03.04.2013 Views

FAZER CAPA COLORIDA GERAL DO PLANO DE MANEJO ... - WWF

FAZER CAPA COLORIDA GERAL DO PLANO DE MANEJO ... - WWF

FAZER CAPA COLORIDA GERAL DO PLANO DE MANEJO ... - WWF

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

As aldeias costeiras encontram-se tanto nas imediações do mar quanto<br />

dos morros interioranos que antecedem a Serra do Mar. Dos textos de<br />

Staden, verifica-se que se encontravam esparsas, a pequena distância<br />

umas das outras [...] Os espaços são, portanto, muito pequenos [...]<br />

Todos os indígenas moravam na aglomeração central, a não ser<br />

durante breves períodos de pesca ou guerra, durante as quais a<br />

população podia se dividir. As aldeias eram fortificadas, mas somente<br />

em regiões fronteiriças entre duas tribos hostis [...] Tais casas<br />

possuíam entre 80 e 120 pés (até 40 metros) de comprimento, e<br />

estavam dispostas ao redor de uma grande praça, aparentemente<br />

retangular [...] Uma aldeia tupinambá contava geralmente com cinco<br />

a sete casas deste tipo [...] (Prous, 1992, p.414-415).<br />

Ainda que as aldeias mencionadas não estejam diretamente relacionadas com as áreas de<br />

interesse imediato deste projeto, não podemos nos esquecer que a área de ocupação pode se<br />

estender para muito além do sítio principal, abarcando uma grande zona de entorno para<br />

captação de recursos alimentares e de matérias-primas. Esse também foi o caso das<br />

sociedades agricultoras-ceramistas tupis que habitaram essa porção do litoral paulista, como<br />

fica evidente a partir do texto de Prous citado acima. Nesse sentido, a região litorânea<br />

compreendida entre a barra de Bertioga e a Ilha de São Sebastião foi utilizada por essas<br />

comunidades como zonas de atuação para suas atividades diárias, assim como para as<br />

atividades guerreiras, tendo gerado sítios de ocupação temporária. A prova cabal desse uso e<br />

da presença desses sítios está, mais uma vez, nas informações etno-históricas de Hans Staden.<br />

Sabemos que Hans Staden foi aprisionado por uma expedição de tupinambás junto ao canal da<br />

Bertioga e levado por seus captores para uma aldeia na região da Baía de Ilha Grande. Em seu<br />

trajeto, esse autor nos informa sobre o estabelecimento de uma série de acampamentos<br />

tupinambás ao longo do litoral paulista. Segundo suas palavras:<br />

Depois de uma viagem de sete milhas – foi no mesmo dia, pelas quatro<br />

horas da tarde, a julgar pelo sol – se dirigiram para uma ilha e<br />

puxaram a canoa para a praia. Aí queriam passar a noite [...] Então<br />

ponderaram que não seria conveniente passar a noite na ilha e aí<br />

acampar e dirigiram-se ao continente em frente. Já era noite, quando<br />

chegamos. Lá havia cabanas, que tinham construído antes. Arrastaram<br />

as canoas para a terra, fizeram fogo e deitaram-me perto. Devia<br />

dormir numa rede, que chamam ini. Estes são seus leitos. Amarraramnas<br />

em dois mourões acima do solo, ou em duas árvores, quando estão<br />

no mato [...] Antes que a manhã tivesse rompido, foram-se e remaram<br />

todo o dia. Quando o sol indicava quase ave-maria, e estavam eles<br />

ainda duas milhas distante do lugar onde pretendiam acampar durante<br />

a noite, levantou-se uma grande e medonha nuvem e remaram<br />

depressa para alcançar a terra [...] Em terra trataram-se os índios<br />

como no dia anterior [...] e contaram que estávamos agora perto da<br />

sua morada [...] No dia seguinte [...] avistamos suas habitações.<br />

262 Módulo PATRIMÔNIO CULTURAL

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!