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Bioetanol de cana-de-açúcar - CGEE

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Comércio internacional <strong>de</strong> bioetanolComo já observado neste capítulo, existem <strong>de</strong>safios importantes associados à formação <strong>de</strong>um mercado internacional para o bioetanol. Por exemplo, medidas alfan<strong>de</strong>gárias <strong>de</strong> caráterprotecionista e padrões <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sequilibrados po<strong>de</strong>m afetar as oportunida<strong>de</strong>s dospaíses em <strong>de</strong>senvolvimento, potenciais produtores, no acesso ao mercado internacional <strong>de</strong>bioetanol, do mesmo modo como são restritivas as medidas que buscam exclusivamente oincremento da produção em países industrializados. Existe também a preocupação <strong>de</strong> que oaumento nas tarifas sobre biocombustíveis nos mercados <strong>de</strong> países industrializados obrigueos países em <strong>de</strong>senvolvimento a exportar insumos, tais como correntes açucaradas e óleosvegetais em bruto, <strong>de</strong>ixando a fase industrial da produção dos biocombustíveis, com os benefíciosassociados pela agregação <strong>de</strong> valor, para o país importador. Como exemplo <strong>de</strong> políticasprotecionistas, as atuais barreiras tarifárias, como a taxa ad valorem <strong>de</strong> 6,5% sobre importações<strong>de</strong> biodiesel para a União Européia e a tarifa <strong>de</strong> 0,54 US$/galão (0,142 US$/litro) sobreo etanol importado pelos Estados Unidos, restringem o comércio dos países em <strong>de</strong>senvolvimentocom alguns dos mais importantes mercados consumidores para a bioenergia.Alguns acordos e iniciativas <strong>de</strong> promoção <strong>de</strong> comércio preferencial da União Européia e dosEstados Unidos têm sido <strong>de</strong>senvolvidos nos últimos anos, procurando oferecer oportunida<strong>de</strong>spara que países potencialmente exportadores <strong>de</strong> bioetanol se beneficiem do aumentoda <strong>de</strong>manda global por biocombustíveis. Nessa linha, o comércio preferencial da União Européiacom países em <strong>de</strong>senvolvimento se enquadra no Generalised System of Preferences(GSP), ou Sistema Generalizado <strong>de</strong> Preferências, dos países europeus, em cujo âmbito seencontram a iniciativa Everything But Arms (EBA), ou Tudo Menos Armas, e o Acordo <strong>de</strong> Cotonou(sucessor da Convenção <strong>de</strong> Lomé), que afetam o setor <strong>de</strong> bioetanol. De acordo com oGSP atual, em vigor até o dia 31 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2008, o acesso à União Européia livre <strong>de</strong>tarifas é oferecido ao álcool <strong>de</strong>snaturado ou não-<strong>de</strong>snaturado para os países enquadrados.O GSP também tem um programa <strong>de</strong> incentivo para produtores e exportadores <strong>de</strong> etanolque a<strong>de</strong>rem aos princípios <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável e à boa governança [EuropeanCommission (2005)]. A iniciativa do EBA oferece, aos países menos <strong>de</strong>senvolvidos, acessolivre <strong>de</strong> tarifas e <strong>de</strong> cotas para as exportações <strong>de</strong> etanol, ao passo que o Acordo <strong>de</strong> Cotonouoferece acesso livre a certas importações vindas <strong>de</strong> países <strong>de</strong> baixa renda da África, do Caribee da região do Pacífico. De forma similar, o Acordo Euro-Mediterrânico (Euro-MediterraneanAgreement) também tem disposições para o comércio preferencial em biocombustíveis paracertos países no Oriente Médio e no Norte da África.Nos Estados Unidos, como visto, o etanol po<strong>de</strong> ser importado sem tarifas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> certos paísesdo Caribe sob a Iniciativa da Bacia do Caribe (Caribbean Basin Initiative), embora existamrestrições específicas (quantitativas e qualitativas), <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do país <strong>de</strong> origem da matéria-prima,como visto anteriormente. Também foram propostas disposições para importações<strong>de</strong> etanol livre <strong>de</strong> tarifas nas Negociações Comerciais <strong>de</strong> Livre Comércio entre a AméricaCentral e os Estados Unidos [Yacobucci (2006)]. Embora esses acordos não alterem o quadrogeral <strong>de</strong> restrições ao comércio <strong>de</strong> biocombustíveis, representam saudáveis exceções e <strong>de</strong>vemser valorizados.266<strong>Bioetanol</strong>-08.indd 266 11/11/2008 15:27:42

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