Manual O Modelo URSULA-RSU pt-br
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RSU
ESTRATÉGIAS / FERRAMENTAS / INDICADORES
2.4 Redefinição heurística das
funções da IES: Extensão,
Ensino, Pesquisa e Gestão
Socialmente Responsável
PREFÁCIO
INTRODUÇÃO
1
COMPREENDER
A RSU
2
O MODELO
URSULA
3
APRENDER A
MUDAR
CONCLUSÃO
POSFÁCIO
REFERÊNCIAS CITADAS
ANEXOS
Por trás das 12 metas apresentadas acima, existem 66
indicadores e uma metodologia de autodiagnostico que
permite que a IES de ensino superior saiba o que está
fazendo e em que medida é necessário reforçar certas
dimensões (ver Capítulo 3 e anexos). A partir disso, a
IES pode conceber, com base nessas 12 metas, seu
planejamento estratégico socialmente responsável. No
entanto, devemos considerar que esses 12 objetivos
transformam e substituem o papel comumente atribuído
às funções substantivas e à administração central da
instituição. Portanto, sua implementação requer uma
redefinição dessas funções universitárias de
forma heurística, em outras palavras, de forma
inovadora e vinculada à solução de problemas
sociais e ambientais.
Para alcançar essa redefinição de funções, é muito
importante entender que existe uma abordagem
tradicional de gestão do ensino superior que deve ser
absolutamente superada. Nessa abordagem tradicional,
cada função, cada faculdade, cada escola profissional,
cada laboratório de pesquisa, gerência, dependência,
escritório, cumprem sua função separadamente. Cada
um desses departamentos é considerado um órgão que
cumpre seu objetivo, próximo e separado dos outros órgãos,
dentro do corpo total da instituição, que apenas algumas
autoridades podem conhecer e pilotar juntas. Os outros
atores são designados para sua função específica sem
visão de conjunto e com responsabilidades específicas.
Portanto, quando existe a proposta de que esses órgãos
isolados sejam “socialmente responsáveis”, seus membros
entendem espontaneamente o convite como a realização
de um ato filantrópico de assistência e contribuição social,
o que constitui, como vimos, os piores e a mais pobre
definição da RSU. Dessa forma, a responsabilidade social se
torna espontaneamente filantropia e cada órgão define sua
participação social a partir de suas próprias necessidades
e critérios. Certamente, os grupos externos envolvidos
são considerados destinatários da extensão do órgão e
não cocriadores, de modo que os projetos (quando
conseguem ser mais do que uma doação ou campanha)
não geram nenhuma transformação na comunidade. No
final, as IES não são consideradas um interlocutor relevante
quando se trata de desenvolvimento social.
Portanto, essa abordagem tradicional deve ser superada por
uma abordagem heurística, cujo centro seja as urgências
sociais e ambientais para assumir e resolver de forma
inovadora. Dessa forma, com base na conscientização
e estudo dos problemas, cada função dentro da IES,
cada unidade, cada departamento, cada faculdade, cada
laboratório e cada escola profissional podem colaborar na
solução criativa buscada de maneira coordenada
com as demais funções e com os atores externos envolvidos.
A abordagem heurística permite mudar a mentalidade das
IES e demonstra que a razão de ser disso na sociedade
não é a autoreprodução permanente desde sua zona de
conforto. Pelo contrário, a razão de sua presença territorial
é tornar-se um impulsionador da melhoria contínua da
sociedade para alcançar os ODS. Então, a partir da
abordagem heurística, a extensão é concebida como
uma oportunidade para um relacionamento em que todos
saem ganhando: 1. Permite a inovação cocriativa que
beneficia diretamente a comunidade após a resolução de
seus problemas; e 2. Permite um melhor cumprimento das
funções substantivas, que beneficiam as IES, ajudando-a
a alcançar qualidade e excelência com mais eficiência
em seus processos de ensino e pesquisa.
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