FAZER CAPA COLORIDA GERAL DO PLANO DE MANEJO ... - WWF

4.2.2 Fisionomias no Polígono Bertioga
Em trabalhos detalhados realizados nas bacias dos Rios Itaguaré e Guaratuba, Lopes & Souza
(2007) e Souza et al. (2007) propuseram a existência de diferentes fisionomias associadas à
planície costeira e baixa encosta da Serra do Mar. Estas formações, descritas em detalhe a
seguir, são: Manguezal, Floresta Baixa de Restinga, Floresta Alta de Restinga (subdividida em
Seca e Úmida); Floresta Paludosa; Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas; e Floresta
Aluvial. Para este estudo, inclui-se ainda a Restinga Herbácea e a Restinga Arbustiva (escrube
pós-praia - que ocorrem em trechos estreitos ao longo das praias), a Floresta Ombrófila Densa
Submontana (que ocorre em transição com a Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas - FTB
no Morro do Itaguá e no sopé da Serra do Mar - Área 3) e a Vegetação Pioneira sobre Costão
Rochoso.
Um último tipo de vegetação foi definido pelas autoras como um complexo vegetacional
formado pela Floresta Alta de Restinga Seca e Floresta Alta de Restinga Úmida, devido à
dificuldade de divisão entre as duas formações na escala de mapeamento adotada. Desta
forma, neste diagnóstico, o complexo vegetacional proposto por Lopes & Souza (2007) e Souza
et al. (2007) não será tratado como uma unidade fisionômica particular. Segundo Martins et
al. (2008), existe ainda a Vegetação Associada às Depressões Entre Cordões Arenosos (BRASIL,
1996), que não foi visitada neste estudo. Portanto, considerando as duas subdivisões da
Floresta Alta de Restinga, foram identificadas 12 fitofisionomias dentro do Polígono Bertioga,
podendo chegar a 13, caso a ocorrência de Brejos de Restinga no Polígono, descrito para a
região po Martins et al ( 2008), seja confirmada em futuros levantamentos.
4.2.2.1 Floresta Ombrófila Densa Submontana (FSM)
Trata-se de uma formação florestal que se desenvolve sobre o relevo montanhoso das
encostas da Serra do Mar e morros isolados, em altitudes que variam de 50 a 500 m (Veloso,
1992). Trata-se de uma vegetação que se desenvolve preferencialmente sobre solos
medianamente profundos, desenvolvidos a partir de rochas magmáticas ou metamórficas
bastante antigas. Desenvolve-se em climas com temperatura média anual elevada,
precipitação abundante e bem distribuída ao longo do ano. Sua vegetação é caracterizada
pela presença de macro e mesofanerófitos, além de lianas e epífitos em abundância. Seu
dossel é contínuo e possui altura média de 20m, com algumas emergentes chegando a 30 m. O
sub-dossel é caracterizado por jovens arbóreos, Euterpe edulis (Palmito-juçara), palmeiras
arbustivas (e.g. Geonoma spp.) e samambaias arborescentes (Rizzini, 1997). Dentre
integrantes comuns de sua flora estão espécies das famílias Myrtaceae, Arecaceae, Fabaceae,
Rubiaceae, Lauraceae e Melastomataceae. Exemplos de espécies abundantes no dossel desta
formação são: Bathysa australis, Cabralea canjerana, Chrysophyllum spp., Cryptocarya
moschata, Hyeronima alchorneoides, Ocotea catharinensis, Sloanea guianensis e Virola
bicuhyba, além claro de Euterpe edulis (Rodrigues, 2005). No Polígono, devido às altitudes
máximas envolvidas, esta formação está restrita às escapas do sertão da Barra do Una (Figura
19F) e do Morro do Itaguá. Contudo, seus componentes florísticos se misturam aos
componentes da FTB, formando uma espécie de transição entre as duas formações. Exemplos
de espécies que ocorreram apenas neste trecho transicional na área de estudo foram:
Aspidosperma parvifolium, Calyptranthes lanceolata e Piper setebarraense.
136 Módulo VEGETAÇÃO E FLORA