03.04.2013 Views

FAZER CAPA COLORIDA GERAL DO PLANO DE MANEJO ... - WWF

FAZER CAPA COLORIDA GERAL DO PLANO DE MANEJO ... - WWF

FAZER CAPA COLORIDA GERAL DO PLANO DE MANEJO ... - WWF

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Apesar dos poucos vestígios de alimentos de origem vegetal identificados nos sítios<br />

arqueológicos de pescadores-coletores-caçadores, acredita-se que as porção terrestres das<br />

áreas litorâneas também possibilitavam uma intensa ação de coleta uma vez que “a mata<br />

subtropical permite [...] a coleta de frutos comestíveis como os de palmáceas, ricos em<br />

proteínas...além da fruta de nogueira [...] goiabas, pitangas, ingá, curcubitáceas, maracujás<br />

e abacaxis, sem esquecer o palmito” (Prous, 1992, p.202). É possível que a ausência de<br />

registros dessa natureza se deva ao solo alcalino típico da rehião, pouco favorável à sua<br />

preservação (Figuti, 2000, p.202). Sobre a caça, apesar de aparentemente complementar, ela<br />

também se encontra representada através de restos faunísticos de mamíferos terrestres de<br />

pequeno e médio porte. Mais uma vez, segundo o arqueólogo André Proust: “A mata<br />

subtropical permite a caça de mamíferos (macacos, porcos-do mato, anta, veado, e onça)<br />

[...]” (1992, p.202).<br />

Organizadas mais tardiamente, as ocupações litorâneas teriam se originado possivelmente de<br />

pressões demográficas e ambientais que teriam obrigado o caçador-coletor do interior a<br />

migrar para o litoral e adaptar-se a uma nova realidade espacial e econômica (Figuti, 2000,<br />

p.198). Assim, em sua busca por novas fontes de alimento e matérias-primas, essas<br />

sociedades parecem ter priorizado inicialmente as áreas lagunares-estuarinas que<br />

apresentavam as melhores condições de oferta alimentar, concentrando uma rica e<br />

diversificada fauna e flora tanto marinha quanto terrestre (Prous, 1992, p.202; Figuti, 2000,<br />

p.200).<br />

Do ponto de vista morfológico, são três os tipos de sítios arqueológicos que essas comunidades<br />

nos relegaram: os chamados sambaquis; os acampamentos conchíferos, e os abrigos sob rocha<br />

(Figuti, 2000, p.198). Segundo Prous:<br />

Nesse sentido, ainda segundo o mesmo autor:<br />

Reservamos a palavra sambaqui para sítios de depósitos homogêneos,<br />

nos quais as conchas estão bastante repartidas em superfície e<br />

profundidade, formando quase a totalidade da massa sedimentar.<br />

Estes sambaquis stricto senso distinguem-se, portanto, de sítios cujas<br />

lentes de conchas estão dispersas no meio de uma matriz diferente, e<br />

que chamamos de acampamentos de coleta (1992, p.204).<br />

Reservamos o termo ‘acampamentos litorâneos’ aos sítios [...]<br />

arqueológicos dentro dos quais os vestígios culturais estão contidos<br />

dentro de uma matriz sedimentar composta, na maior parte de<br />

elementos minerais, e dentro da qual as conchas de moluscos, embora<br />

presentes constituam uma parte mínima do volume do sítio.<br />

Geralmente estas conchas concentram-se em bolsões ou lentes de<br />

superfície limitada, enquanto o sedimento arenoso contém uma<br />

grande quantidade de restos de peixe (Prous, 1992, p.272).<br />

Nesse último tipo encontraríamos, também, os acampamentos em abrigos rochosos cuja única<br />

diferença seria a presença dos referidos abrigos.<br />

256 Módulo PATRIMÔNIO CULTURAL

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!