Trabalho e saúde mental dos profissionais da saúde
Trabalho_e_saude_mental_dos_profissionais_da_saude
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cio do serviço é de 429 casos. A maioria <strong>dos</strong> casos atendi<strong>dos</strong> é de sujeitos do<br />
sexo masculino (85%), com i<strong>da</strong>de média de 42 anos.<br />
O número de consultas realiza<strong>da</strong>s anualmente tem sido em média de 350<br />
consultas. As ativi<strong>da</strong>des em grupo têm recebido participação de oito a dez médicos<br />
por sessão (reinicia<strong>da</strong>s em julho de 2015). Por volta de 5% <strong>dos</strong> casos<br />
atendi<strong>dos</strong> são consultas de segun<strong>da</strong> opinião. Mais de metade <strong>dos</strong> pacientes<br />
recebem, paralelamente ao atendimento clínico psiquiátrico, atendimento psicoterápico<br />
(51%). Contudo, apenas uma minoria faz acompanhamento clínico<br />
conjunto (27%). Dentre os pacientes avalia<strong>dos</strong> no último ano, a aderência foi<br />
considera<strong>da</strong> boa em 80% <strong>dos</strong> casos, e a frequência de pacientes que apresentou<br />
redução significativa do consumo foi de 69%; 67% <strong>dos</strong> casos apresentaram<br />
melhora clínica global (pela avaliação global de funcionamento). Desemprego<br />
foi um problema enfrentado por 18% <strong>dos</strong> pacientes atendi<strong>dos</strong> no último ano.<br />
Observamos, entre nossos pacientes, que o atraso para busca de apoio<br />
desde o início do uso problemático de drogas é por volta de 7,5 anos. 22 Contudo,<br />
no caso de dependentes de opioides é menor, ocorrendo geralmente no<br />
primeiro ano de uso, provavelmente porque o problema seja detectado no próprio<br />
ambiente de trabalho.<br />
A busca de atendimento ocorre principalmente por busca voluntária em<br />
52% <strong>dos</strong> casos e por deman<strong>da</strong> de familiares em 32% <strong>dos</strong> casos. Dezesseis por<br />
cento <strong>dos</strong> casos buscaram apoio por pressão de colegas ou deman<strong>da</strong> do Conselho<br />
Regional de Medicina.<br />
Drogas mais consumi<strong>da</strong>s<br />
A substância mais utiliza<strong>da</strong> pelos médicos que procuram atendimento é o<br />
álcool. A literatura mundial também cita o álcool como a mais prevalente, frequentemente<br />
associa<strong>da</strong> com outras drogas de abuso, ain<strong>da</strong> que outras drogas<br />
possam chamar mais a atenção pelo potencial de desenvolvimento rápido de<br />
dependência e over<strong>dos</strong>e.<br />
Médicos fumam menos que a população geral. Ain<strong>da</strong> que o cui<strong>da</strong>do de<br />
pacientes tabagistas não tenha sido alvo deste serviço até o momento, muitos<br />
pacientes-médicos são fumantes e, nestes casos, são motiva<strong>dos</strong> a cessar<br />
o tabaco, e quando há prontidão para a mu<strong>da</strong>nça, o tratamento adequado<br />
é oferecido.<br />
O uso de benzodiazepínicos parece estar fortemente ligado a suportar as<br />
pressões do dia a dia e como estratégia de automedicação. 23 Drogas ilícitas<br />
como cocaína e maconha foram observa<strong>da</strong>s frequentemente, bem como drogas<br />
cujo acesso é facilitado pela profissão.<br />
13 Programa do Cremesp para tratamento de médicos dependentes de álcool e drogas<br />
199<br />
Comorbi<strong>da</strong>des<br />
A frequência de comorbi<strong>da</strong>des psiquiátricas é bastante relevante entre médicos<br />
que procuram atendimento por dependência de substâncias. Na experi-