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Primeros Modernos.pdf

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primerosmodernos130Esse sentimento expresso por Lúcio Costa (1987), que coloca a arquitetura como elementoessencial da transformação social, parece ser compartilhado pelos arquitetos brasileiros que a partir do final dadécada de 20 se tornam defensores dos princípios do modernismo, em especial, no Rio de Janeiro.Os ideais propagados pelos CIAM, que se realizam após 1928, trazem a possibilidade desolução dos problemas da cidade para todos os indivíduos das cidades modernas e uma nova etapa dacivilização em que as decisões sejam tomadas de maneira mais racional, necessária para impor ordem àscidades, uma das exigências dos CIAM. A busca dessa racionalidade aplicada às cidades é vista como a soluçãopara os problemas do Rio de Janeiro, uma cidade que de 1920 a 1930 dobra a sua população, chegando a2.380.000 habitantes. Como se manifesta Lúcio Costa (1962):“... O Novo Mundo não está mais à esquerda ou à direita, mais acima de nós; precisamos elevar o espíritopara alcançá-lo, pois não é mais questão de espaço, mas de tempo, de evolução e de maturidade. O NovoMundo agora é a Nova Era, e cabe a inteligência retomar o comando”. 8Os temas recorrentes do discurso modernista vão conquistando adeptos entre os arquitetose urbanistas cariocas. 9 No nível simbólico, uma sociedade mais justa, em que os benefícios sejam distribuídosde forma igualitária. No nível espacial, uma cidade estruturada de forma diversa das tradicionais: a ausência delotes ou quadras, a separação entre pedestres e veículos, onde a verticalização é utilizada como estratégia paraa concentração de áreas edificadas com a criação de áreas vazias. Mais ainda, um urbanismo que se apoia sobrea arquitetura realizada dentro de princípios racionais.O modelo é a cidade centralizada, a metrópole em oposição à cidade com os seus subúrbios.Le Corbusier (1937) 10 , em artigo publicado no Rio de Janeiro, critica os esquemas de descentralização:“Nós os urbanistas modernos pensamos que deve-se dar um fim a este desastre que são os arrabaldes e ascidades de extensões ilimitadas com seus gastos desenfreados”. 11As transferências dos princípios modernistas ao meio técnico brasileiro se devem em grandeparte às suas visitas ao Rio de Janeiro, que se tornam o principal veículo de tradução dos ideais do CIAM juntoaos urbanistas locais. A primeira visita ocorre em 1929, ocasião em que vai às cidades de Buenos Aires,Montevidéu e São Paulo, sua porta de entrada, por onde se dão os contatos iniciais com o Brasil, quandoproduz o famoso croquis do edifício viaduto, cortando a cidade e registra suas impressões sobre a cidade (LeCorbusier, 1930).No ano de 1936, Le Corbusier vem novamente ao Rio de Janeiro em viagem solicitada porarquitetos brasileiros, em especial, o arquiteto Lúcio Costa, com vistas a consultá-lo sobre os projetos para aconstrução do Ministério da Educação e Saúde e para a Cidade Universitária. Nessa ocasião, é difícil ficarimune ao encanto de suas idéias, que juntam princípios arquitetônicos e decisões tomadas racionalmente.Propõe a negação das propostas do arquiteto francês D. A. Agache, que havia concluído oplano para a cidade do Rio de Janeiro, por entender que representam aquilo com o que se deveria romper. Osprincípios de Le Corbusier marcam os assistentes das palestras e a partir daí arquitetos e urbanistas

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