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Trabalho e saúde mental dos profissionais da saúde

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TRABALHO E SAÚDE MENTAL DOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE<br />

4. Sofrimento <strong>mental</strong> entre médicos<br />

Alguns grupos de médicos são considera<strong>dos</strong> como de maior risco para o<br />

desenvolvimento de distúrbios emocionais. Os residentes, em especial os de<br />

primeiro ano, são mais suscetíveis ao desenvolvimento de estresse e depressão,<br />

apresentando taxas de prevalência maiores que as <strong>da</strong> população geral e de outros<br />

grupos <strong>profissionais</strong>. 12<br />

Roberts e colaboradores 13 realizaram um estudo de corte transversal com<br />

acadêmicos de Medicina nos Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong> com o objetivo de avaliar a questão<br />

<strong>da</strong> <strong>saúde</strong> física e <strong>mental</strong> <strong>dos</strong> estu<strong>da</strong>ntes. Em linhas gerais, o estudo aponta<br />

que os estu<strong>da</strong>ntes de Medicina têm dificul<strong>da</strong>de maior em procurar atendimento<br />

médico e até em se reconhecerem como doentes, com medo do estigma por<br />

parte de médicos e pacientes, bem como de per<strong>da</strong>s <strong>profissionais</strong>. 13<br />

Segundo o estudo mencionado, esse processo conduz, na maioria <strong>dos</strong> casos,<br />

a uma atitude de negação, à automedicação e a uma protelação <strong>da</strong> busca<br />

por aju<strong>da</strong>, o que dá origem a um ciclo vicioso que vai consequentemente piorar<br />

a <strong>saúde</strong> física e <strong>mental</strong>, predispor ao abuso de álcool e outras substâncias e<br />

contribuir sobremaneira para o processo de incapacitação profissional.<br />

5. Uso de drogas entre médicos<br />

134<br />

A dependência química é uma <strong>da</strong>s questões mais preocupantes na área <strong>da</strong><br />

<strong>saúde</strong> <strong>mental</strong> <strong>dos</strong> médicos e tem sido motivo de estu<strong>dos</strong> e pesquisas em diversos<br />

países. Sua relevância se deve tanto em relação ao sofrimento psicossocial<br />

do médico quanto aos riscos que representa para o atendimento de pacientes.<br />

O consumo de substâncias de abuso pelos médicos é causa frequente de erro,<br />

absenteísmo e queixas junto aos Conselhos Regionais de Medicina. Este problema<br />

deman<strong>da</strong> urgente e cui<strong>da</strong><strong>dos</strong>a atenção, pois determina riscos tanto para<br />

o público quanto para o médico. 14<br />

De acordo com Farley e Talbott, 15 ao estu<strong>da</strong>rem médicos em tratamento<br />

para dependência química nos Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>, estima-se que entre 10%<br />

a 14% deles podem-se tornar dependentes de drogas em algum momento de<br />

suas carreiras. Entretanto, quando o álcool é excluído dessas estimativas, a incidência<br />

estima<strong>da</strong> é de 1% a 2%.<br />

Recente estudo realizado no Brasil 16 traçou um perfil de 198 médicos brasileiros<br />

que estavam em tratamento ambulatorial por uso nocivo de drogas e<br />

dependência química: eram em sua maioria homens (87,8%), casa<strong>dos</strong> (60,1%),<br />

com i<strong>da</strong>de média de 39 anos. A maioria (79%) possuía título de Residência<br />

Médica e as especiali<strong>da</strong>des mais envolvi<strong>da</strong>s eram Clínica Médica, Anestesiologia<br />

e Cirurgia. Sessenta e seis por cento <strong>dos</strong> médicos já tinham sido interna<strong>dos</strong><br />

por causa do uso de álcool e/ou drogas. Alguma comorbi<strong>da</strong>de psiquiátrica foi

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