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FAZER CAPA COLORIDA GERAL DO PLANO DE MANEJO ... - WWF

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No século XVIII, os navios portugueses, na aproximação de Santos/São<br />

Vicente. Tinham como referência, depois de passar por São Sebastião,<br />

a quatro léguas oeste, segundo cálculos da época, a Ilha de Alcatrazes<br />

[...] O outro acidente geográfico a ser observado era a barra de<br />

‘Biritoga’ (Bertioga) (Hutter, 2005, p.290).<br />

Nesse sentido, a simples presença de tais referências toponímicas nesse tipo de documento já<br />

demonstra a importância dessas regiões no projeto de Conquista das novas terras a indicação<br />

de que eram utilizadas pelas expedições marítimas que buscavam a porção meridional do<br />

território brasílico. Isso gerava o que poderíamos classificar como ocupações temporárias,<br />

porém recorrentes, vinculadas, principalmente às áreas de melhor ancoradouro.<br />

Estabelecidos em São Vicente por Martim Afonso e Pero Lopes, os colonos das capitanias de<br />

São Vicente e Santo Amaro, chefiados por Braz Cubas, não demoraram muito a iniciar um<br />

processo de expansão, deslocando-se, primeiramente para a porção norte da ilha de São<br />

Vicente, fundando o núcleo que viria a ser a vila de Santos, e ocupando a ilha de Santo Amaro<br />

do Guaíbe (atual Guarujá) e chegando até o canal da Bertioga. Em verdade, tal processo<br />

seguiu a lógica de ocupação de todo o “pólo lagamar” que formava a baía de São Vicente,<br />

sendo Bertioga a sua barra de acesso mais ao norte. Certamente um fator muito importante<br />

para o movimento de expansão da ocupação européia nesses primeiros anos da colonização<br />

está relacionado com a instalação dos primeiros engenhos de açúcar que, com suas<br />

exportações para a metrópole, incentivaram a busca por novas terras e novos “bens de<br />

produção” (cativos). Compondo o quadro do período, John Monteiro observa:<br />

O desenvolvimento das empresas coloniais no litoral, sobretudo a<br />

partir da década de 1540, havia começado a aumentar a demanda<br />

pela mão de obra indígena e pelo abastecimento de gêneros de<br />

primeira necessidade. Embora algumas unidades maiores, como a da<br />

família Schetz de Antuérpia [engenho dos Erasmos], houvesse chegado<br />

a importar escravos da África Ocidental, a maioria buscou sua força de<br />

trabalho entre a população indígena. Em 1548, segundo um relato da<br />

época, a capitania já dispunha de seis engenhos de moer cana e uma<br />

população escrava superior a 3 mil cativos (1994, p.30).<br />

Esse movimento gerou uma reação contrária por parte das sociedades indígenas estabelecidas<br />

ao norte, que passaram a tentar conter esse avanço, iniciando, a partir de 1547, uma série de<br />

ataques ao núcleo de ocupação européia (Santos, 1948, p.12), que teriam seu ápice com a<br />

famosa “Confederação dos Tamoios”. A região de Bertioga, então, precisa ser entendida ao<br />

mesmo tempo, como partícipe desse processo de expansão e como um reflexo à essa reação<br />

indígena. Segundo as informações de Hans Staden, na Bertioga haviam se estabelecido a<br />

família Braga,<br />

Para impedir este caminho aos índios [...] Cerca de dois anos antes da<br />

minha vinda [cerca de 1552, portanto] os cinco irmãos tinham<br />

decidido com alguns índios amigos, edificar ali uma casa forte para<br />

deter os contrários, o que já tinham executado.<br />

266 Módulo PATRIMÔNIO CULTURAL

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