FAZER CAPA COLORIDA GERAL DO PLANO DE MANEJO ... - WWF

Atualmente, as regiões remanescentes das restingas são locais em sua maioria próximos a
grandes pólos demográficos, constituindo regiões de grande importância turística. A expansão
dos centros urbanos e a exploração imobiliária decorrente exigem a tomada de ações que
resultem na proteção destas áreas e a regulamentação do uso das regiões adjacentes.
Poucas são as áreas de restinga que se encontram atualmente preservadas ou protegidas
dentro de unidades de conservação. A área de estudo, em particular, apresenta-se bastante
bem preservada, e abriga representantes da fauna de mamíferos de médio e grande porte
consideradas raras ou ameaçadas, além de espécies endêmicas de pequenos mamíferos,
sendo portanto de importância primordial para a conservação.
Além de apresentar fisionomias típicas de restinga, comuns a todas as áreas de baixada
litorânea do sudeste do Brasil, a área de estudo tem características particulares importantes:
a presença de uma larga faixa recoberta por floresta de transição, entre a região da encosta
da Serra do Mar e a área de baixada, permite que elementos da fauna característicos de
floresta ombrófila transitem (no caso de espécies de grande porte, com áreas de vida mais
extensas, como Puma concolor, Leopardus spp., Brachyteles arachnoides, Alouatta guariba,
Mazama guazoubira, Tapirus terrestris) ou mesmo ocupem (no caso das espécies com menor
mobilidade, como Trinomys iheringi e Phyllomys thomasi) esta região.
Esta é aparentemente a razão pela qual a lista de fauna obtida no inventário realizado,
através dos dados primários e secundários, não se encaixa na definição tradicional de fauna
de mamíferos de restinga. Segundo diversos autores, os vertebrados presentes em áreas de
restinga comumente formam uma fauna empobrecida, composta por um subconjunto das
espécies encontradas nas áreas de Mata Atlântica adjacentes, com raríssimas espécies
endêmicas.
Este quadro geral, descrito com base em trabalhos desenvolvidos em diversas áreas de
restingas do sudeste, vários deles enfocando particularmente os mamíferos, parece ter
relação com o processo de formação dos cordões arenosos e o aumento e diminuição das
áreas disponíveis para ocupação durante os movimentos de transgressão e regressão
marinhos, além do isolamento de trechos da faixa litorânea.
O inventário realizado aqui, ainda que careça de coletas mais intensivas no que diz respeito
às espécies de pequenos mamíferos e quirópteros, indica que a fauna de mamíferos é
bastante rica (117 espécies), com número considerável de mamíferos de médio e grande
porte (25 espécies) e algumas espécies endêmicas (gênero Phyllomys).
Estas características, provavelmente relacionadas á presença da mata de transição entre a
porção alta da Serra do Mar e a floresta de restinga propriamente dita tornam a área única e
de grande interesse para estudos faunísticos.
No que diz respeito às estratégias para a conservação da área, os dois fatores que podem ser
considerados ameaças à conservação da região como um todo e à fauna de mamíferos em
particular, a ocupação desordenada e a caça.
124 Módulo FAUNA