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Brasil: urbanização e fronteiras - USP

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Capítulo 8 - A FORMULAÇÃO D E UMA POLÍTICA URBANA PARA O BRASIL<br />

tendimento são as determinações do processo econômico e político de uma<br />

formação nacional.<br />

"Quantidade nenhuma de ajustes feitos através de políticas espaciais sem, de alguma<br />

forma se desafiar a natureza das relações de produção tem a menor esperança<br />

de fazer algo mais que mitigar alguns poucos sintomas.(...) A organização geográfica<br />

da sociedade é integrante de sua reprodução social e da política, no seu sentido<br />

mais abrangente." 41<br />

Em artigo denominado “O local e o global: personalidade regional ou inter-<br />

regionalidade?”, em que aborda a oposição entre aqueles dois termos nos<br />

enfoques teóricos e metodológicos dos estudos sobre o espaço, Alain Lipie-<br />

tz (1994) identifica o que denomina as 'ortodoxias geográficas' do pós-<br />

guerra. Contrapondo o ‘atraso’ e a ‘dependência’, como as visões das<br />

referidas ortodoxias acerca das causas das desigualdades espaciais, o autor<br />

as submete a críticas similares àquelas acima comentadas, de Massey.<br />

Segundo Lipietz, os teóricos da ortodoxia do 'atraso' apoiavam-se nas con-<br />

cepções estruturalistas das teorias da hierarquia urbana. 42 O marco principal<br />

de sua visão era que cada porção individualizada do espaço, cada região,<br />

passaria, necessariamente, pelos mesmos estágios de evolução, indo do pré-<br />

industrial ao industrial, e ao pós-industrial; processo dentro dio qual o<br />

atraso relativo regiões específicas se devia a fatores naturais ou mesmo a<br />

suas histórias particulares, a causas naturais, enfim. 43<br />

41 Massey (op.cit.), pp. 304-5<br />

42<br />

Como Christaller (1933) e Lösch (1940), da Escola de Iena, formuladores da ‘teoria<br />

das localidades centrais’, apoiada, por sua vez, na ‘teoria da localização’ de Von<br />

Thünnen (1826).<br />

43<br />

Referindo-se ao esquema Clark-Rostow-Vernon, (três dos principais teóricos das 'etapas<br />

de desenvolvimento', Lipietz enumera diversas causas por eles atribuídas ao 'atraso'<br />

de países ou regiões, acrescentando: "A 'decolagem' seria, portanto, matéria de reformas<br />

internas, e por conseguinte, o avanço dos outros países seria, em suma, positivo:<br />

os últimos 'alcançarão' os primeiros, importando o seu know-how... Neste<br />

sentido, essa ortodoxia deriva de uma metodologia 'individualista' (com 'indivíduos<br />

201

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