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Bioetanol de cana-de-açúcar - CGEE

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A socieda<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rna tem enfrentado o agravamento da <strong>de</strong>gradação ambiental, ao mesmotempo em que se dá conta da existência <strong>de</strong> limites em suas reservas <strong>de</strong> recursos naturais,sejam eles energia, água ou metais. Nesse quadro, a energia <strong>de</strong>sempenha um papel central,impondo repensar com urgência as bases <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> suprimento que apresenta sinais<strong>de</strong> esgotamento e buscar novos recursos que permitam dar continuida<strong>de</strong> ao processo <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento socioeconômico. Como saída luminosa, no seio da escassez, volta a brilharo sol, fonte <strong>de</strong> tantas energias e que ainda representa um dos poucos recursos subutilizadospela humanida<strong>de</strong>. Com efeito, apenas uma ínfima fração da radiação solar inci<strong>de</strong>nte no planetaé atualmente empregada mediante processos tecnológicos, embora exista um enormepotencial para sua utilização, que, entretanto, pressupõe rotas eficientes e competitivas paraser viabilizada. Nesse contexto, apresenta-se, então, a bioenergia como uma das melhoresalternativas para captar e armazenar a energia solar, sempre que se disponha <strong>de</strong> terras livres,clima a<strong>de</strong>quado (luz, água e temperatura) e, na mesma importância, conhecimento suficientee disposição empreen<strong>de</strong>dora para aplicá-lo. Nesse sentido, é oportuno lembrar a reflexãovisionária <strong>de</strong> Henry Ford, publicada em 1934:I foresee the time when industry shall no longer <strong>de</strong>nu<strong>de</strong> the forests which requiregenerations to mature, nor use up the mines which were ages in the making, butshall draw its raw material largely from the annual products of the fields. I amconvinced that we shall be able to get out of the yearly crops most of the basicmaterials which we now get from forest and mine [Mo<strong>de</strong>rn Mechanix (1934)]. 1Especialmente apta para o suprimento <strong>de</strong> combustíveis veiculares, a energia solar na forma<strong>de</strong> bioetanol, produzido com eficiência e sustentabilida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>staca-se entre todas as energiasrenováveis disponíveis e é capaz <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r às urgentes <strong>de</strong>mandas para redução das emissões<strong>de</strong> gases <strong>de</strong> efeito estufa, melhorar a qualida<strong>de</strong> do ar nas metrópoles e competir em preçocom as energias convencionais. Além disso, essa rota po<strong>de</strong> proporcionar uma nova dinâmicaagroindustrial para os países tropicais com disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> terras e disposição para superaresquemas energéticos concentrados e ambientalmente problemáticos, conferindo segurançaenergética e trazendo novas perspectivas <strong>de</strong> crescimento econômico.Nas páginas prece<strong>de</strong>ntes, procurou-se mostrar, com o <strong>de</strong>talhamento e a fundamentação possíveisno alcance do presente trabalho, como a produção <strong>de</strong> bioetanol <strong>de</strong> <strong>cana</strong>-<strong>de</strong>-açúcar,associada à geração <strong>de</strong> energia elétrica e à produção <strong>de</strong> alimentos e biomateriais, apresentaindicadores bastante interessantes <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> e correspon<strong>de</strong>, atualmente, à melhoralternativa disponível para utilizar trabalho, terra, água e sol na produção <strong>de</strong> biocombustíveis.Procurou-se mostrar também como essa alternativa energética ainda apresenta um bompotencial <strong>de</strong> aperfeiçoamento, pela valorização dos subprodutos e a racionalização dos processosagroindustriais, que po<strong>de</strong>rão nos próximos anos superar os <strong>de</strong>z mil litros <strong>de</strong> etanol porhectare, sob uma reduzida <strong>de</strong>manda energética exógena e uma emissão <strong>de</strong> gases <strong>de</strong> efeito1 “Eu prevejo o momento em que a indústria não mais <strong>de</strong>rrubará florestas que levam gerações para crescer, nem utilizará produtosminerais que se formaram durante eras, mas buscará sua matéria-prima em gran<strong>de</strong> parte a partir das colheitas agrícolas.Estou convencido <strong>de</strong> que seremos capazes <strong>de</strong> obter da agricultura a maior parte das matérias básicas que hoje recebemos dasflorestas e das minas.”273<strong>Bioetanol</strong>-09.indd 273 11/11/2008 15:28:13

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