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Bioetanol de cana-de-açúcar - CGEE

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internacionais. Nesse sentido, espera-se que os custos <strong>de</strong> produção estejam cobertos e que obioetanol passe a ser o produto mais interessante, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que precificado como exposto.É importante que algumas ressalvas sejam feitas em relação ao raciocínio anterior. Primeiro,os preços internacionais da gasolina não são exatamente aqueles praticados como preçobásico na maioria dos países, sobretudo nos países importadores, em que os preços internossão <strong>de</strong>finidos incorporando fretes marítimos e os custos adicionais <strong>de</strong> internação <strong>de</strong>ssesprodutos, elevando a curva <strong>de</strong> preços da gasolina. Por outro lado, a consi<strong>de</strong>ração dos preçosinternacionais do açúcar como referência <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong> para a <strong>cana</strong> tampouco leva emconta os <strong>de</strong>scontos que <strong>de</strong>vem ser aplicados na eventual exportação. A análise anterior tambémnão consi<strong>de</strong>rou as matérias-primas <strong>de</strong> baixo preço, como o melaço, que possibilitam aprodução a preços mais baixos. De todo modo, essa comparação expedita mostra como vemse ampliando a margem <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong> do bioetanol, o qual atinge condições <strong>de</strong> contestarefetivamente os mercados <strong>de</strong> gasolina, na acepção <strong>de</strong> Baumol (1982). Além disso, é precisoconsi<strong>de</strong>rar que a expansão do mercado <strong>de</strong> açúcar encontra limites, enquanto o mercado <strong>de</strong>bioetanol tem um potencial <strong>de</strong> expansão praticamente ilimitado.Para as condições dos produtores do Estado <strong>de</strong> São Paulo, o Anexo 3 apresenta a série <strong>de</strong>preços pagos aos produtores <strong>de</strong> bioetanol (anidro e hidratado) entre 1975 e 2006, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> se<strong>de</strong>preen<strong>de</strong> que esse biocombustível tem sido vendido, ex-tributos, a valores bem próximosdos preços da gasolina, fazendo com que a eventual adoção <strong>de</strong> misturas bioetanol/gasolinanão provoque variações significativas <strong>de</strong> preços para os consumidores.Enquanto o limite inferior da faixa <strong>de</strong> variação <strong>de</strong> preços ao produtor <strong>de</strong> bioetanol é dadopelo maior valor entre os custos <strong>de</strong> produção e <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong> dos produtos alternativosda matéria-prima utilizada pela agroindústria, o limite superior <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> efetivamente dascondições <strong>de</strong> mercado, na ausência <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong> intervenção. Assim, e <strong>de</strong> modo compreensível,o produtor <strong>de</strong> bioetanol buscará maximizar seus resultados e colocar seu produtoao valor mais elevado possível, mas <strong>de</strong>verá ter seu comportamento balizado pela presença<strong>de</strong> outros produtores e, eventualmente, importadores, que irão limitar suas margens a níveisrazoáveis. Esse aspecto ressalta a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que os mercados <strong>de</strong> bioetanol sejam promovidosem bases competitivas, até mesmo mediante a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> importação, paraevitar práticas monopolistas e promover a redução dos custos.Nesse contexto econômico favorável e <strong>de</strong> interesse dos consumidores, é oportuno revisarbrevemente o papel do Estado como promotor do <strong>de</strong>senvolvimento do mercado <strong>de</strong> bioetanol.Dificilmente, o bioetanol po<strong>de</strong>rá se inserir no mercado <strong>de</strong> combustíveis <strong>de</strong> um paíssem um claro suporte governamental, que, por meio da compreensão da relevância dosbenefícios e <strong>de</strong> uma visão estratégica, coor<strong>de</strong>ne esforços e <strong>de</strong>fina objetivos. Consi<strong>de</strong>randocomo passo inicial e imprescindível a introdução do uso <strong>de</strong> bioetanol anidro como aditivoà gasolina, que dará espaço no futuro eventual ao uso do bioetanol puro, alguns pontos sãoabsolutamente essenciais. Primeiro, no que tange ao mercado <strong>de</strong> combustíveis, cabem a<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> uma especificação para o bioetanol e o estabelecimento <strong>de</strong> um nível <strong>de</strong> mistura58<strong>Bioetanol</strong>-02.indd 58 11/11/2008 15:22:21

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