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primerosmodernos129A Experiência do Urbanismo Moderno na cidade do Rio de JaneiroVera F. Rezende (Escola de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Fluminense - UFF)Um Quadro de Transferências InternacionaisNa cidade do Rio de Janeiro, nos primeiros 50 anos do século XX, entre os artigos publicados nos principaisperiódicos técnicos 1 , são inúmeros os que reproduzem exemplos de outros países num evidente processo detransferências 2 de conteúdos, no interior do qual, a partir da década de 30, são também transferidos osprincípios do modernismo 3 na arquitetura e no urbanismo.Em parte podemos creditar esse fato ao Plano de Remodelação, Extensão e Embelezamentopara o Rio de Janeiro, Distrito Federal, capital do país, de autoria do arquiteto francês D. Alfred Agache,concluído em 1930. Apesar de não ser implantado, ele estimula a discussão 4 sobre os problemas e soluçõespara a cidade e concorre para aumentar a circulação de idéias contemplando exemplos de outros países. 5A Segunda Guerra Mundial, nessa mesma década, e a tensão que a antecede, marcam e seexpressam nos textos publicados, observando-se que os países utilizados como exemplos variam emintensidade segundo o desenrolar do conflito. Com o transcorrer da guerra à medida em que a simpatia dogoverno brasileiro transfere-se da Alemanha para os países aliados, aumenta o número de exemplos deexperiências de urbanismo nos E.U.A., enquanto desaparecem os referentes a cidades alemãs. 6Antes, durante e imediatamente após o período da guerra, o urbanismo é obrigado aapresentar respostas à proteção ou à reconstrução das cidades na Europa, preocupação que é aqui no Brasilreproduzida. 7 Questões como a largura das vias, a orientação dos ventos e ainda a dispersão de atividadescomerciais e industriais passam a ser questões urbanas ligadas à segurança. É nesse ambiente, propício àcirculação de modelos de outros países, que circulam também os ideais modernistas.O Plano Voisin (1925) de Le Corbusier, para a cidade de Paris é apresentado por Estelita(1934) como estratégico em caso de guerra, e é inaugurada curiosamente a menção ao urbanismo modernista,vinculando-o à defesa de cidades em caso de bombardeios.Os Princípios Modernistas“Na época nós todos estávamos convencidos que essa nova arquitetura que estávamos fazendo essa novaabordagem, era uma coisa ligada à renovação social. Parecia que o mundo, a sociedade nova, a arquiteturanova eram coisas gêmeas, uma coisa vinculada à outra”.