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Bioetanol de cana-de-açúcar - CGEE

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da<strong>de</strong> do emprego na agricultura brasileira entre 2001 e 2004, para as principais culturas e diferentestipos <strong>de</strong> relações <strong>de</strong> trabalho. Com base em dados <strong>de</strong>talhados da PNAD, adotaramsecomo variáveis o nível educacional dos empregados, o grau <strong>de</strong> formalida<strong>de</strong> do emprego,o rendimento recebido no trabalho principal e os auxílios recebidos pelos empregados, para<strong>de</strong>finir índices quantitativos e estabelecer uma avaliação objetiva da qualida<strong>de</strong> dos empregos.Suas conclusões indicam melhorias importantes em diversos indicadores socioeconômicospara os trabalhadores na lavoura da <strong>cana</strong>-<strong>de</strong>-açúcar no Brasil nos últimos anos:−−−aumento do nível <strong>de</strong> formalida<strong>de</strong> no emprego, com um elevado percentual <strong>de</strong>trabalhadores com carteira assinada (possibilita o acesso à aposentadoria e outrosdireitos, como pagamento por horas extras e assistência médica), o que torna acultura da <strong>cana</strong>-<strong>de</strong>-açúcar uma das ativida<strong>de</strong>s com maior nível <strong>de</strong> formalida<strong>de</strong> noemprego no meio rural;ganhos reais <strong>de</strong> salários entre 1992 e 2005, <strong>de</strong> 34,5% para os empregados permanentescom residência urbana, <strong>de</strong> 17,6% para os permanentes rurais, <strong>de</strong> 47,6% para ostemporários urbanos e <strong>de</strong> 37,2% para os temporários rurais; eaumento e diversificação dos benefícios recebidos pelos trabalhadores, tais comoauxílios para transporte e alimentação, além <strong>de</strong> auxílio-moradia para os resi<strong>de</strong>ntesrurais e <strong>de</strong> auxílio-saú<strong>de</strong> para os empregados permanentes com residência urbana.Nesse estudo, ainda se apontam como fatos positivos a expressiva redução do trabalhoinfantil (participação <strong>de</strong> apenas 0,8% em 2004, em comparação com 1993, em Pernambuco,quando 25% dos cortadores <strong>de</strong> <strong>cana</strong> tinham entre 7 e 17 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>) e o aumentoda escolarida<strong>de</strong> dos empregados. Outros pesquisadores têm exposto conclusões similares,reforçando o papel da organização dos trabalhadores, das convenções coletivas <strong>de</strong>trabalho e da legislação trabalhista como componentes relevantes na consecução <strong>de</strong>ssesavanços, especialmente na Região Centro-Sul, on<strong>de</strong> o nível médio <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> dos trabalhadoresna produção <strong>de</strong> <strong>cana</strong> e na indústria <strong>de</strong> bioetanol, em 2005, era superior a cincoe a nove anos, respectivamente. Para as mesmas condições, o salário médio, em 2005,era US$ 280,00 e US$ 509,00, respectivamente, para a produção <strong>de</strong> <strong>cana</strong> e <strong>de</strong> bioetanol[Moraes (2007)].Apesar das melhorias alcançadas, ainda existem situações adversas, principalmente para osempregados temporários ocupados na colheita manual da <strong>cana</strong>-<strong>de</strong>-açúcar, em que as condições<strong>de</strong> trabalho são bem mais árduas do que na indústria e em que se adota um sistema<strong>de</strong> pagamento por volume <strong>de</strong> <strong>cana</strong> cortado. Alguns questionam esse sistema, afirmando quecausa situações <strong>de</strong> extremo <strong>de</strong>sgaste dos cortadores <strong>de</strong> <strong>cana</strong> [Alves (2006)]. Não obstante,esse tema é controverso. O fim do pagamento por produção não é consensual entre os sindicatose há uma parcela <strong>de</strong> trabalhadores a favor <strong>de</strong> sua manutenção. Como representantedas usinas, a Unica tem se mostrado contrária ao fim <strong>de</strong>ssa sistemática <strong>de</strong> remuneração, embora<strong>de</strong>staque que busca com as usinas garantir o efetivo cumprimento das normas vigentes,212<strong>Bioetanol</strong>-07.indd 212 11/11/2008 15:26:41

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