FAZER CAPA COLORIDA GERAL DO PLANO DE MANEJO ... - WWF

criações a qual terra partiria do capinsal que estava na dita ilha de
São Sebastião [...] a dar em outro Paraiquê que chamam mirim
[...](Almeida, 1959, p.43).
Na ilha de São Sebastião, “Escobar Ortiz e sua mulher D. Inês de Oliveira Cotrim, receberam
por doação de Pero Lopes de Souza a ilha de São Sebastião, fundando aí os dois primeiros
engenhos da ilha, talvez mesmo antes do estabelecimento dos demais povoadores
recebedores de sesmarias” (Almeida, 1959, p.47). Em 1680, a ordem religiosa dos carmelitas
já obtinha uma légua quadrada de terras na praia do Guaecá, que transformariam em uma
próspera fazenda (Ressureição, 2002, p.29-30).
Os Franciscanos também receberam sua porção de terras no que viria a ser o bairro de São
Francisco, e principiaram a formação do convento e do complexo que atualmente vêm sendo
escavado pelo arqueólogo Wagner Bornal, e que forma o chamado sítio São Francisco.
Em verdade, apesar das sesmarias terem sido outorgadas, nem todas as terras foram
ocupadas, ficando a maior parte, segundo se sabe até o momento, incultas. Mais uma vez, a
proximidade com os centros de Bertioga e São Sebastião foram determinantes nesses
primeiros passos colonizadores e devem ter concentrado a ação setecentista nas praias e
interiores mais próximos dos núcleos. São Sebastião parece ter crescido rapidamente e em
1636, já era elevada a categoria de Vila (Almeida, 1959, p.09).
Apesar das menções aos engenhos na Ilha de São Sebastião, a grande maioria das ocupações
surgidas parece ter se dedicado à produções de gêneros alimentícios e a uma cultura de
fumo, que perdurariam pelos séculos seguintes, ainda que perdendo em importância para a
cana e posteriormente o café.
No início do século XVIII, foram instaladas, justamente nas zonas limites da área de pesquisa,
a saber, na ilha de São Sebastião e em Bertioga (Figuras 47A, 47B, 48A e 48B), duas armações
baleeiras tributárias do contrato real (Ellis, 1969, p.51-56). Estruturas monumentais, ainda
pode-se identificar seus vestígios, em particular a da Bertioga, que possuía 12 fornalhas.
Apesar de localizadas nas bordas da área de interesse, certamente os baleeiros aí
estabelecidos buscaram suas presas nos mares e praias localizadas entre uma e outra.
Possivelmente, tenham se utilizado de algumas praias para o descarnamento de algumas
baleias, retornando para as armações, apenas com as postas de gordura.
Módulo PATRIMÔNIO CULTURAL 269