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FAZER CAPA COLORIDA GERAL DO PLANO DE MANEJO ... - WWF

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A pesca artesanal, sempre presente ao longo da história de São<br />

Sebastião, e a lavoura de alimentos (feijão, mandioca, farinha)<br />

tornaram-se as principais atividades econômicas. Os produtos obtidos<br />

dessas atividades e da produção de cerâmica eram embarcados em<br />

canoas [...] para serem comercializados em Santos (2003, p.31).<br />

Desse modo, uma das condições mais importantes que determinaram a eleição dos locais onde<br />

se estabeleceram as vilas caiçaras foram a presença de bons ancoradouros que possibilitassem<br />

o abrigo à embarcações de pesca e às canoas de transporte. Assim, na Praia da Baleia, por<br />

exemplo, “[...] a não existência de um ancoradouro para o lançamento de embarcações<br />

pesqueiras ao mar, afastou a possibilidade no passado da formação de um núcleo ou aldeias<br />

neste local” (Calux, 2003, p.52); por outro lado, “Quando os caiçaras que viviam na cidade de<br />

São Sebastião e Santos transferiram-se com suas famílias para a Barra do Una, o fizeram com<br />

base nas boas possibilidades que o Rio Una oferecia para atracagem [...] embarcações que<br />

utilizariam na atividade pesqueira [...]” (Calux, 2003, p.56).<br />

A produção de bananas era uma das poucas que se sobressaia na região litorânea, mas,<br />

diferentemente do que se costuma enfocar, parece ter seguido uma tradição pretérita, não<br />

devendo ser encarada apenas em termos de uma ação ativa dos novos agentes de dinamização<br />

econômica, os imigrantes europeus. Assim, segundo Alcir Calux, já no final do século XVIII,<br />

uma<br />

[...] pequena parte da população oriunda das vilas de São Sebastião e<br />

Santos, indo em busca de terras livres para o plantio, introduziu, na<br />

faixa conhecida como ‘sertão’ – áreas mais para o interior continental,<br />

onde o nível do mar se estende, formando planícies até os<br />

contrafortes das formações serranas – a bananicultura, atividade que<br />

perdurou até meados do século XX (2003, p.29).<br />

É certo que essa cultura conheceu um grande impulso com os novos investimentos<br />

estrangeiros, organizadores de grandes plantações, como foi aquela da chamada “Fazenda<br />

dos Ingleses”, estabelecida em Caraguatatuba. De qualquer forma, incentivada pelo rápido<br />

crescimento do consumo, inclusive dos mercados platinos, acessíveis através de Santos, a<br />

cultura da banana se espalhou pelo litoral norte, durante as primeiras décadas do século XX.<br />

Em verdade, ela tomou ares de uma verdadeira política de desenvolvimento regional, com a<br />

realização de estudos como o de Carlos Borges Schmidt, Cultura prática da bananeira nanica<br />

no litoral norte paulista, realizado em 1934. Lá, são apontados todos os pontos do litoral mais<br />

indicados para o estabelecimento de bananais, incluindo aí, trechos da orla que interessa<br />

diretamente a este estudo. Essa política parece ter literalmente dado frutos, uma vez que<br />

Paulino de Almeida comentava, por volta de 1938, que a cultura da banana vinha sendo feita<br />

em grande escala e com resultados surpreendentes (Almeida, 1959, p.13). Nas regiões mais<br />

próximas de Bertioga, essa produção agrícola também se fez presente de forma importante<br />

(Figuras 50A e 50B). A baixada santista foi um dos centros de produção e uma área de grandes<br />

fazendas, estabelecidas desde o final do século XIX, principalmente por imigrantes espanhóis<br />

(Araújo Filho, 1957). Mais uma vez, os topônimos da região nos auxiliam, demarcando a<br />

presença de um “morro do bananal”, em Bertioga.<br />

Módulo PATRIMÔNIO CULTURAL 275

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