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Bioetanol de cana-de-açúcar - CGEE

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firmado pelo presi<strong>de</strong>nte Geisel. Esse <strong>de</strong>creto estabeleceu linhas específicas <strong>de</strong> financiamento,formalizou a criação da Comissão Nacional do Álcool (CNA), responsável pela gestão doprograma, e <strong>de</strong>terminou uma parida<strong>de</strong> <strong>de</strong> preço entre o bioetanol e o açúcar cristal standard,estimulando a produção <strong>de</strong>sse biocombustível, até então um subproduto menos valorizado.Nesse contexto, foram estabelecidas como metas <strong>de</strong> produção 3 bilhões <strong>de</strong> litros <strong>de</strong> bioetanol,para 1980, e 10,7 bilhões <strong>de</strong> litros, para 1985. Foram também implementados diversosincentivos para expandir a produção e o uso <strong>de</strong> bioetanol combustível, inicialmente incrementando-sea adição <strong>de</strong> bioetanol anidro à gasolina. Nos primeiros anos da implementaçãodo Proálcool, foi <strong>de</strong>cisiva a atuação do ministro da Indústria e Comércio, Severo Gomes,que contou com o secretário <strong>de</strong> Tecnologia Industrial, José Walter Bautista Vidal, para a formataçãoinicial do programa, e posteriormente, em sua fase <strong>de</strong> maior expansão a partir <strong>de</strong>1979, com o ministro João Camilo Pena, que se mostraram comprometidos com o bioetanolcombustível e criaram as bases para sua consolidação. Como uma mensagem <strong>de</strong>ssa geração<strong>de</strong> pioneiros, o livro Energia da biomassa – Alavanca <strong>de</strong> uma nova política industrial apontaa necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transcen<strong>de</strong>r os sistemas energéticos convencionais para a “civilização dafotossíntese” [Guimarães et al. (1986)].Com um marco legal <strong>de</strong>cididamente favorável ao bioetanol, sua produção se ampliou <strong>de</strong>modo significativo. Entre 1975 e 1979, a produção <strong>de</strong> bioetanol (anidro e hidratado) passou<strong>de</strong> 580 mil m 3 para 3.676 mil m 3 , superando em 15% a meta estabelecida para aquele ano.Com o recru<strong>de</strong>scimento da crise do petróleo, em 1979, quando seus preços sofreram novaelevação, o Proálcool foi intensificado, estimulando-se o uso <strong>de</strong> bioetanol hidratado em motoresadaptados ou especificamente produzidos para o emprego <strong>de</strong>sse biocombustível. Nessaépoca, a <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> petróleo importado no Brasil era da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 85%, significando32% do total das importações brasileiras, com impactos ainda mais graves sobre a economianacional, o que justificava a meta ambiciosa <strong>de</strong> produzir 10,7 bilhões <strong>de</strong> litros <strong>de</strong> bioetanolem 1985. Com esse objetivo, mediante o Decreto 83.700, <strong>de</strong> 1979, o governo fe<strong>de</strong>ral reforçouo suporte à produção alcooleira com a criação do Conselho Nacional do Álcool (CNAL),ao qual coube a condução geral do Proálcool, e da Comissão Executiva Nacional do Álcool(Cenal), responsável pela implementação do programa [<strong>CGEE</strong> (2007a)]. Em tais condições,a produção <strong>de</strong> bioetanol atingiu 11,7 bilhões <strong>de</strong> litros em 1985, exce<strong>de</strong>ndo em 8% a metainicialmente pretendida.Em síntese, o conjunto <strong>de</strong> incentivos adotados pelo Proálcool nessa época, que se mostrouefetivamente capaz <strong>de</strong> motivar os agentes econômicos, incluía: a) <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> níveis mínimosmais altos no teor <strong>de</strong> bioetanol anidro na gasolina, que foram, progressivamente, elevados atéatingirem 25%; b) garantia <strong>de</strong> um preço ao consumidor para o bioetanol hidratado menor doque o preço da gasolina (nessa época, os preços dos combustíveis, ao longo <strong>de</strong> toda a ca<strong>de</strong>iaprodutiva, eram <strong>de</strong>terminados pelo governo fe<strong>de</strong>ral); c) garantia <strong>de</strong> remuneração competitivapara o produtor <strong>de</strong> bioetanol, mesmo frente a preços internacionais mais atrativospara o açúcar do que para o bioetanol (subsídio <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong>); d) abertura <strong>de</strong> linhas<strong>de</strong> crédito com empréstimos em condições favoráveis para os usineiros incrementarem suacapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção; e) redução dos impostos (na venda <strong>de</strong> carros novos e no licencia-155<strong>Bioetanol</strong>-06.indd 155 11/11/2008 15:25:46

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