <strong>de</strong> diferentes formas <strong>de</strong> energia com base em umúnico combustível, o bagaço. Tal tecnologia é <strong>de</strong>nominada co-geração e representa um diferencialimportante da <strong>cana</strong> em relação às outras matérias-primas usadas para a fabricação <strong>de</strong>açúcar ou bioetanol, que necessitam <strong>de</strong> aporte energético externo para o processo industrial.A Figura 18 apresenta o esquema usualmente adotado para o sistema <strong>de</strong> co-geração naagroindústria <strong>cana</strong>vieira em todo o mundo, no qual as principais variações ocorrem na pressãodo vapor produzido nas cal<strong>de</strong>iras [Seabra (2008)]. Em síntese, utilizando o calor liberadopela combustão do bagaço nas cal<strong>de</strong>iras, produz-se vapor <strong>de</strong> alta pressão, utilizado emturbinas a vapor para geração elétrica e acionamentos mecânicos, cujo vapor <strong>de</strong> escape, abaixa pressão, aten<strong>de</strong> aos usos térmicos. Essa concepção básica comporta diversas variantesconstrutivas, que po<strong>de</strong>m ampliar a produção <strong>de</strong> energia elétrica por tonelada <strong>de</strong> <strong>cana</strong> processada,sob investimentos mais elevados. Embora se utilize, praticamente, apenas o bagaçocomo combustível na agroindústria, crescentemente se incorpora também parte dos resíduos<strong>de</strong> colheita, a palha da <strong>cana</strong>.Em condições típicas, o balanço <strong>de</strong> vapor <strong>de</strong> uma usina é, em geral, equilibrado, isto é, a oferta<strong>de</strong> vapor aten<strong>de</strong> suficientemente à <strong>de</strong>manda. Com efeito, po<strong>de</strong>-se afirmar que, ao longo <strong>de</strong> seu<strong>de</strong>senvolvimento, essa agroindústria foi se ajustando para manter esse equilíbrio, compensandoos incrementos do volume <strong>de</strong> açúcares a processar, <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> melhorias <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> da<strong>cana</strong>, com ganhos na eficiência dos sistemas <strong>de</strong> geração e uso <strong>de</strong> vapor. Consi<strong>de</strong>rando valores representativosdas usinas brasileiras na atualida<strong>de</strong>, similares à <strong>de</strong> outros países, no processamento<strong>de</strong> uma tonelada <strong>de</strong> <strong>cana</strong>, a disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> bagaço (com 50% <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>) é da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong>250 kg, que permite produzir entre 500 kg e 600 kg <strong>de</strong> vapor, da mesma or<strong>de</strong>m do consumono processo, entre 400 kg e 600 kg <strong>de</strong> vapor [Leal (2007)]. Nesse contexto, com uma gestão responsáveldas <strong>de</strong>mandas <strong>de</strong> vapor e com a adoção <strong>de</strong> cal<strong>de</strong>iras mais eficientes, é possível obtersobras <strong>de</strong> bagaço. De todo modo, os ganhos mais interessantes acontecem na etapa <strong>de</strong> geração<strong>de</strong> potência, anterior ao uso do vapor no processo.Esses ganhos são possíveis porque, na produção <strong>de</strong> energia elétrica e mecânica na agroindústriada <strong>cana</strong>, observa-se um grau <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> importante, dado essencialmente pelacondição do vapor produzido nas cal<strong>de</strong>iras e utilizado pelas turbinas a vapor. Enquanto apressão do vapor na saída <strong>de</strong>ssas turbinas, por imposição do processo industrial, fica, emgeral, próxima a 2,5 bar, sua condição na entrada po<strong>de</strong> ser escolhida em uma ampla faixa,<strong>de</strong> acordo com a cal<strong>de</strong>ira empregada, e gerando uma potência proporcional à sua energiatérmica, função <strong>de</strong> sua pressão e temperatura na saída da cal<strong>de</strong>ira. Praticamente sem variara quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> combustível, é possível aumentar a produção <strong>de</strong> energia elétrica na agroindústria<strong>cana</strong>vieira adotando cal<strong>de</strong>iras e turbinas que operem com vapor a pressões e temperaturasmais elevadas.109<strong>Bioetanol</strong>-04.indd 109 11/11/2008 15:24:22

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!