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Bioetanol de cana-de-açúcar - CGEE

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Precisamos que a Europa e os Estados Unidos reduzam suas subvenções e barreirasaduaneiras que favorecem os biocombustíveis <strong>de</strong>rivados do milho e sementesoleaginosas. Nos Estados Unidos, a utilização do milho para produzir bioetanolconsumiu mais <strong>de</strong> 75% do aumento da produção global <strong>de</strong>sse cereal, nos últimostrês anos. Decisores políticos <strong>de</strong>vem consi<strong>de</strong>rar “válvulas <strong>de</strong> segurança” que dificultemessas políticas, quando os preços são elevados. A escolha não tem <strong>de</strong> sercomida ou combustível. Cortes nas tarifas sobre etanol importado pelos mercadosnorte-americano e europeu iriam incentivar a produção mais eficiente <strong>de</strong> biocombustíveis<strong>de</strong> <strong>cana</strong>, que não concorrem diretamente com a produção alimentar,e aumentar as oportunida<strong>de</strong>s para os países mais pobres, inclusive na África[World Bank (2008)].A formação <strong>de</strong> mercados globais para o bioetanol e a ampliação <strong>de</strong> seus benefícios <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>mmuito <strong>de</strong> que essa correta compreensão da realida<strong>de</strong> se transforme em medidas efetivas.Diretamente relacionados com a formação dos mercados vista acima e igualmente importantespara o <strong>de</strong>senvolvimento da produção dos biocombustíveis em bases sustentáveis, apontam-secomo outros itens da agenda a integração e a coor<strong>de</strong>nação das políticas nacionais, arealização <strong>de</strong> estudos <strong>de</strong> avaliação dos potenciais para produção <strong>de</strong> biocombustíveis, comclara i<strong>de</strong>ntificação dos problemas, impactos negativos e vantagens <strong>de</strong> cada caso, que reforcema capacitação dos <strong>de</strong>cisores e promova uma articulação das políticas comerciais e <strong>de</strong>combate à mudança climática, na visão <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong> experientes estudiosos dos biocombustíveis[Best et al. (2008)].É importante observar que a mo<strong>de</strong>rna agroindústria da <strong>cana</strong>-<strong>de</strong>-açúcar ainda apresenta gran<strong>de</strong>spossibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> diversificação <strong>de</strong> seus produtos e incremento das disponibilida<strong>de</strong>s energéticas.Com a utilização das tecnologias em <strong>de</strong>senvolvimento ou já em fase-piloto, caminhasecada vez mais em direção às biorrefinarias, complexos produtivos capazes <strong>de</strong> fornecerbioenergia e biomateriais diversos, incluindo alimentos e plásticos bio<strong>de</strong>gradáveis. Na mesmadireção, os atuais estudos agronômicos com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> preservar e diversificar a base <strong>de</strong>germoplasma da <strong>cana</strong>-<strong>de</strong>-açúcar ten<strong>de</strong>m a ganhar amplitu<strong>de</strong> a partir dos estudos fundamentaissobre o processo fotossintético, ainda na fronteira do conhecimento e com interessantesperspectivas <strong>de</strong> incremento no <strong>de</strong>sempenho energético e produtivo <strong>de</strong>sse vegetal, que já éum dos mais eficientes na conversão da energia solar. A agroindústria da <strong>cana</strong>-<strong>de</strong>-açúcar estáapenas começando a mostrar suas possibilida<strong>de</strong>s.Há, certamente, muito que fazer e <strong>de</strong>safios por superar para a expansão dos sistemas bioenergéticos,mas os benefícios serão proporcionais, pois um <strong>de</strong>senvolvimento energético saudávele consistente é <strong>de</strong>terminante para consolidar uma nova relação entre a natureza e asocieda<strong>de</strong>. É com base nesse ponto <strong>de</strong> vista que a produção e o uso <strong>de</strong> bioetanol <strong>de</strong> <strong>cana</strong><strong>de</strong>-açúcaroferecem a perspectiva concreta <strong>de</strong> começar a construção <strong>de</strong> uma nova realida<strong>de</strong>energética, mais sustentável, que faça <strong>de</strong>ssa agroindústria a alavanca <strong>de</strong> <strong>de</strong>sejáveis transformaçõessociais e econômicas. O mo<strong>de</strong>lo brasileiro, aperfeiçoado por décadas e com novaspossibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> se expandir com produtivida<strong>de</strong> e eficiência, está à disposição dos países278<strong>Bioetanol</strong>-09.indd 278 11/11/2008 15:28:14

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