Manual O Modelo URSULA-RSU pt-br
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RSU
ESTRATÉGIAS / FERRAMENTAS / INDICADORES
PREFÁCIO
INTRODUÇÃO
1
COMPREENDER
A RSU
2
O MODELO
URSULA
3
APRENDER A
MUDAR
CONCLUSÃO
POSFÁCIO
REFERÊNCIAS CITADAS
ANEXOS
24
1.3 Entender o que não é RSU:
nem contribuição, nem mero
compromisso
Mas é tão importante entender o que NÃO É responsabilidade
social como entender o que é, porque as armadilhas
conceituais fazem fracassar as tentativas mais sinceras
de cumprir com ela. Curiosamente, as IES caem na mesma
confusão quando falam sobre RSU como as empresas
quando falam sobre RS Empresarial: a confusão
filantrópica, ou seja, a confusão da RS com a boa ação
generosa realizada à margem da atividade central da
organização.
As empresas, confundindo sua responsabilidade social com
a filantropia, criam fundações de caridade para obras sociais
fora do seu core business. Portanto, é muito comum que
uma empresa que incentive as mudanças climáticas por
meio de seus negócios tenha uma generosa iniciativa de
cuidado ambiental à parte. A ação filantrópica é boa, mas
a empresa é irresponsável: não assume seus impactos. As
grandes ONGs frequentemente criticam essa estratégia
de evitar responsabilidades sociais (preferem a filantropia
em lugar da gestão dos impactos negativos do coração
do negócio) e, portanto, promovem este lema: “Não me
diga o que você faz com os benefícios, me diga como você os obtém!”
(Buyolo, 2017).
Da mesma forma, as IES, confundindo sua Responsabilidade
Social com a Extensão Solidária, criam projetos
extracurriculares de voluntariado estudantil para ajudar as
populações desfavorecidas, sem olhar para os conteúdos
dos programas curriculares dos respectivos cursos que
eles ministram, nem para sua maneira de administrar a
instituição e as linhas de pesquisa. Essa também é uma
estratégia de prevenção de suas responsabilidades sociais
mediante a filantropia, e seria bom responder isso para
as IES: “Universidade: não me diga o que você faz lá fora com os
estudantes voluntários, me diga como você os forma por dentro, com
que conhecimentos e como você se administra!”
Vejamos melhor qual é o erro de compreensão da RSU,
porque não apenas não se consegue compreender o que
é a RSU, mas também não se consegue entender porque
não é entendida.
Antes de tudo, o erro vem da aparente simplicidade do
conceito: a RSU tem a má sorte de ser uma palavra simples
que todos pensam ter compreendido desde sempre, sem
necessidade de se perguntar o que é. Imediatamente, ao
ouvir “responsabilidade social universitária”, pensa-se em
generosidade social, ajuda social, ações benéficas para
os necessitados, do voluntariado ou serviço social, algo
como um conglomerado barroco de “boas” ações para o
próximo e para o meio ambiente, que idealmente, caberia
em um dos marcos dos 17 Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável da ONU. E pronto!
Portanto, a maioria dos estudantes universitários adota a
crença de que se trata de realizar ações de solidariedade
a partir de uma unidade dedicada especialmente a isso.
As IES latino-americanas tradicionalmente a consideram
a “terceira função substantiva”, aquela que cumpre com
expandir o trabalho da universidade ao público externo,
por meio de projetos solidários de voluntariado.
Espontaneamente, se incorpora a noção de RSU à função
da Extensão.
“Não me diga o que você faz com
os benefícios, me diga como você
os consegue!” (Buyolo, 2017)
“Universidade: Não me diga o que
você faz lá fora com os estudantes
voluntários, me diga como você
os forma por dentro, com que
conhecimentos e como você se
administra!”