FAZER CAPA COLORIDA GERAL DO PLANO DE MANEJO ... - WWF
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Devido à sua localização, as restingas foram os primeiros ecossistemas a sofrer os impactos<br />
antrópicos no início da colonização européia, e desde então têm sido submetidas a um intenso<br />
processo de degradação de suas características naturais. (Britto e Noblick, 1984; Lacerda e<br />
Esteves, 2000). Ainda nos primeiros anos da colonização, as espécies arbóreas de grande<br />
porte, os mamíferos e as aves, antes abundantes, foram amplamente explorados e<br />
comercializados, transformando a região costeira do Brasil no principal exportador de<br />
biodiversidade do planeta por quase 100 anos (Bueno, 1999). Mais recentemente, após a<br />
exaustão de grande parte de seus recursos florestais, as restingas sob influência dos grandes<br />
pólos demográficos tornaram-se locais importantes de desenvolvimento urbano e turístico<br />
(Pinto et al., 1984; Lacerda e Esteves, 2000).<br />
Como resultado de todo este processo, as restingas encontram-se atualmente bastante<br />
alteradas e degradadas em algum nível, sendo considerados sistemas de grande fragilidade no<br />
contexto do zoneamento do litoral brasileiro (MMA, 1996). Poucas se encontram preservadas<br />
ou protegidas em unidades de conservação, de forma que em comparação com outros<br />
ecossistemas considerados hotspots, como a floresta tropical ou o cerrado, os ecossistemas de<br />
restingas encontram-se notavelmente pouco representados dentro das unidades de<br />
conservação do país. As primeiras unidades de conservação englobando sistemas de restinga<br />
foram criadas durante as duas últimas décadas, mas seu número ainda é bastante reduzido<br />
(Lacerda e Esteves, 2000).<br />
A fauna de pequenos mamíferos da região é surpreendentemente rica, com 9 espécies de<br />
marsupiais e 14 roedores. As espécies presentes são encontradas na Mata Atlântica, algumas<br />
habitando áreas mais abertas dentro ou nas bordas de mata, como o roedor sigmodontíneo<br />
Akodon cursor, outras típicas de florestas ombrófilas mais densas, como o equimídeo<br />
Trinomys iheringi, e ainda aquelas que não apresentam preferências marcadas de hábitat,<br />
sendo consideradas generalistas, como o gambá-de-orelha-preta Didelphis aurita. Dentre as<br />
espécies listadas, encontram-se algumas consideradas ameaçadas, como os ratos arborícolas<br />
do gênero Phyllomys, de distribuição muito restrita, e Trinomys iheringi, com preferências de<br />
hábitat muito marcadas e intolerância a áreas antropizadas.<br />
As 25 espécies de mamíferos de porte médio e grande listadas para a área são, como no caso<br />
dos pequenos mamíferos terrestres, espécies características de Mata Atlântica (como por<br />
exemplo o ouriço-caxeiro Sphiggurus villosus), ou de ampla distribuição (como a capivara<br />
Hydrochoerus hidrochaeris e o tatu-galinha, Dasypus novemcinctus). Ao contrário do que<br />
ocorre com os pequenos mamíferos, no entanto, no Polígono Bertioga encontra-se um número<br />
considerável de espécies ameaçadas ou quase ameaçadas. A ocorrência destas espécies na<br />
região reforça a necessidade de protegê-la.<br />
Com relação aos quirópteros, a lista das 69 espécies presentes constitui-se basicamente<br />
daquelas que se distribuem através da área da Serra do Mar adjacente, e que apresentam<br />
capacidade de deslocamento considerável. Alguns dos morcegos listados, como os<br />
molossídeos, são espécies que necessitam inventários com períodos de coleta bastante longos<br />
para ser registradas, já que voam muito alto, sendo portanto raramente capturadas. Algumas<br />
espécies são consideradas ameaçadas ou vulneráveis.<br />
Módulo FAUNA 43