Manual O Modelo URSULA-RSU pt-br
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RSU
ESTRATÉGIAS / FERRAMENTAS / INDICADORES
INTRODUÇÃO
PREFÁCIO
INTRODUÇÃO
1
COMPREENDER
A RSU
2
O MODELO
URSULA
3
APRENDER A
MUDAR
CONCLUSÃO
POSFÁCIO
REFERÊNCIAS CITADAS
ANEXOS
6
A RSU
10 anos depois
Em 2009, foi publicado o Manual de Primeiros Passos em
Responsabilidade Social Universitária (Vallaeys, De la Cruz
& Sasia, 2009), a primeira ferramenta de gestão disponível
gratuitamente da RSU para a América Latina. Este manual
propunha um itinerário para sua implementação, bem
como ferramentas de autoavaliação com pesquisas para
todos os grupos de interesse internos da Universidade.
Este Manual foi baixado da Internet milhares de vezes,
citado em centenas de artigos acadêmicos e serviu de
marco para inúmeras teses e pesquisas; não apenas na
América Latina, mas em muitas outras partes do mundo
(foi traduzido por uma pesquisadora iraniana, por exemplo).
Dez anos depois, o que mudou? Qual é a evolução da
Responsabilidade Social Universitária (RSU)? As Instituições
de Ensino Superior (IES) conseguiram melhorar a gestão
transversal de seu impacto social para a transformação
de seu trabalho interno e seu território? É muito difícil
responder a estas perguntas, mas algumas más e boas
notícias podem ser consideradas.
Primeiro, a nível mundial, a má notícia é o aprofundamento
da crise de insustentabilidade social e ambiental.
Enquanto o 1% da população mundial mais rica confisca
uma riqueza maior que a de bilhões de pessoas (Oxfam
International, 2018), a pegada ecológica da humanidade
também é vergonhosa e está piorando cada vez mais. O
desmatamento, as mudanças climáticas e a extinção em
massa de espécies anunciam que os pobres terão ainda que
enfrentar tempos piores, enquanto alguns passarão suas
férias no planeta Marte. A tese sombria de Edgar Morin:
“Estamos em um Titanic planetário” não é contestada até agora.
Diante desse colapso da habitabilidade e da capacidade
de sustentação planetária, muitas vozes se erguem,
muitas iniciativas alternativas nascem, mas ainda são
esperadas as mudanças sistêmicas. A economia
mundial está longe de ser verde, circular e regenerativa,
como deveria ser. Nas universidades, tampouco ensinam
sobre essa nova economia, nem criticam a outra, a que
nos levou à beira do colapso. As terras cultivadas com
agricultura orgânica, por exemplo, não atingem 2% em
todo o mundo (FiBL & IFOAM - Organics International,
2018). Ainda assim, o business as usual (negócios
continuam) de uma economia negra (abundância existente
na escassez), linear e destrutiva, continua florescendo, e
é notório o retrocesso da democracia e dos líderes com
modos democráticos em muitos países do mundo, onde o
populismo, o autoritarismo, a xenofobia, o nacionalismo, o
fundamentalismo religioso rebrotam. Todos esses lastres
que se imaginava que o Iluminismo iria varrer da história
A boa notícia talvez possa
vir da Agenda 2030 com os 17
Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS), que
constituem um roteiro
consensual muito útil para
orientar as políticas de
desenvolvimento públicas e
privadas.
humana ainda estão lá. Não apenas o exemplo de união
pacífica que a Europa Ocidental alcançou não virou escola,
como essa mesma união começa a se desmoronar. Que
impactos têm os nossos cursos de ética e cidadania?
Que influência têm nossos ensinamentos piedosos de
humanismo e desenvolvimento sustentável? Nós, os
universitários, estamos à altura dos desafios e urgências
sociais e ambientais de nosso tempo?