FAZER CAPA COLORIDA GERAL DO PLANO DE MANEJO ... - WWF

Quanto à conservação da flora do Polígono Bertioga, pode-se dizer que já existe um volume
considerável de informação que possibilite estimar o número aproximado de espécies
existentes. Mesmo assim, faltam levantamentos florísticos direcionados para precisar a
distribuição das espécies nas diferentes fitofisionomias identificadas, visando identificar
espécies indicadoras de cada fisionomia.
Vale ressaltar que mesmo para outras regiões do país, há poucos estudos disponíveis neste
sentido (e.g. Assumpção & Nascimento 2000). Ainda na área estudada, uma dissertação de
Mestrado se encontra em fase inicial e terá uma abordagem muito próxima da sugerida acima
(C.R. Souza – Instituto Geológico, comunicação pessoal).
Adicionalmente, faltam estudos direcionados para determinar com maior precisão a
composição florística das Florestas Paludosas, Brejos de Restinga, Florestas Aluviais e Floresta
Ombrófila Densa de Terras Baixas. Projetos específicos neste sentido são especialmente
importantes para registrar a ocorrência e entender a distribuição de espécies ameaçadas
existentes dentro do Polígono (e.g. Serjania dura – Ferrucci & Somner 2006).
Conforme a análise dos trabalhos realizados na região do Polígono Bertioga, trabalhos
envolvendo ecologia florestal são especialmente escassos (e.g. Silva et al. 2003 e Guedes et
al. 2005). Esta escassez pode ser extrapolada para as Florestas de Restinga do Estado como
um todo (e.g. Assis 1999, Santos 2007). Assim, estudos específicos sobre a estrutura e
dinâmica das diferentes fitofisionomias do Polígono são imprescindíveis. Neste sentido,
projetos específicos poderiam comparar a estrutura horizontal e vertical entre as diferentes
sub-formações da Floresta de Restinga (i.e. FbR, FaRs, FaRu e FPa).
A área também é estratégica para fornecer informações para o estabelecimento de limites
físicos e dissimilaridades florístico-estrutural entre a Floresta Ombrófila Densa de Terras
Baixas e a Floresta Ombrófila Densa Submontana (Oliveira-Filho & Fontes 2000, Scudeller et
al. 2001). Não ficou claro durante os trabalhos de campo se a Floresta Ombrófila Densa
Submontana típica realmente ocorre nos limites do Polígono, ou se ocorre apenas um
formação transicional entre a Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas e a Floresta
Ombrófila Densa Submontana.
Levantamentos fitossociológicos comparativos envolvendo o maior número de formas de vida
possíveis também são técnicas apropriadas para entender melhor a estrutura das
comunidades. Outras propostas se referem aos estudos da estrutura e dinâmica das
populações de plantas que poderiam ser feitas entre e dentre as fitofisionomias do Polígono e
com enfoque especial para as espécies ameaçadas de extinção, como por exemplo, Euterpe
edulis (Palmito-juçara). Apesar dos trabalhos de campo não terem indicado graves problemas
relacionados à presença de espécies exóticas e/ou invasoras, projetos específicos
direcionados ao controle e monitoramento de espécies exóticas devem ser conduzidos antes
que tais espécies se tornem um problema na região. Para as espécies cuja dispersão natural
não é comum ou é lenta, o simples corte de indivíduos adultos e jovens provavelmente será o
suficiente. É o caso do Abacate, do Jambo, do Jambolão, do Limão, da Manga, do Chapéu-de-
Sol, do Sombreiro, da Jaca, da Areca-bambu e da Espada-de-São-Jorge.
Módulo VEGETAÇÃO E FLORA 165