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Bioetanol de cana-de-açúcar - CGEE

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No caso brasileiro, a responsabilida<strong>de</strong> pela conformida<strong>de</strong> e o acompanhamento dos projetos<strong>de</strong> MDL é da Comissão Interministerial <strong>de</strong> Mudança Global do Clima (CIMGC), vinculada aoMinistério <strong>de</strong> Ciência e Tecnologia. Até março <strong>de</strong> 2008, existiam 24 projetos brasileiros <strong>de</strong>co-geração com bagaço <strong>de</strong> <strong>cana</strong> registrados na Convenção-Quadro das Nações Unidas paraMudança do Clima (United Nations Framework Convention on Climate Change – UNFCCC),correspon<strong>de</strong>ndo a uma redução total <strong>de</strong> 461 mil toneladas nas emissões anuais <strong>de</strong> CO 2. Osfatores <strong>de</strong> emissão adotados <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m da região on<strong>de</strong> os projetos estão situados, valendo0,136 e 0,2826 toneladas <strong>de</strong> CO 2equivalente por kWh gerado, respectivamente, no Nor<strong>de</strong>stee no Centro-Sul, no período <strong>de</strong> 2004 a 2006 [MCT (2008) e Ecoinvest (2008)].Para finalizar a discussão sobre a bioeletricida<strong>de</strong> como um co-produto relevante da agroindústria<strong>cana</strong>vieira, é oportuno comentar o potencial do <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico nessecampo. No capítulo a seguir, será abordado em mais <strong>de</strong>talhes o processo <strong>de</strong> gaseificação dobagaço, que po<strong>de</strong>rá incrementar <strong>de</strong> modo significativo a geração <strong>de</strong> energia elétrica, comexpectativas <strong>de</strong> produção superiores a 180 kWh por tonelada <strong>de</strong> <strong>cana</strong> processada. Outroprocesso que tem motivado novos estudos para a produção <strong>de</strong> bioeletricida<strong>de</strong> é a biodigestãoda vinhaça, que, sem reduzir seu potencial fertilizante, po<strong>de</strong>rá proporcionar exce<strong>de</strong>ntesadicionais <strong>de</strong> energia elétrica às usinas <strong>de</strong> bioetanol. Estima-se que a vinhaça resultante daprodução <strong>de</strong> um metro cúbico <strong>de</strong> bioetanol, tratada anaerobiamente (na ausência <strong>de</strong> oxigênio),produz 115 metros cúbicos <strong>de</strong> biogás, capazes <strong>de</strong> gerar, por sua vez, 169 kWh <strong>de</strong> bioeletricida<strong>de</strong>,já <strong>de</strong>scontados os consumos <strong>de</strong> processo [Lamonica (2006)]. Não obstante, os elevadoscustos associados à biodigestão da vinhaça ainda limitam o interesse nesse processo.Em uma avaliação das possibilida<strong>de</strong>s futuras <strong>de</strong> conversão energética na agroindústria da<strong>cana</strong>, conjugando diferentes produtos e rotas tecnológicas, possivelmente disponíveis nospróximos 20 anos, Macedo (2007) estima que po<strong>de</strong>ria ser resgatado até 59% do conteúdoenergético total da <strong>cana</strong>, como biocombustível e bioeletricida<strong>de</strong>, rendimento bem superioraos atuais 38%. E mais especificamente sobre energia elétrica, em uma exploração dos limitestermodinâmicos da produção <strong>de</strong> energia elétrica com base na <strong>cana</strong> em cenários tecnológicosmais avançados, Lora et al. (2006) consi<strong>de</strong>raram diferentes alternativas complementares eassociadas, em dois cenários básicos: maximização da produção <strong>de</strong> combustíveis e maximizaçãoda geração <strong>de</strong> bioeletricida<strong>de</strong>. Nesse sentido, com a utilização <strong>de</strong> tecnologias aindaem <strong>de</strong>senvolvimento ou reduzida difusão, como os gaseificadores <strong>de</strong> bagaço associados aturbinas a gás, biodigestores <strong>de</strong> vinhaça e células <strong>de</strong> combustível que utilizam bioetanolreformado, seria possível atingir mais <strong>de</strong> 510 kWh <strong>de</strong> energia elétrica por tonelada <strong>de</strong> <strong>cana</strong>processada. Vale observar que esse potencial representa, efetivamente, apenas cerca <strong>de</strong> 25%do potencial energético da <strong>cana</strong>, consi<strong>de</strong>rando a energia disponível no açúcar e na fibra,da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 7.200 MJ por tonelada <strong>de</strong> <strong>cana</strong>. Em outras palavras, o limite superior para aprodução <strong>de</strong> energia elétrica com base na <strong>cana</strong> é <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> vezes superior à geração médiaatualmente observada nas usinas brasileiras, que apenas agora estaria começando a ser<strong>de</strong>senvolvida <strong>de</strong> fato.117<strong>Bioetanol</strong>-04.indd 117 11/11/2008 15:24:26

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