Manual O Modelo URSULA-RSU pt-br
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RSU
ESTRATÉGIAS / FERRAMENTAS / INDICADORES
PREFÁCIO
INTRODUÇÃO
1
COMPREENDER
A RSU
2
O MODELO
URSULA
Por acaso as IES têm o poder de mudança na
sociedade?
É muito irresponsável pensar que as IES não têm impacto
social, porque na realidade elas poderiam ter muito poder
de mudança social: as IES na América Latina empregam
centenas de milhares de professores competentes que formam
milhões de jovens, dando-lhes milhões de tarefas avaliadas a
cada semestre acadêmico. Para onde vai todo esse trabalho,
esses exames, teses, trabalhos, artigos? Se apenas 20% das
avaliações dos alunos tivessem um impacto social e ambiental
e não apenas o objetivo de obter uma nota para passar em
um curso, poderiamos fazer da atividade formativa e de
pesquisa cotidiana das IES uma formidável alavanca
de desenvolvimento justo e sustentável. Sem contar com
o imenso poder potencial que representa o fato de formar-filtrar
a todos os líderes públicos e privados das organizações que
compõem a sociedade; e sem contar com o outro tremendo
poder de ter a função específica de legitimação social do saber
e do não saber: conceder diplomas profissionais decidindo o
que os profissionais devem saber e saber fazer para operar com
legitimidade e legalidade na sociedade.
Portanto, se uma IES não se sente capacitada para transformar
o mundo, quiçá seja porque parece olhar muito para fora os
problemas sociais que gostaria de resolver e não pode, e se
esquece de olhar para dentro e ver o que ela é, para transformar
a si mesma. Precisamos de um Modelo de RSU que atinja
este propósito. A aposta é que uma universidade transformada
ajudará a transformar a sociedade, enquanto uma universidade
comprometida em transformar a sociedade sem transformar a
si mesma nada conseguirá. Antes de comprometer-se,
há a necessidade de ser responsável.
Assim, deve ficar claro que a verdadeira noção de RSU se
baseia justamente na responsabilidade. Quer dizer, é muito
mais do que caridade ou compromisso. Uma responsabilidade
é uma obrigação. Se trata de uma palavra ética que exige a
imputabilidade do sujeito “responsável”, pelo qual se deve
poder questionar e cobrar pelas suas atitudes. Quando a
responsabilidade social não atinge essas características, é um
mero compromisso social, um desejo de ajudar. Essa visão
filantrópica da RS não ajuda a instituição a ser responsabilizada,
não se avança em direção aos ODS e não afasta o Titanic
de seu destino fatal.
3
GRÁFICO 8
POR UMA DEFINIÇÃO SÓLIDA DE RSU: NOÇÕES FOFAS E ESPONJOSAS DESRESPONSABILIZAM A IES
APRENDER A
MUDAR
CONCLUSÃO
POSFÁCIO
REFERÊNCIAS CITADAS
ANEXOS
A RS deve ser
imputável, cobrada
e coativa. Caso
contrário, é apenas
um compromisso
voluntário.
COMPROMISSO
SOCIAL
RESPONSABILIDADE
SOCIAL:
COCULPABILIDADE
E PRESTAÇÃO DE
CONTAS
OBRIGAÇÃO DE
RESPONDER PELOS
IMPACTOS DA
ORGANIZAÇÃO NA
SOCIEDADE
ESFORÇO PARA QUE
TODA A ORGANIZAÇÃO
PARTICIPE DO BEM COMUM,
SEJA UMA ORGANIZAÇÃO
VOLUNTARIAMENTE SOLIDÁRIA
NOSSO
QUERER
NOSSO
DEVER
NÃO É
SUFICIENTE
É A ISTO QUE
DEVEMOS
CHEGAR
CONTRIBUIÇÃO
SOCIAL
AO LADO E ALÉM DO QUE
A ORGANIZAÇÃO FAZ, UMA
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL
ATRAVÉS DE BOAS AÇÕES
NOSSA
CARIDADE
NÃO É
EFICAZ
29
Fonte: elaboração própria