FAZER CAPA COLORIDA GERAL DO PLANO DE MANEJO ... - WWF

Trinomys iheringi, Phyllomys nigrispinus e Phyllomys thomasi. A primeira espécie tem
distribuição restrita à Mata Atlântica costeira, do Rio de Janeiro até a Ilha do Cardoso, em
São Paulo. Não é considerada rara nos locais onde ocorre, mas é uma espécie florestal muito
suscetível a modificações do seu hábitat.
As duas espécies pertencentes ao gênero Phyllomys não são capturadas em quantidade,
provavelmente devido ao hábito arborícola, e são endêmicas da região estudada. Pouco se
sabe sobre sua biologia, preferências de hábitat ou suscetibilidade às modificações do
hábitat, mas o simples fato de estar restrita à região faz com que a diminuição das áreas
florestadas se torne uma ameaça.
Com relação aos mamíferos de porte médio e grande, o seu status de conservação, definido
pelo grau de ameaça, é um indicativo suficiente dos tamanhos populacionais. Pode-se
considerar que as espécies classificadas como ameaçadas são, atualmente, raras, e a
importância da região para a manutenção de algumas delas será discutida no item abaixo.
Devido à sua maior capacidade de dispersão através do vôo, a maior parte das espécies de
morcegos apresenta grandes distribuições, raramente sendo associadas a um único bioma. Os
quirópteros presumivelmente presentes são todos de distribuição mais ampla, e não podem
ser considerados raros.
O Anexo 13 lista o status de conservação das espécies registradas para o Polígono Bertioga. As
espécies de pequenos mamíferos são, em geral, classificadas como sendo de menor
preocupação, à exceção das duas pertencentes ao gênero Phyllomys. Phylomys thomasi, com
distribuição descrita até o momento apenas para a Ilha de São Sebastião, é classificada como
vulnerável, e ameaçada para o Brasil. Este animal habita florestas sempre verdes, e ainda que
não tenha sido registrado para outras áreas, deve estar presente na região de baixada do
Polígono de Bertioga (Leite, com. pess.). Embora classificado como deficiente em dados,
Phyllomys nigrispinus tem também distribuição restrita a partes específicas da Mata
Atlântica, podendo ocorrer nas áreas de floresta de transição de encosta para restinga, na
área estudada.
Entre os grandes mamíferos, é importante ressaltar que embora diversas espécies sejam
consideradas pela IUCN como de menor risco, no âmbito do Estado de São Paulo 14 das 25 são
consideradas ameaçadas em algum grau.
Destacam-se como particularmente importantes do ponto de vista da conservação em nível
mais amplo as populações locais dos felinos de pequeno porte, antas e do mono carvoeiro, e
em uma escala mais restrita às florestas do Estado de São Paulo, o queixada e o gatomaracajá.
Levando em conta que grande parte da cobertura vegetal do Estado de São Paulo,
particularmente no litoral, encontra-se altamente modificada ou reduzida, e que a Floresta
Atlântica, bioma que abriga diversas áreas consideradas hotspots de biodiversidade,
encontra-se atualmente reduzida a 7% de sua área original, a preservação desta área que
abriga diversos representantes da fauna ameaçada de mamíferos de Mata Atlântica deve ser
considerada prioritária.
Módulo FAUNA 109