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Manual O Modelo URSULA-RSU pt-br

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RSU

ESTRATÉGIAS / FERRAMENTAS / INDICADORES

PREFÁCIO

INTRODUÇÃO

1

COMPREENDER

A RSU

2

O MODELO

URSULA

3

APRENDER A

MUDAR

CONCLUSÃO

POSFÁCIO

REFERÊNCIAS CITADAS

ANEXOS

144

Acima de tudo, seria uma universidade consciente da

grande revolução que a Internet trouxe na construção e

transmissão do conhecimento: o conhecimento não está

mais na cabeça de algumas pessoas cultas que ditam a um

público silencioso aprendiz. Eles estão espalhados por toda

parte, surgem de muitas iniciativas, muitos atores, muitos

contextos e encontros. Aceder a eles não é tão difícil, mas

selecioná-los, orientá-los, transformá-los em projetos úteis

de impacto, dar-lhes legitimidade, aumentá-los é. Em face

de esta súbita revolução, a torre de marfim tem de ser

substituída por portas abertas à confluência, tendo

muito claros os princípios de seleção de relevância social

institucional, territorial, cognitiva e educativa.

Em segundo lugar, seria uma universidade consciente

dos grandes desafios de justiça, equidade e

sustentabilidade que a humanidade tem de enfrentar

nesta era sem precedentes do seu possível desaparecimento

total. Esses urgentes desafios dariam à universidade

responsável seus princípios de seleção de relevância: ela

deve ensinar e pesquisar o que garante o progresso

na vida justa e sustentável da humanidade, com paz,

equidade e resiliência. Também dariam à universidade sua

meto-dologia de impacto social: aprendizagem baseada

em desafios, projetos e serviços, para a solução de

problemas sociais graças à pesquisa-ação na e com

a comunidade, chamando os atores em seu território de

influência para conseguir impactos positivos da formação

dos estudantes e da construção do conhecimento e das

inovações.

A primazia da relevância e do impacto social incitaria

então a relativizar (sem eliminar, é claro) a noção de

“carreira profissional” e de desenho acadêmico baseado

em “disciplinas” separadas por “Faculdades” ou “Escolas”.

Acima de tudo, seria uma

universidade consciente

da grande revolução

que a Internet trouxe na

construção e transmissão

do conhecimento: o

conhecimento não está mais

na cabeça de algumas pessoas

cultas que ditam a um público

silencioso aprendiz. Eles estão

espalhados por toda parte,

surgem de muitas iniciativas,

muitos atores, muitos

contextos e encontros. Aceder

a eles não é tão difícil, mas

selecioná-los, orientá-los,

transformá-los em projetos

úteis de impacto, dar-lhes

legitimidade, aumentá-los é.

Os alunos, mais e melhor orientados para a solução de

problemas sociais desafiadores em grupos de pesquisaação,

teriam uma base sólida de competências cidadãs e

socioemocionais a partir das quais a especialização faria

sentido. Assim, o ensino superior seria reequilibrado para

não produzir mais a patologia permanente denunciada por

Edgar Morin: “inteligência cega”, ou seja, um profissional

muito inteligente em uma ínfima parte do conhecimento

e totalmente cego para todos os demais, sem habilidades

para articular seus conhecimentos com os demais, e depois

sem qualquer reconhecimento crítico dos riscos induzidos

por seus conhecimentos na sociedade e no meio ambiente.

A inteligência cega certamente leva à irresponsabilidade

tecnocientífica social.

Ao reequilibrar a formação entre a especialidade e as

habilidades heurísticas e sociais para a solução de problemas

complexos em ações coletivas transdisciplinares, boa

parte dos professores universitários veria sua atividade

didática migrar do ditado de temas para a facilitação

e o acompanhamento do caminho de formação e

emancipação do aluno. O conhecimento específico da

disciplina poderia ser adquirido através de aulas expositivas

(presenciais e virtuais) compartilhadas entre muitas

instituições, enquanto as oficinas de aplicação presencial,

o acompanhamento personalizado de cada aluno e os

grupos de pesquisa-ação-empreendedorismo ficariam

a cargo dos tutores. Em cada fase do ensino através de

desafios complexos, a falta de competências percebida

pelos próprios alunos, que são finalmente os protagonistas

dos seus estu-dos, pode dar origem a cursos de cápsulas

feitas à medida.

Os controles e avaliações do progresso também poderiam ser

reequilibrados entre exames pontuais de conhecimento,

monitoramento-avaliação geral do caminho do aluno

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