Manual O Modelo URSULA-RSU pt-br
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RSU
ESTRATÉGIAS / FERRAMENTAS / INDICADORES
PREFÁCIO
INTRODUÇÃO
1
COMPREENDER
A RSU
2
O MODELO
URSULA
3
APRENDER A
MUDAR
CONCLUSÃO
POSFÁCIO
REFERÊNCIAS CITADAS
ANEXOS
92
O que vai garantir o renascimento permanente do sentimento
de vazio em nossa ação institucional? A atenção dada
tanto às interpelações internas como externas que
apontam para isto: “O que não é como deveria ser, e a
IES pode fazer algo a respeito, o que estamos esperando
para agir?”. O questionamento ético é sempre a mesma
pergunta do Génesis: “Caim, onde está o teu irmão?” A
RSU é um requisito metódico que tem sido gerido a fim de
questionar a IES sobre as deficiências éticas que devem
satisfazer, inovando e enveredando pelo caminho da
reparação: reparar-se a si próprias para reparar o mundo.
Alguns impactos são
bons, e outros são ruins,
independentemente das
nossas boas ou más intenções.
O problema não são as boas
ou más intenções de cada
indivíduo, mas o efeito total
que se obtém concatenado
na vida coletiva da sociedade
(pelo que a responsabilidade
pelos impactos é “social”, e
não pessoal).
3.3 Inovação social rumo aos ODS:
Desenvolvimento sustentável e
RSU
A ética em 3D e a gestão por processos têm o propósito final
de aprender a praticar a inovação nas dimensões
substantivas da IES: Formação, Cognição, Participação
Social e Gestão Organizacional. Isto significa passar para
uma cultura de desafios e um gosto por resolver
problemas sociais. Por exemplo, isto é o que acontece
quando nos concentramos na Aprendizagem Baseada em
Desafios Sociais como base da formação e não apenas a
capacitação para obter um diploma profissional. Também
envolve fazer pesquisas na e com a comunidade para resolver
seus problemas, e não apenas pensar em publicar artigos.
Da mesma forma, significa uma extensão solidária mais
focalizada na consecução de alianças úteis para os ODS,
gerando forças territoriais para impactos positivos com
retorno à capacitação e à pesquisa, em vez de multiplicar
as ações de ajuda com pouca sistemática. Finalmente, pode
produzir grandes mudanças quando nos damos desafios
como a eliminação de qualquer plástico de uso único no
campus: nova gestão, novos hábitos, novos treinamentos,
novos conhecimentos aplicados, novos fornecedores
externos, novas bebidas mais saudáveis, novo sinal ético
para o mercado graças às compras institucionais, etc.
Desta forma, torna-se clara a necessidade de ligar a RSU
à mudança, com vista a eliminar os impactos negativos e
maximizar os impactos positivos. A chave para começar
a fazer estas mudanças é perceber que:
> As pessoas, de forma individual e coletivamente, geram
impactos de todas as suas ações diárias na sociedade e
no meio ambiente. Esses impactos geralmente passam
despercebidos se não lhes dermos atenção especial,
através de uma cultura ética em 3 dimensões (Virtude
Pessoal, Justiça Social, Sustentabilidade Planetária) que
olha para toda a cadeia de valor de bens e serviços, e
não apenas objetos e atos isolados.
> Alguns impactos são bons, e outros são ruins,
independentemente das nossas boas ou más intenções.
O problema não são as boas ou más intenções de cada
indivíduo, mas o efeito total que se obtém concatenado na
vida coletiva da sociedade (pelo que a responsabilidade
pelos impactos é “social”, e não pessoal).
> Apesar da nossa boa vontade, nossas ações interagem
com as dos outros, criando efeitos sistêmicos nem
sempre de acordo com a nossa vontade. A ação social
escapa ao controle voluntário do ator social, criando
insatisfações, deficiências, contradições, das quais nos
queixamos como se viessem de fora, como se fosse
tempo ruim (“a sociedade é injusta”, “há muita corrupção”,
“o desenvolvimento é insustentável”, etc.), embora na
realidade sejamos cocriadores desta realidade social.
> Somos corresponsáveis pelo estudo dos impactos
de nossas ações individuais e coletivas, assumindo
a coculpabilidade de nossos impactos negativos, e
coordenando juntos entre os diversos atores sociais para
remediá-los, inovando em nossas práticas trabalhistas,
institucionais, interpessoais, políticas e econômicas,
etc.
> As nossas IES têm também uma responsabilidade
especial e maior por serem as instituições que constroem
o conhecimento e formam os profissionais e gestores