Manual O Modelo URSULA-RSU pt-br
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RSU
ESTRATÉGIAS / FERRAMENTAS / INDICADORES
PREFÁCIO
INTRODUÇÃO
1
COMPREENDER
A RSU
2
O MODELO
URSULA
3
APRENDER A
MUDAR
CONCLUSÃO
POSFÁCIO
REFERÊNCIAS CITADAS
ANEXOS
87
3.2 Gestão por processos: a
aprendizagem organizacional
para todos os atores
administrativos e acadêmicos
das IES
O segundo âmbito diz respeito à prática de uma gestão
por processos em vez da tradicional gestão
funcional focada na administração de áreas diferenciadas.
Desde a gestão tradicional, a IES é vista como uma série
de departamentos, direções, escritórios e áreas, todos
diferentes e articulados por um planejamento estratégico.
Aqueles que projetam o planejamento têm uma visão
articulada do todo, mas não as pessoas que vão executar
o plano. Portanto, o primeiro erro da gestão tradicional
(herdado de Fayol e Taylor) é a separação radical entre as
autoridades que pensam a organização sem executá-la, e
o pessoal que a executa sem pensar. Todos os problemas
no funcionamento das organizações têm origem nesta
falha de concepção inaugural.
Devido a esta visão tradicional, focalizamos os resultados
de cada área separadamente e o resultado global da
organização é obtido a partir da soma dos resultados
parciais de cada área. Assim, o interesse da instituição
está focado em que a gestão faça bem o seu trabalho em
cada área. O “efeito silo” é insensivelmente encorajado:
a organização é uma série de silos separados, e cada
um pensa no que é feito no silo, não na organização. Os
chefes de cada silo tornam-se senhores feudais, enquanto
o reitor (a reitora) se torna um “pastor de gatos”, cada gato
fazendo o que lhe apetece. O resultado final é uma visão
parcial do que se passa no interior, em cada silo. Os atores
perdem o seu propósito comum. Nem eles têm uma visão
do seu ambiente.
A partir desta abordagem, não é possível visualizar os
impactos globais, que emergem das interações entre
todas as áreas. É impossível para o pessoal que trabalha
em cada área e, sejamos honestos, também é difícil para
as autoridades. Assim, a vida quotidiana na organização
decorre numa zona cinzenta permanente entre o que
afirmamos fazer (a nossa missão e visão, os nossos
valores de excelência), o que realmente fazemos (que é
mais trivial e menos glorioso do que o discurso) e a nossa
pouca visibilidade sobre a eficácia do que fazemos (se
corresponde ou não ao que afirmamos fazer). A gestão
da IES é na realidade uma “caixa preta” e temos muito
pouco conhecimento dos impactos positivos e negativos
do nosso trabalho.
Portanto, devemos superar as áreas tradicionais de gestão
O “efeito silo” é
insensivelmente encorajado:
a organização é uma série de
silos separados, e cada um
pensa no que é feito no silo,
não na organização.
funcional que dificultam a visualização dos impactos e
o isolamento dos atores. A gestão tradicional procura
assegurar o bom funcionamento das áreas e o alcance
dos resultados de cada uma delas. Esta é uma versão
vertical na qual a reitoria e o planejamento estratégico
são ordenados para cumprir com os resultados, cada área
tem uma meta anual a alcançar e o chefe de cada área é
responsável por alcançar seu próprio resultado, não o das
outras. O que aconteceria se, em vez de considerarmos
as áreas separadamente, começássemos a considerar os
vários processos que ligam todas as áreas?
Esta mudança de foco gerencial para a gestão de
processos, no nosso Modelo RSU, permite-nos não
considerar a diferenciação entre “Ensino”, “Pesquisa” e
“Extensão”, como uma diferenciação orgânica de
diferentes áreas, mas como uma diferenciação funcional
de processos inter-relacionados: a IES constantemente
forma, conhece e se vincula constantemente ao seu
ambiente, e o faz gestionando a si mesma. É por isso
que a teoria da RSU fala de 4 processos, não de três
níveis, inclui a gestão dentro da sua reflexão (porque tem
muitos impactos em todos os processos), e concentra-se
nos impactos (ocultos) em vez de nos resultados oficiais
declarados. É também por isso que preferimos falar de
Cognição (construção do conhecimento) em vez de Pesquisa,
e Participação Social (alianças, ligações tecidas com o
meio ambiente) em vez de Extensão. Os erros sobre a
RSU vêm frequentemente de uma interpretação
em termos de gestão tradicional do que deveria
ser entendido em termos de gestão por processos.
Com a tradicional gestão “ensilada”, infelizmente, os
compromissos internos são reduzidos aos compromissos
da área. Assim, se a área funciona bem tudo está bem, o