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Bioetanol de cana-de-açúcar - CGEE

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Atualmente, a produção do bioetanol com base nos açúcares da <strong>cana</strong> já é uma tecnologiamadura, e não há muito espaço para gran<strong>de</strong>s aumentos <strong>de</strong> rendimento, em particular na faseindustrial. Entretanto, para a produção <strong>de</strong> bioetanol com base em material lignocelulósico da<strong>cana</strong>, como bagaço e palha, as perspectivas são outras. Hoje em dia, a tendência mais clara é<strong>de</strong> que as usinas se transformem em unida<strong>de</strong>s produtoras não só <strong>de</strong> açúcar e bioetanol, mastambém <strong>de</strong> volumes significativos <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>, forma <strong>de</strong> energia que apresenta qualida<strong>de</strong>e valor econômico superiores aos dos combustíveis, por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> energia produzida. Asopções <strong>de</strong> co-geração mais avançadas, combinadas com configurações <strong>de</strong> processo commenor <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> energia, já vêm permitindo que isso seja possível. E para um futuro próximo,uma parte significativa da palha <strong>de</strong>verá ser agregada como combustível suplementarao bagaço, possibilitando a geração <strong>de</strong> energia elétrica em níveis ainda mais elevados e gerandomaiores exce<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> energia elétrica, superiores a 100 kWh por tonelada <strong>de</strong> <strong>cana</strong>processada. Tendo isso em mente, é razoável esperar que no horizonte <strong>de</strong> 2020 a relação <strong>de</strong>energia (produção <strong>de</strong> energia renovável/consumo <strong>de</strong> energia fóssil) para o bioetanol <strong>de</strong> <strong>cana</strong>seja próxima a 12, com emissões líquidas evitadas <strong>de</strong> aproximadamente 2.600 kg CO 2eq/m 3<strong>de</strong> bioetanol [Macedo et al. (2008)].Ao contrário do caso do bioetanol <strong>de</strong> <strong>cana</strong>, ainda existe alguma controvérsia sobre os benefíciosambientais do uso do bioetanol <strong>de</strong> milho em substituição à gasolina. De qualquerforma, não existem dúvidas <strong>de</strong> que, no melhor dos casos, o benefício é bastante inferior aoconseguido pelo bioetanol da <strong>cana</strong>. Isso se <strong>de</strong>ve a que, apesar <strong>de</strong> o processamento do milhopara bioetanol <strong>de</strong>mandar uma quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> energia significativamente menor que a <strong>cana</strong>para ser convertida em bioetanol, no caso do milho, toda a energia é proveniente <strong>de</strong> fontesfósseis. O vapor necessário (10,6 MJ/litro) é produzido em cal<strong>de</strong>iras a gás natural, e a eletricida<strong>de</strong>(0,4 kWh/litro) é suprida pela re<strong>de</strong> pública, que nos EUA <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> muito <strong>de</strong> recursosfósseis [Pimentel e Patzek (2005)].Em um trabalho comparativo realizado recentemente [EBAMM (2005)], diversos estudos foramanalisados, levando à conclusão <strong>de</strong> que a relação <strong>de</strong> energia mais representativa para o bioetanol<strong>de</strong> milho nas condições ameri<strong>cana</strong>s seria 1,3, já consi<strong>de</strong>rando os créditos pelos co-produtos,como o DDGS. No caso das emissões, a produção do bioetanol <strong>de</strong> milho envolve uma emissão total<strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 1.700 kg CO 2eq/m 3 <strong>de</strong> bioetanol (também consi<strong>de</strong>rando os créditos dos co-produtos),que seria equivalente a uma emissão líquida evitada <strong>de</strong> 130 kg CO 2eq/m 3 <strong>de</strong> bioetanol, quandoconsi<strong>de</strong>ramos o seu uso final, como mostrado na Tabela 15. Note-se que esse valor é quase 15vezes inferior ao observado no caso do bioetanol <strong>de</strong> <strong>cana</strong>.Assim como no caso do bioetanol <strong>de</strong> <strong>cana</strong>, a produção <strong>de</strong> bioetanol com base no milho étambém uma tecnologia <strong>de</strong>senvolvida. Sendo assim, espera-se que os próximos avanços nabusca por um melhor <strong>de</strong>sempenho ambiental para o bioetanol <strong>de</strong> milho estejam concentradosno uso da biomassa restante (palha), como combustível ou como insumo para ampliar aprodução <strong>de</strong> bioetanol, possivelmente através da hidrólise. No entanto, cabe enfatizar queos limites para o aproveitamento <strong>de</strong>ssa biomassa são restritos, dada a sua gran<strong>de</strong> importânciapara a preservação da qualida<strong>de</strong> do solo.99<strong>Bioetanol</strong>-03.indd 99 11/11/2008 15:23:40

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