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Brasil: urbanização e fronteiras - USP

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132<br />

BRASIL: URBANIZAÇÃO E FRONTEIRAS<br />

sou por transformações significativas no sentido da formação de um<br />

mercado interno. A rede urbana ampliou-se, ainda que lentamente, e cresceu<br />

sua rede de comunicações. O peso maior adquirido pelo mercado interno<br />

com o aumento do trabalho assalariado demandava a organização de um<br />

mercado financeiro, uma melhor capacitação tecnológica, a provisão de<br />

infra-estruturas urbanas e melhores comunicações. O espaço do mercado<br />

estava em processo de formação.<br />

Perseguiu-se, ao longo do capítulo, o sentido do federalismo republicano.<br />

Colocando-o em uma perspectiva histórica mais ampla, pode-se perguntar<br />

por que a elite brasileira se empenhou para 'manter a integridade do país',<br />

com a veemência de que as lutas sangrentas da Regência são prova<br />

cristalina, para, pouco mais de quarenta anos depois, criar uma federação?<br />

Que nem federação chegou a constituir, aliás, segundo a acepção política do<br />

termo, pois uma federação supõe a transferência, para uma esfera superior,<br />

da soberania referente à política externa e à economia de cada estado-<br />

membro, uma vez que o controle separado de tais setores é incompatível<br />

com a unidade nacional. (Razão, aliás, pela qual os estados-membro<br />

originais que formaram os EEUU cedo alteraram sua forma confederativa<br />

pela federativa).<br />

O federalismo republicano objetivava reafirmar as bases de sustentação da<br />

sociedade de elite, da mesma forma que o fêz a Gerra do Paraguai — ao tri-<br />

plicar a dívida externa do país — ou a postura dominante em relação à<br />

industrialização, calcada em uma argumentação liberal. 17<br />

17<br />

A seguinte passagem, de Luz (1961), ilustra esse quadro de rejeição às indústrias: "`A<br />

medida, porém, que, por um lado, a indústria se desenvolvia, e suas reivindicações<br />

tornavam-se mais insistentes, e, por outro lado, cresciam as dificuldades da agricultura,<br />

começou-se a notar uma certa irritação das classes agrícolas, surgindo o<br />

argumento da incapacidade da indústria em abastecer o mercado nacional e, principalmente,<br />

o do sacrifício de muitos a favor de alguns privilegiados. O Visconde de<br />

Paranaguá alegava essa incapacidade(...). Outros, como Belisário, ressaltavam o<br />

aumento dos preços, aumento que atribuíam ao protecionismo, prejudicando assim o

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