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Bioetanol de cana-de-açúcar - CGEE

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5.4 Produção <strong>de</strong> plásticos bio<strong>de</strong>gradáveisEm 2004, a produção mundial <strong>de</strong> plásticos foi <strong>de</strong> 230 milhões <strong>de</strong> toneladas e espera-se, para2010, que esse número salte para quase 300 milhões <strong>de</strong> toneladas [Dröscher (2006)]. Masesse enorme mercado em crescimento vem <strong>de</strong>spertando gran<strong>de</strong> preocupação ambiental, jáque o rápido <strong>de</strong>scarte e a difícil <strong>de</strong>gradação pelo ambiente têm promovido o crescimen toacelerado <strong>de</strong> resíduos. Após o uso, menos <strong>de</strong> 10% dos plásticos são reciclados, e agran<strong>de</strong> maioria é <strong>de</strong>stinada a aterros [Waste-online (2008)], o que vem a exigir da naturezacerca <strong>de</strong> 100 a 500 anos para a completa <strong>de</strong>gradação.Além do aumento da reciclagem, outra opção eficaz para contornar esse problema é a utilizaçãodos plásticos bio<strong>de</strong>gradáveis, polímeros que, sob condições apropriadas do meio ambiente,<strong>de</strong>gradam-se completamente pela ação microbiana em um curto espaço <strong>de</strong> tempo. Eno caso dos bioplásticos, ainda existe a importante vantagem <strong>de</strong> serem produzidos <strong>de</strong> fontesrenováveis, como amido, açúcares ou ácidos graxos. Um exemplo <strong>de</strong> bioplástico é o ácidopoliláctico (PLA), que é composto <strong>de</strong> monômeros <strong>de</strong> ácido láctico, obtido pela fermentaçãomicrobiana. Outra possibilida<strong>de</strong> é obter os biopolímeros diretamente dos microrganismos,como é o caso do PHB (poliidroxibutirato), PHA (poliidroxialcanoatos) e <strong>de</strong> seus <strong>de</strong>rivados;nesses casos, o biopolímero é biossintetizado como material <strong>de</strong> reserva energética <strong>de</strong> microrganismos.O primeiro relato da observação dos bioplásticos foi feito na década <strong>de</strong> 1920, mas o assuntopermaneceu dormente até meados da década <strong>de</strong> 1970, quando as crises do petróleo estimularama pesquisa por fontes alternativas <strong>de</strong> materiais e energia. Atualmente, já são conhecidastanto as estruturas quanto as rotas biossintéticas e aplicações <strong>de</strong> muitos bioplásticos, mas aindaexistem importantes limitações para a produção em larga escala, como as condições especiais<strong>de</strong> crescimento requeridas para a síntese <strong>de</strong>sses compostos, a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> sintetizá-lospor meio <strong>de</strong> precursores <strong>de</strong> baixo custo e os altos custos da sua recuperação. Mesmo coma utilização <strong>de</strong> microrganismos recombinantes capazes <strong>de</strong> fermentar fontes <strong>de</strong> carbono <strong>de</strong>baixo custo (e.g. melaço, sacarose, óleos vegetais e metano), esses processos ainda não sãocompetitivos com a produção convencional dos plásticos sintéticos [Luengo et al. (2003)].Além das questões econômicas, ainda é importante que o balanço energético no ciclo <strong>de</strong>vida <strong>de</strong>sses biopolímeros seja positivo, uma vez que também são pretendidos como substitutosdos materiais petroquímicos. Normalmente, os ganhos <strong>de</strong> energia são pequenos, já que o suprimento<strong>de</strong> energia se baseia, em geral, no uso <strong>de</strong> combustíveis fósseis. Nesse caso, mais umavez os materiais <strong>de</strong>rivados da <strong>cana</strong> levam vantagem, graças ao uso do bagaço. No Gráfico 15,apresenta-se uma comparação para o consumo <strong>de</strong> energia e as emissões <strong>de</strong> GEE na produção <strong>de</strong>diversos plásticos, incluindo materiais <strong>de</strong> origem fóssil – polietileno <strong>de</strong> baixa <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> (LDPE),polietileno <strong>de</strong> alta <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> (HDPE), polipropileno (PP), poliestireno (PS) e o politereftalato <strong>de</strong>etila (b-PET) – e dois poliésteres co-poliméricos produzidos com biomassa: P(3HA), com base noóleo <strong>de</strong> soja, e P(3HB), com base na glicose [Akiyama et al. (2003)].143<strong>Bioetanol</strong>-05.indd 143 11/11/2008 15:25:11

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