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Bioetanol de cana-de-açúcar - CGEE

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Recentemente, surgiram alguns questionamentos sobre o impacto da mudança do uso daterra <strong>de</strong>terminada pela produção <strong>de</strong> matéria-prima para biocombustíveis nas emissões <strong>de</strong>GEE. Afirma-se que, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da vegetação anterior na área utilizada para a produçãodo biocombustível, a perturbação provocada pela mudança do uso do solo po<strong>de</strong>ria liberarpara a atmosfera uma quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carbono, antes “aprisionado” na vegetação e no solo,suficientemente alta para comprometer o seu benefício ambiental. Essa questão, no entanto,é ainda muito controversa, pelo fato <strong>de</strong> que a disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dados medidos sobre esseefeito ainda não é suficiente para adiantar conclusões.De todo modo, essa é uma área que merece atenção e mais pesquisas ainda são necessáriaspara estimar <strong>de</strong> modo mais consistente a real parcela <strong>de</strong>ssas emissões no ciclo <strong>de</strong> vida dosbiocombustíveis. Não obstante, pelo menos no caso brasileiro, é pouco provável que possamser associadas perdas <strong>de</strong> cobertura florestal à produção <strong>de</strong> bioetanol, pois a expansão da lavoura<strong>cana</strong>vieira ocorreu em áreas antes ocupadas por pastagens <strong>de</strong> baixa produtivida<strong>de</strong> ouculturas anuais <strong>de</strong>stinadas, em gran<strong>de</strong> parte, à exportação, como a soja, ativida<strong>de</strong>s com menorretenção <strong>de</strong> carbono que a realizada pela cultura da <strong>cana</strong>-<strong>de</strong>-açúcar. Outro aspecto a serlevado em conta é o efeito do incremento da colheita <strong>de</strong> <strong>cana</strong> crua, com maior quantida<strong>de</strong><strong>de</strong> palha e, portanto, <strong>de</strong> carbono sendo incorporada ao solo.Sem explorar essa questão, diversos estudos já foram realizados com o intuito <strong>de</strong> avaliar osimpactos energéticos e ambientais dos biocombustíveis. No caso da <strong>cana</strong>, consi<strong>de</strong>rando asubstituição <strong>de</strong> gasolina e a mitigação das emissões <strong>de</strong> GEE, já são reconhecidas há bastantetempo as vantagens ambientais do bioetanol no Brasil, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a divulgação dos primeiros trabalhosmais <strong>de</strong>talhados sobre o tema [Macedo e Horta Nogueira (1985) e Macedo (1992)].Des<strong>de</strong> então, estudos <strong>de</strong> atualização vêm sendo publicados [Macedo (1998) e Macedo et al.(2004)], acompanhando a evolução das práticas agroindustriais no setor sucroalcooleiro e oavanço do conhecimento sobre os aspectos ambientais.Na última avaliação publicada, foram analisados os balanços <strong>de</strong> energia e emissões <strong>de</strong> GEEpara a situação atual e para um cenário para 2020, consi<strong>de</strong>rando uma abordagem “do plantioda <strong>cana</strong> ao portão da usina” [Macedo et al. (2008)]. Com base nas médias dos principaisparâmetros agrícolas e industriais <strong>de</strong> 44 usinas na Região Centro-Sul do Brasil, esse estudoindica que, atualmente, para cada unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> energia fóssil utilizada na produção do bioetanol<strong>de</strong> <strong>cana</strong>, mais <strong>de</strong> nove unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> energia renovável são produzidas, na forma <strong>de</strong>bioetanol e exce<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> energia elétrica e bagaço, como apresentado na Tabela 12. É interessantenotar que, mesmo consi<strong>de</strong>rando a maior mecanização e o uso <strong>de</strong> tecnologias agrícolasque <strong>de</strong>vem ampliar a <strong>de</strong>manda energética em 12% nesse período <strong>de</strong> 15 anos, o in crementoda produção <strong>de</strong> bioetanol por tonelada <strong>de</strong> <strong>cana</strong> processada e, principalmente, a significativaampliação da produção <strong>de</strong> energia elétrica <strong>de</strong>verão permitir que a agroindústria da <strong>cana</strong>-<strong>de</strong>açúcarse mantenha como a mais eficiente forma <strong>de</strong> produzir biocombustíveis e, em proporçõescrescentes, bioeletricida<strong>de</strong>, com expectativas <strong>de</strong> que a relação <strong>de</strong> energia (produção/consumo energético) alcance níveis superiores a 11. Essas estimativas assumiram exce<strong>de</strong>ntes<strong>de</strong> energia elétrica <strong>de</strong> 9,2 kWh e 135 kWh, por tonelada <strong>de</strong> <strong>cana</strong>, e taxas térmicas nos siste-94<strong>Bioetanol</strong>-03.indd 94 11/11/2008 15:23:39

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