13.07.2015 Views

Bioetanol de cana-de-açúcar - CGEE

Bioetanol de cana-de-açúcar - CGEE

Bioetanol de cana-de-açúcar - CGEE

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Outros aspectos ambientaisRecentemente, duas novas questões ambientais relacionadas com a produção <strong>de</strong> bioetanol<strong>de</strong> <strong>cana</strong>-<strong>de</strong>-açúcar têm sido apresentadas: a emissão <strong>de</strong> gases <strong>de</strong> efeito estufa associada àmudança do padrão <strong>de</strong> uso do solo, com a perda <strong>de</strong> sua cobertura original, quando da implantaçãodos <strong>cana</strong>viais, e o processo indireto <strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamento causado pela ocupação dasáreas <strong>de</strong> pastagens pela <strong>cana</strong>, que <strong>de</strong>termina a transferência dos rebanhos para as fronteirasagropecuárias, on<strong>de</strong> seriam formadas novas áreas <strong>de</strong> criação. Com certeza, são temas complexos,ainda em discussão, mas a seu respeito po<strong>de</strong>m ser adiantadas algumas informaçõesimportantes.O impacto da mudança do uso da terra, <strong>de</strong>terminada pela produção <strong>de</strong> matéria-prima parabiocombustíveis, nas emissões <strong>de</strong> gases <strong>de</strong> efeito estufa tem sido consi<strong>de</strong>rado em alguns estudos.Depen<strong>de</strong>ndo da vegetação anterior na área utilizada para a produção do biocombustível,a perturbação provocada pela mudança do uso do solo po<strong>de</strong>ria liberar para a atmosferauma quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carbono, antes “aprisionado” na vegetação e no solo, eventualmente altao bastante para comprometer o seu benefício ambiental. Contudo, existe ainda muita incertezaquanto à magnitu<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse efeito, porque os teores <strong>de</strong> carbono no solo em condições<strong>de</strong> equilíbrio <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m, entre outros fatores, da cultura, do tipo <strong>de</strong> solo, dos tratos culturaisdo clima local. Também as taxas <strong>de</strong> liberação e acúmulo <strong>de</strong> carbono, posteriores ao plantioregular da matéria-prima, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> muitos fatores. Avaliações <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> impactoapresentam o bioetanol produzido com base na <strong>cana</strong>-<strong>de</strong>-açúcar no cerrado brasileiro comoa alternativa <strong>de</strong> menor impacto entre os biocombustíveis estudados [Fargione (2008)], massão resultados preliminares. Essa é uma área que merece atenção, e mais pesquisas ainda sãonecessárias para estimar, <strong>de</strong> modo consistente, a real parcela <strong>de</strong>ssas emissões no ciclo <strong>de</strong> vidados biocombustíveis.Além disso, no caso do bioetanol no Brasil, é pouco provável que possam ser associadas perdas<strong>de</strong> cobertura florestal à produção <strong>de</strong> bioetanol, já que a expansão da lavoura <strong>cana</strong>vieiratem ocorrido basicamente em áreas antes ocupadas por pastagens <strong>de</strong> baixa produtivida<strong>de</strong>ou culturas anuais <strong>de</strong>stinadas em gran<strong>de</strong> parte à exportação, como a soja, casos em que osistema radicular e a biomassa sobre o solo são, geralmente, <strong>de</strong> menor magnitu<strong>de</strong> do que nocaso da <strong>cana</strong>. Outro aspecto a ser levado em conta é o efeito do incremento da colheita <strong>de</strong><strong>cana</strong> crua, na qual maior quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> palha e, portanto, <strong>de</strong> carbono é incorporada ao solo[Macedo (2008)].A outra questão, o <strong>de</strong>smatamento indiretamente induzido pela expansão da cultura da <strong>cana</strong><strong>de</strong>-açúcar,comporta um argumento dificil <strong>de</strong> sustentar na crítica ao bioetanol, pois há poucosindícios <strong>de</strong>ssa causalida<strong>de</strong>, que, entretanto, merece ser comentada. As florestas tropicais emtodo o planeta sofrem uma enorme pressão pela utilização, racional ou não, <strong>de</strong> seus recursosma<strong>de</strong>ireiros e pela possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dar espaço a novas frentes <strong>de</strong> ocupação agropecuária.No Brasil, país dotado <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s extensões cobertas por florestas nativas, o processo <strong>de</strong><strong>de</strong>smatamento é secular e lograr sua efetiva redução ainda é um dos maiores <strong>de</strong>safios, apesar194<strong>Bioetanol</strong>-07.indd 194 11/11/2008 15:26:35

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!