FAZER CAPA COLORIDA GERAL DO PLANO DE MANEJO ... - WWF
FAZER CAPA COLORIDA GERAL DO PLANO DE MANEJO ... - WWF
FAZER CAPA COLORIDA GERAL DO PLANO DE MANEJO ... - WWF
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Durante o abaixamento posterior do nível do mar, desde o Holoceno, a progressão das<br />
planícies rumo ao mar ocorreu pela adição de cordões litorâneos (Flexor et al., 1984).<br />
Depósitos arenosos costeiros são tratados coletivamente como restingas (Turcq et al., 1986).<br />
Do ponto de vista vegetacional, a Restinga é uma das cinco formações que ocorrem nas<br />
planícies litorâneas brasileiras (Rizzini, 1997), considerada por alguns autores como um<br />
ambiente característico de Mata Atlântica localizados nas baixadas litorâneas e/ou cordões<br />
arenosos, sendo ambientes relativamente abertos quando comparados com as áreas de<br />
floresta de encosta ou Floresta Atlântica sensu stricto (Eiten, 1992).<br />
Com relação à composição florística, poucas são as espécies endêmicas deste bioma, fato que<br />
é comumente atribuído à sua origem recente. As espécies aí presentes seriam em sua maioria<br />
de origem florestal. De fato, comparações feitas entre as famílias presentes em áreas de<br />
Restinga e Mata Atlântica no Estado do Rio de Janeiro apontam que seis delas encontram-se<br />
listadas entre as mais comuns nos dois ambientes (Pereira e Araújo, 2000).<br />
Por outro lado, análises da composição florística de áreas de Restinga no Estado do Espírito<br />
Santo indicam maior proximidade destas com a Floresta Amazônica (Peixoto e Gentry, 1990;<br />
Pereira e Araújo, 2000), especialmente em razão de sua proximidade com a Hiléia Bahiana<br />
(Peixoto e Gentry, 1990).<br />
Com relação aos vertebrados, o quadro em geral é de uma fauna empobrecida, com pouco<br />
elementos endêmicos, e diversas espécies em comum com biomas adjacentes, a Floresta<br />
Pluvial Atlântica e a Caatinga (Cerqueira, 2000a). A composição faunística parece ter relação<br />
direta com o processo de formação dos cordões arenosos através dos movimentos de<br />
transgressão e regressão do Quaternário, e o resultante aumento e diminuição das áreas<br />
disponíveis para ocupação, bem como do isolamento de trechos da faixa litorânea (Cerqueira,<br />
1982; Figueiredo, 1984; Muehe, 1983; Van Der Hammen, 1974).<br />
No caso específico da fauna de mamíferos, a maioria dos trabalhos concentra-se nas faunas de<br />
pequenos roedores e marsupiais (ordens Rodentia e Marsupialia com menos de 3,5 kg) que<br />
constituem a maior parte das espécies que compõe a diversidade de mamíferos nos biomas<br />
Sul Americanos. Os estudos realizados até então se restringem às restingas do Estado do Rio<br />
de Janeiro (Cerqueira, 1984; Cerqueira et al., 1990; Cerqueira et al, 1993a, Cerqueira et al.,<br />
1993b), e apontam que a fauna representa um conjunto empobrecido das espécies de<br />
mamíferos encontradas nos biomas adjacentes, principalmente a Mata Atlântica, com poucos<br />
endemismos.<br />
A distribuição das espécies neste ambiente parece ser fortemente determinada pela umidade<br />
(Gentile e Cerqueira, 1995; Freitas et al., 1997; Cerqueira, 2000b). A ausência de espécies de<br />
mamíferos de médio e grande porte nas áreas onde se concentraram os estudos acima<br />
mencionados, e a falta de trabalhos com enfoque específico na comunidade de quirópteros de<br />
áreas de Restinga fazem com que o conhecimento sobre a distribuição das espécies destes<br />
grupos possa ser apenas inferido, a partir do que se conhece sobre sua ecologia e distribuição<br />
nas áreas adjacentes de Mata Atlântica.<br />
42 Módulo FAUNA