Trabalho e saúde mental dos profissionais da saúde
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TRABALHO E SAÚDE MENTAL DOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE<br />
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A presença de transtorno <strong>mental</strong> no funcionário muitas vezes é percebi<strong>da</strong><br />
pela sua chefia, que solicita orientações ao Serviço Social do SESMT sobre<br />
como proceder. Em outras situações, o funcionário pode ser atendido no<br />
Pronto-Socorro do Hospital Central <strong>da</strong> Santa Casa, sendo encaminhado pelo<br />
Serviço Social para tratamento apropriado em <strong>saúde</strong> <strong>mental</strong>. Além disso, funcionários<br />
diagnostica<strong>dos</strong> com transtorno <strong>mental</strong> em exame periódico também<br />
podem ser encaminha<strong>dos</strong> ao Serviço Social para o agen<strong>da</strong>mento de tratamento.<br />
To<strong>dos</strong> esses funcionários são atendi<strong>dos</strong> pelo Serviço Social, que realiza o<br />
acolhimento e orientação sobre os procedimentos de agen<strong>da</strong>mento de consultas.<br />
Após agen<strong>da</strong>mento <strong>da</strong> consulta, o Serviço Social sensibiliza o funcionário<br />
quanto ao seu encaminhamento e a real necessi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> continui<strong>da</strong>de do tratamento<br />
instituído, inclusive para os casos que futuramente poderão precisar do<br />
benefício de auxílio-doença.<br />
Nos casos de funcionários encaminha<strong>dos</strong> ao Caism, para que se possa<br />
confirmar os atendimentos agen<strong>da</strong><strong>dos</strong>, oferecer vaga na lista de espera para<br />
consultas e diminuir o absentismo, o SESMT do Caism entra em contato com<br />
os pacientes um dia antes <strong>da</strong> consulta. Os pacientes que confirmam a consulta<br />
e não comparecem são contata<strong>dos</strong> pelo setor do Serviço Social do SESMT <strong>da</strong><br />
Santa Casa para que se justifiquem. Nesses contatos, a grande maioria justifica<br />
o esquecimento <strong>da</strong> consulta, dificul<strong>da</strong>des quanto a deixar o local de trabalho,<br />
ocorrência de faltas de colegas no plantão, dificul<strong>da</strong>des em cumprir o horário<br />
agen<strong>da</strong>do, principalmente aqueles que possuem dois vínculos empregatícios,<br />
problemas de <strong>saúde</strong> no círculo familiar, dificul<strong>da</strong>des de adesão ao tratamento<br />
com sinais de resistência, crise emocional e isolamento social. Nos contatos<br />
telefônicos, o assistente social procura conscientizar o funcionário a rever e<br />
refletir sobre a necessi<strong>da</strong>de em <strong>da</strong>r continui<strong>da</strong>de ao tratamento proposto e<br />
avaliar sua situação. Na análise <strong>da</strong>s faltas, supõe-se que o não comparecimento<br />
à consulta ou abandono do tratamento pode se <strong>da</strong>r em decorrência <strong>da</strong> discriminação<br />
que paira no círculo profissional e social, além do preconceito e tabu<br />
que ain<strong>da</strong> existem no seio <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de sobre problemas psíquicos.<br />
Os <strong>profissionais</strong> <strong>da</strong> <strong>saúde</strong> estão entre os trabalhadores mais sujeitos a<br />
desenvolver transtornos mentais, devido à natureza de sua ativi<strong>da</strong>de laboral,<br />
que inclui li<strong>da</strong>r diariamente com doenças, sofrimentos e morte, podendo gerar<br />
sentimentos de impotência, frustração e culpa. Alia<strong>dos</strong> a essa dinâmica,<br />
encontram-se os problemas pessoais e/ou sociais, que podem contribuir para<br />
o sofrimento do profissional e, em muitos casos, denotam ser a causa principal<br />
do adoecimento. Na entrevista social, alguns colaboradores relacionam<br />
suas queixas com a rotina profissional, porém, muitas vezes, o foco principal<br />
são problemas pessoais e sociais advin<strong>dos</strong> de problemas familiares, os quais<br />
o colaborador não consegue conciliar e administrar. Em outras situações, na<br />
impossibili<strong>da</strong>de de pedir demissão devido a questões financeiras, os funcionários<br />
acabam atribuindo o sofrimento psíquico ao trabalho e/ou à necessi<strong>da</strong>de