Brasil: urbanização e fronteiras - USP
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BRASIL: URBANIZAÇÃO E FRONTEIRAS<br />
Fig. 11 - Patrimônios que formaram Fig. 12 - Plano do patrimônio de Pirapozinho,<br />
Marília Alta Sorocabana, Est. de São Paulo.<br />
Fonte das imagens e legendas das figuras 10,11 e 12: Monbeig (1950): Pioneiros e fazendeiros<br />
de São Paulo.<br />
A competições entre as diversas companhias de estradas de ferro no sentido<br />
de controle sobre as terras para seus projetos de loteamento alteraram mui-<br />
tas vezes não apenas os ritmos de construção das ferrovias (normalmente<br />
sucedendo-se à ocupação, para garantir as cargas), alteraram-lhes também<br />
os traçados.<br />
Assinale-se, por fim, as alterações jurídicas no processo de criação de muni-<br />
cípios, e as mudanças ocorridas em seu controle e administração. Com a<br />
República a fundação de patrimônios 67 perdeu o caráter religioso, mas<br />
manteve-lhe o nome. O hábito permanece até hoje. Os patrimônios se<br />
vinculam, através dos distritos que os contêm, a municípios já existentes, e<br />
desmembram-se à medida que seu crescimento econômico, ou quando inte-<br />
resses políticos específicos os conduzam a isso.<br />
À medida do esgotamento da fase de conquista territorial, mais e mais a<br />
vida dos municípios se torna sujeita aos ritmos da formação do mercado<br />
interno. Os movimentos de ampliação desse mercado muitas vezes<br />
conduzem a sucessivos desmembramentos nas áreas ‘dinâmicas’,<br />
assinalando uma competição dos municípios pelas oportunidades<br />
emergentes, sejam investimentos governamentais regionalizados, incentivos<br />
fiscais, ou tendências de relocação de capitais privados.<br />
Mas isso não significa a cessação de desmembramentos nas áreas afastadas<br />
do polos econômicos. Ali, muitas vezes as emancipações assinalam justa-<br />
mente o quadro de dependência crescente dos municípios das transferências<br />
tributárias, automáticas, das esferas superiores de governo.<br />
67 a denominação, passada para os povoados, das glebas de terra que os sesmeiros doa-<br />
vam para servir de sustento econômico de uma capela. Cf. Cap.1.