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Bioetanol de cana-de-açúcar - CGEE

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Da radiação solar inci<strong>de</strong>nte sobre a Terra, <strong>de</strong> 178 mil TW (terawatt ou bilhão <strong>de</strong> quilowatts),estima-se que cerca <strong>de</strong> 180 TW, ou 0,1%, são utilizados nos processos fotossintéticos, naturaisou promovidos pelo homem. Desse modo, em todo o planeta, são produzidos, anualmente,cerca <strong>de</strong> 114 bilhões <strong>de</strong> toneladas <strong>de</strong> biomassa, em base seca, correspon<strong>de</strong>ndo a,aproximadamente, 1,97 bilhão <strong>de</strong> TJ (terajoule ou bilhão <strong>de</strong> quilojoules), equivalentes a 314trilhões <strong>de</strong> barris <strong>de</strong> petróleo, cerca <strong>de</strong> <strong>de</strong>z mil vezes o atual consumo mundial <strong>de</strong>sse combustívelfóssil. Nesse contexto, a eficiência média <strong>de</strong> assimilação da energia solar é inferiora 1%, embora vegetais <strong>de</strong> maior <strong>de</strong>sempenho, como a <strong>cana</strong>-<strong>de</strong>-açúcar, possam atingir 2,5%em média anual [Smil (1991)]. Naturalmente, esses valores servem apenas como referênciapara a compreensão da magnitu<strong>de</strong> energética da fotossíntese, não havendo sentido em imaginara bioenergia como substituta <strong>de</strong> todas as formas fósseis <strong>de</strong> suprimento energético, principalmentenos países <strong>de</strong> elevada <strong>de</strong>manda. Esse crescimento vegetal ocorre, como visto, sobretudoem formações nativas das regiões tropicais, estimando-se que as ativida<strong>de</strong>s agrícolascorrespon<strong>de</strong>m a cerca <strong>de</strong> 6% <strong>de</strong>sse total.É interessante observar que, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do vegetal, a energia solar é fixada em diferentessubstâncias e órgãos <strong>de</strong> acumulação, que <strong>de</strong>terminam as rotas tecnológicas passíveis <strong>de</strong> seremadotadas para sua conversão em biocombustíveis para uso final. Na <strong>cana</strong>-<strong>de</strong>-açúcar, porexemplo, as reservas energéticas se localizam principalmente nos colmos, como sacarose,celulose e lignina, sendo tradicionalmente empregadas na produção <strong>de</strong> bioetanol e bagaço,mas também as pontas e folhas da <strong>cana</strong> apresentam crescente interesse, à medida quese <strong>de</strong>senvolvem processos para a utilização <strong>de</strong> seu substrato lignocelulósico. Por sua vez,nas árvores e outras espécies lenhosas, o conteúdo energético está essencialmente no fuste(tronco mais galhos), na forma <strong>de</strong> celulose e lignina, sendo empregado basicamente comolenha. As raízes e tubérculos <strong>de</strong> plantas como a mandioca e a beterraba acumulam amido esa carose, enquanto os frutos e as sementes, como o <strong>de</strong>ndê e o milho, acumulam geralmenteamido, açúcar e óleos vegetais, <strong>de</strong> acordo com cada espécie.Além <strong>de</strong> <strong>de</strong>finirem as rotas tecnológicas mais a<strong>de</strong>quadas para conversão da biomassa em biocombustíveis,esses aspectos são relevantes para a eficiência global <strong>de</strong> captação e utilização<strong>de</strong> energia solar: para a síntese <strong>de</strong> carboidratos (como celulose e sacarose), o vegetal requercerca <strong>de</strong> 60% menos energia do que para a síntese <strong>de</strong> gorduras ou lipídios [Demeyer et al.(1985)], por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> massa <strong>de</strong> produto final, o que, em princípio, torna as rotas associadasao biodiesel comparativamente menos eficientes do que as rotas do bioetanol, com basena sacarose ou na celulose.A Figura 3 apresenta uma síntese das diversas rotas <strong>de</strong> conversão que po<strong>de</strong>m ser aplicadaspara transformar a biomassa em biocombustíveis e calor útil. Além dos processos físicos, puramentemecânicos, para concentração, redução granulométrica, compactação ou reduçãoda umida<strong>de</strong> da biomassa, são utilizados dois grupos <strong>de</strong> tecnologias químicas, que alteram acomposição da matéria-prima para fornecer produtos mais compatíveis com os usos finais:processos termoquímicos, que empregam matérias-primas com baixa umida<strong>de</strong> e temperaturaselevadas; e processos bioquímicos, <strong>de</strong>senvolvidos em meios com elevado teor <strong>de</strong> água etemperaturas próximas à condição ambiente.31<strong>Bioetanol</strong>-01.indd 31 11/11/2008 15:21:47

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